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Imagem: Cicral

11ª Cúpula de Juventude do Brics: Brasil fortalece cooperação do Sul Global para um futuro sustentável

Com participação de 13 países e debates sobre sustentabilidade, meio ambiente, esportes e saúde, encontro é essencial ao desenvolvimento do Brics a partir da ótica das populações jovens, afirma o Secretário-geral da SNJ, Ronald Sorriso

Laís Vitória Cunha de Aguiar
Diálogos do Sul Global
Brasília (DF)

Tradução:

Nos dias 9 e 10 de junho, aconteceu a 11ª Cúpula de Juventude do Brics, na sede do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), em Brasília. O encontro foi coordenado pela Secretaria-Geral da Presidência da República (SGPR), por meio da Secretaria Nacional de Juventude (SNJ).

A conferência de abertura teve como tema “Juventude e Brics: Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança Mais Inclusiva e Sustentável“. Realizada anualmente desde 2015, a Cúpula é sempre sediada no país que ocupa a presidência do Brics+, cabendo ao Brasil a presidência neste ano. Concomitantemente, o país também sediou a 7ª Cúpula de Energia da Juventude do Brics e a Reunião Ministerial da Juventude do Brics, ambas nos mesmos dias, 9 e 10 de junho. É importante destacar que, previamente ao evento presencial, foram realizados seminários preparatórios virtuais sobre os temas abordados na Cúpula. Esses encontros tiveram como objetivo a seleção de delegados jovens da sociedade civil para participação ativa no evento.

Para o Secretário-geral da Secretaria Nacional da Juventude (SNJ), Ronald Sorriso,

esses são espaços essenciais para o desenvolvimento do bloco a partir de uma ótica das populações jovens. A gente sabe que o Brics+ é o bloco que mais representa o Sul Global na sua diversidade, e a grande maioria dos jovens que existem em todo o planeta está exatamente no Sul Global. Logo, pensar o futuro deste planeta de forma que seja sustentável, justo e que possa estabelecer uma dinâmica de desenvolvimento igualitária passa pela inclusão dos interesses da juventude de diversos países que estão aqui presentes. Estamos aqui seguindo a determinação do presidente Lula e o trabalho que o ministro Márcio Macedo também tem realizado com foco na participação popular. A gente acredita de verdade que quem faz a diplomacia dar certo são os diplomatas e os povos participando da diplomacia.

Confira a fala completa:

Com a participação de jovens de 13 países — Belarus, Bolívia, Egito, Índia, Indonésia, Irã, China, Cuba, Emirados Árabes Unidos (UAE), Rússia e África do Sul —, os delegados selecionados por cada nação participaram de reuniões temáticas a partir das quais serão elaborados documentos com perspectivas sobre sete eixos principais. Os temas abordam desde sustentabilidade e meio ambiente até saúde e esportes. Cada tema contou com a coordenação de um país responsável pela mesa e pela mediação dos debates. Os responsáveis pela sistematização do conteúdo e os voluntários foram todos brasileiros. Na mesa sobre Ciência, Tecnologia e Inovação, por exemplo, a coordenação ficou a cargo da Sra. Liu Xi (China), diretora de projetos do World Youth Development Forum (WYDF). A mediação foi realizada por Luan Scliar (IBrics+/CICRAL) e a sistematização, por Luiz Matthew.

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Sobre os temas desenvolvidos no encontro, Nilson Florentino Júnior — conhecido como Florentino —, diretor de Políticas Públicas Transversais de Juventudes da SNJ, destacou que as pautas se alinham às diretrizes da presidência brasileira:

Não só tem uma compreensão da importância do tema de juventude do bloco, mas também amplia perspectivas no debate sobre o combate às desigualdades, ciência, tecnologia e inovação e até mesmo as questões em torno do meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

O delegado da África do Sul, Ayanda Khonzi — representante da Agência Nacional de Desenvolvimento da Juventude da África do Sul —, afirmou que o evento demonstrou a unidade entre os países presentes e o compromisso coletivo com a construção de um futuro mais sustentável. Segundo ele, “nós temos muita fé de que as discussões e resoluções deste encontro terão um impacto no futuro.”

Confira a fala completa do delegado:

Zhai Jinrui, representante da maior organização de juventude da China — a All China Youth Federation —, agradeceu ao Brasil pela hospitalidade durante o evento. Ela destacou que o conteúdo discutido foi bastante diverso e contou com múltiplas perspectivas, o que, segundo ela, contribui para a construção de um alicerce sólido para a cooperação futura entre os países, especialmente em termos práticos.

Abaixo, assista à fala completa da delegada:

A fala de Florentino vai ao encontro da declaração de Zhai Jinrui e acrescenta que a Cúpula representa

uma oportunidade de reafirmar o compromisso do país com o fortalecimento do multilateralismo, sobretudo a partir das perspectivas do Sul Global, destacando que a institucionalização de políticas públicas de juventude é uma estratégia importante para a construção de um mundo melhor.

Com relação aos resultados da Cúpula, Florentino — que acompanhou a organização do evento do início ao fim — enfatizou que o principal avanço foi a atualização do Memorando de Entendimento em Cooperação da Juventude no Brics, cuja primeira versão foi assinada na Cúpula de 2015, em Kazan, Rússia. A nova versão do documento inclui os membros mais recentes, amplia as parcerias do Conselho de Juventude do Brics com países parceiros e organizações da sociedade civil, além de expandir os objetivos do bloco em relação às juventudes.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

Laís Vitória Cunha de Aguiar Ativista ambiental e cultural, é assessora de internacionalização da SERIDF - MA, em Brasília. Aos 16 anos, passou a escrever para a ONG australiana Climate Tracker, que treina jovens para serem jornalistas climáticos, e com isso publicou para a EcoDebate e outros meios de comunicação. Participou dos Jornalistas Livres e Mídia Ninja. Publica eventualmente no Brasil 247. Formada em Línguas Estrangeiras Aplicadas ao Multilinguismo no Ciberespaço, mestranda em Design da Informação na Universidade de Brasília (UnB), coordena o Parlamento Mundial da Juventude no Brasil. Representou a América Latina no Global Landscapes Forum (GLF, 2024) e coordena o núcleo cultural da CICRAL. Representa o Brasil em eventos internacionais desde os 16 anos, com a primeira participação no Rio+20. Ganhou o prêmio de história mais inspiradora no International Volunteer Forum em 2019 (Sochi, Russia). Trabalhou na proposição do memorando de entendimento entre a Universidade de Ulyanovsk (Rússia) e a Universidade de Brasília, cujo projeto principal é o Fórum de Sustentabilidade Brasil-Rússia, que irá se desenvolver este ano. Organizou o Global Youth Meeting (2024), com a presença de jovens de países latino-americanos, como Colômbia e Brasil. Entre os projetos da autora, se destacam 0 BRICS Ornaments e o Tales across the ocean.

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