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"Prosul vai fomentar divisão regional na América do Sul", diz ex-presidente da Colômbia

Os governos que apoiam essa proposta o fazem a partir de uma excludente identidade ideológica que aprofundará as diferenças entre países sul-americanos
Redação Prensa Latina
Prensa Latina
Bogotá

Tradução:

O ex-presidente da Colômbia e ex-secretário geral da Unasul, Ernesto Samper, manifestou hoje sua oposição à criação do Prosul, ao estimar que aprofundará a divisão regional.

Através de um comunicado dirigido à sociedade colombiana e à comunidade internacional, Samper fundamentou seu rechaço ao novo bloco, cujo nascimento foi oficializado em Santiago do Chile e anunciado como substituto da União de Nações Sul-americanas (Unasul).

Afirmou o ex-mandatário que, contrário ao que expressam seus mentores, os governos que apoiam essa proposta o fazem a partir de uma excludente identidade ideológica que aprofundará as diferenças entre os países sul-americanos.

Nunca como hoje teria sido necessária uma maior integração e unidade entre os povos da América Latina, sublinhou o ex-secretário  geral da Unasul.

Insistiu que a tentativa de constituir outro organismo de integração, sem haver feito um esforço de convergência para  o encontro dos já existentes, vai fomentar uma maior divisão regional.

Esclareceu que se esta nova filiação implica a retirada de alguns países da Unasul é preciso recordar que esse trâmite se encontra regulamentado, que se devem respeitar os compromissos financeiros pendentes e cumprir as normas constitucionais de cada Estado antes de concretizar o abandono da entidade. 

Considerou relevante remarcar, além disso, que deixar Unasul supõe prescindir de significativos direitos e privilégios, como as licenças temporárias de trabalho que hoje beneficiam mais de três milhões de trabalhadores sul-americanos. 

Outro benefício que se veria afetado seria a utilização dos documentos nacionais de identidade como passaportes ou os descontos no valor de remédios e vacinas, obtidos pelo Instituto Sul-americano de Governo em Saúde.
A saída da Unasul leva também à renúncia ao trabalho concertado e acumulado durante mais de dez anos e que se traduz nas agendas setoriais em matéria de saúde, educação, infraestrutura, luta contra o crime organizado, cultura e defensa, entre outras frentes, explicou Samper.

Forças da oposição na Colômbia também rechaçaram a criação da Prosul por seu alinhamento com os Estados Unidos e sua arremetida desde o começo contra a Revolução bolivariana da Venezuela.

Prosul é outro engendro imperial para destruir as conquistas da unidade e integração da América do Sul, manifestou o secretário geral do Partido Comunista Colombiano, Jaime Caycedo.

Representantes do movimento Colômbia Humana de igual modo expressaram seu descontentamento com a fundação do novo bloco, impulsionado pelos governos de Iván Duque (Colômbia) e Sebastián Piñera (Chile).


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
Redação Prensa Latina

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