As divergências internas do Estado ocupante nos níveis de segurança e política reduzem a credibilidade das declarações dos líderes militares sobre a iminência de um ataque amplo contra o Líbano.
Parece que essas declarações, vindas de Netanyahu, seu chefe de estado-maior e outros oficiais militares, visam tranquilizar os colonos israelenses nas áreas do norte, próximas à fronteira libanesa, após os chamados para retaliar os ataques do Hezbollah a posições militares e assentamentos durante uma contínua troca de tiros entre as partes.
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O que justifica a incapacidade do Estado ocupante de lançar uma ampla ofensiva contra o Líbano são as contradições e acusações mútuas entre os membros do conselho de guerra, formado após a operação “Tempestade de Al-Aqsa” em 7 de outubro passado. As justificativas podem ser resumidas em dez pontos:
- O caos momentâneo devido à pressão sobre o chefe de estado-maior, Halevy, para deixar seu cargo, visto que os oficiais do Estado ocupante têm o direito de exigir responsabilidades após o fracasso esmagador da força de dissuasão e a falha das conquistas militares táticas em alcançar dimensões estratégicas durante a guerra contínua na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.
- Estas declarações coincidem com a expectativa de renúncia de Benny Gantz, membro do conselho de guerra, prevista para hoje, sábado, após uma série de desentendimentos sobre o curso da guerra e seu uso para servir aos interesses pessoais de Netanyahu e a resposta dele a dois ministros terroristas do Estado ocupante, Ben Gvir e Smotrich, que estão na lista de terrorismo internacional por entidades globais.
- As previsões em torno da possível emissão de um mandado de prisão pelo Tribunal Penal Internacional contra o Primeiro-Ministro do Estado ocupante, Benjamin Netanyahu, o que desestabiliza os formuladores de políticas militares, apesar da maioria deles afirmar não se importar com isso.
- A inclusão do Estado ocupante na lista negra da ONU na sexta-feira passada, acusado de violar os direitos das crianças palestinas, matando-as, prendendo-as e torturando-as, conforme relatado pelas organizações da ONU e de direitos humanos internacionais.
- A tentativa da administração Biden de apagar o incêndio iniciado por Netanyahu na Faixa de Gaza, resultando em acusações legítimas de cometer crimes de guerra em Gaza e na Cisjordânia, antes das eleições nos Estados Unidos, e para superar a fraca confiança entre o candidato do Partido Democrata à presidência dos EUA e os opositores à guerra de extermínio na Faixa de Gaza.
- O fracasso diplomático do Estado ocupante em dois aspectos: a normalização com países árabes e a incapacidade de impedir o reconhecimento internacional do Estado da Palestina, apesar das tentativas frustradas do Estado ocupante de impedir que países europeus o reconhecessem no mês passado.
- Anúncios na mídia convocando mercenários estrangeiros a se juntarem ao exército de ocupação para preencher a lacuna nas capacidades do exército, devido à notável escassez de recrutas nas unidades militares envolvidas em uma guerra de resultados desastrosos na Faixa de Gaza.
- Não é possível expandir a guerra para o Líbano enquanto Biden anuncia um plano do Estado ocupante para parar a guerra na Faixa de Gaza, embora ainda não tenha sido aprovado por ambas as partes envolvidas no combate em Gaza.
- Os temores legítimos das capacidades militares do Hezbollah, que se mostraram eficazes na destruição de alvos militares e estratégicos no norte da Palestina ocupada, afetando o curso da guerra e a destruição prevista de locais estratégicos se o Estado ocupante lançar uma ofensiva ampla no Líbano, conforme alertado pelos Estados Unidos, para evitar eventos catastróficos na Cisjordânia, incluindo Jerusalém ocupada.
- Os exercícios aéreos russo-sírios nas áreas do deserto oriental não estão dissociados da tensão no Oriente Médio devido à contínua guerra de extermínio na Faixa de Gaza, parecendo uma ameaça russa de intervenção se a guerra se expandir na região.
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Entre as ameaças do Estado ocupante de lançar uma guerra total contra o Líbano e a ausência de coesão entre os tomadores de decisões políticas e de segurança no conselho de guerra, a frente norte continuará sendo o fator decisivo nos resultados da guerra na Faixa de Gaza.
Edição: Alexandre Rocha