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Mulher economista: confira mais 7 grandes momentos de Dilma Rousseff em 2023

Da posse de Lula, a vitórias na justiça e encontros com grandes líderes, ex-presidenta teve um ano de êxito na política nacional e internacional
Guilherme Ribeiro
Diálogos do Sul Global
Bauru (SP)

Tradução:

Nesta terça-feira (12), Dilma Rousseff foi eleita Mulher Economista 2023. A premiação é concedida pelo sistema Cofecon/Corecons, que reúne os conselhos regionais e o Conselho Federal de Economia (Cofecon).

“Dilma Rousseff foi escolhida por sua significativa contribuição para o desenvolvimento econômico e social do país ao longo de sua carreira”, afirmou a Cofecon/Corecons, que reconheceu o papel da ex-mandatária brasileira como atual presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento, o Banco dos Brics, cargo que assumiu em março.

O troféu, que será entregue em 2024, se soma a outros importantes momentos e conquistas de Dilma ao longo de 2023. Da posse de Lula, a vitórias na justiça e encontros com grandes líderes, a líder traçou um percurso de êxito na política nacional e internacional nos últimos meses. Confira:

Estrela na posse de Lula

Dilma ganhou holofotes já no primeiro dia de 2023, por ocasião da posse do presidente Lula. Ao chegar no Salão Nobre do Palácio do Planalto, foi ovacionada de pé, e como uma estrela, tietada e disputada para selfies por governadores, ministros, garçons, fotógrafos e outros presentes.

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A ex-presidenta se emocionou durante a cerimônia. Era a primeira vez que ela retornava ao local desde o golpe de 2016. Aliás, Lula foi direto ao classificar o processo de impeachment como “golpe” durante discurso no Congresso, quando Dilma foi novamente aplaudida.

Anistiada pela Justiça

Em 4 de fevereiro, a Justiça reconheceu a condição de anistiada de Dilma Rousseff em razão dos abusos sofridos durante a ditadura militar. A decisão foi do juiz federal Waldemar Cláudio de Carvalho, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), que concedeu a ela uma indenização de R$ 400 mil por danos morais.

A conquista foi um revés para Jair Bolsonaro, já que em junho de 2022 a Comissão de Anistia negou o pedido de Dilma. O órgão à época, desgastado, estava ligado ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, comandado por Damares Alves.

Na ocasião, o ex-mandatário, hoje inelegível, comemorou a resolução e afirmou em uma de suas lives infames: “quem sabe lá na frente, quando algum esquerdista voltar ao poder, espero que não aconteça, você consiga mais uma pensão para você”.

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Da posse de Lula, a vitórias na justiça e encontros com grandes líderes, ex-presidenta teve um ano de êxito na política nacional e internacional

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Dilma, no Banco dos Brics: “A nossa estratégia 2022-2026 estabelece que 30% das nossas captações têm de ser em moeda local”

Presidência no Banco dos Brics

O nome de Dilma Rousseff para o comando do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), o Banco dos Brics, começou a ser ventilado nas primeiras semanas de 2023. A indicação foi feita por Lula em fevereiro e contou com o aval dos demais países membros originais: África do Sul, China, Índia e Rússia.

“Como presidente do Brasil, Dilma Rousseff concentrou sua agenda em assegurar a estabilidade econômica do país e a criação de empregos. A luta contra a pobreza teve prioridade, e os programas sociais iniciados sob os mandatos do presidente Lula¨ foram expandidos e reconhecidos internacionalmente”, destacou o NDB em nota.

Em 13 de abril, Dilma tomou posse em Xagai, sede da instituição. “Assumir a presidência do NDB é uma oportunidade de fazer mais para os países do Brics, mas também para os países emergentes e os países em desenvolvimento”, afirmou. O Brasil permanece no cargo até 2025.

Encontro com Putin

Em 26 de julho, como parte da agenda da cúpula Rússia-África, em São Petersburgo, Dilma se reuniu com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, para debater temas econômicos e os rumos do Banco dos Brics.

Putin recordou o papel de ambos da criação do NBC, em 2014, e acrescentou: “não tenho dúvidas de que, com a sua rica experiência em obra pública, conhecimentos nesta área, fará tudo para desenvolver esta instituição que, a meu ver, é muito importante nos dias de hoje”.

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Dilma, por sua vez, exaltou o papel da Rússia na formação de um mundo multipolar e defendeu as transações livres do dólar: “A nossa estratégia 2022-2026 estabelece que 30% das nossas captações têm de ser em moeda local”.

Justiça inocenta Dilma sobre pedaladas

Em 21 de agosto, Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), com sede no Distrito Federal, arquivou uma ação do Ministério Público Federal que acusava Dilma e membros de seu governo de cometer pedaladas fiscais. A alegação embasou o golpe de 2016.

O processo já havia sido arquivado em 1ª instância pela 4ª Vara Federal Cível do Distrito Federal em setembro de 2022, porém o MPF entrou com um pedido de recurso, mas a apelação foi novamente rejeitada pelo TRF-1. Na prática, o processo não foi julgado, pois sequer continha os requisitos necessários, o que reitera a inocência de Dilma.

Diante disso, Lula declarou, em 26 de agosto, ser preciso reparar Dilma e, em busca do que poderia ser essa reparação simbólica, o Partido dos Trabalhadores protocolou um projeto de lei para anular o impeachment. Vale lembrar que a maioria dos parlamentares a favor do golpe não mencionaram as pedaladas em seus votos.

PSL derrotado: STF mantém direitos políticos de Dilma

No Brasil, o impeachment pressupõe a perda de direitos políticos, incluindo a inelegibilidade por oito anos. Porém, em 2016, Ricardo Lewandowski, então presidente do STF e do processo contra Dilma, decidiu que o Senado votaria essas duas questões separadamente.

A maioria dos congressistas foi favorável ao afastamento definitivo (golpe), porém foram contrários à perda de direitos políticos. Em retaliação, o PSL decidiu entrar com uma ação para anular a votação do Senado.

Em 22 de setembro deste ano, por 10 votos a 0, o Supremo rejeitou o recurso, mantendo assim os direitos políticos de Dilma.

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Encontro com Xi Jinping e financiamento de US$ 1 bilhão ao Brasil

Em 19 de outubro, foi a vez de Xi Jinping se encontrar com Dilma Rousseff para debater o apoio financeiro do Banco do Brics aos países emergentes. A ex-presidenta marcava assim presença em outro evento de relevância para o Sul Global: o 3º Fórum do Cinturão e Rota para Cooperação Internacional.

Uma semana antes, em 12 de outubro, Dilma havia firmado, junto ao Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, um contrato de US$ 1 bilhão em financiamento do Banco dos Brics ao Brasil.

Além do montante, destinado a investimentos para a retomada econômica brasileira, foram acordados outros US$ 84 milhões para o projeto “Aracaju: cidade do futuro”, para modernização da infraestrutura urbana da capital sergipana.

Guilherme RibeiroJornalista e redator na Diálogos do Sul.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Guilherme Ribeiro Jornalista graduado pela Unesp, estudante de Banco de Dados pela Fatec e colaborador na Revista Diálogos do Sul Global. Mais conteúdos em guilhermeribeiroportfolio.com

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