Pesquisar
Pesquisar
Imagem ilustrativa: Ted McGrath / Flickr

China e EUA debatem cooperação contra crise de fentanil entre estadunidenses

Ambas as partes concordaram em "manter a comunicação sobre questões relacionadas ao controle de drogas e à cooperação na aplicação da lei
Daniel González Delgadillo
La Jornada
Pequim

Tradução:

Beatriz Cannabrava

O ministro de Segurança Pública da China, Wang Xiaohong, e o secretário de Segurança Nacional dos EUA, Alejandro Mayorkas, concordaram em manter comunicação sobre controle de drogas e cooperação na aplicação da lei, informou na última sexta-feira (7) a agência de notícias Xinhua, em um momento em que ambas as nações enfrentam uma crise diplomática devido à produção e ao tráfico de fentanil.

Wang indicou a Mayorkas durante uma videochamada, na quinta-feira, que “os dois países precisam aprofundar a cooperação em áreas como controle de drogas, repatriação de imigrantes ilegais e combate ao crime transnacional, para obter mais resultados na cooperação na aplicação da lei”, reportou a Xinhua.

O ministro assegurou, de acordo com a agência, que ambas as partes devem cumprir o importante consenso alcançado pelos dois chefes de Estado, Xi Jinping, da China, e Joe Biden, dos Estados Unidos, aderindo ao respeito mútuo, gerenciando as diferenças e promovendo uma cooperação de benefício mútuo.

Wang ressaltou que “os Estados Unidos devem outorgar grande importância às preocupações da China e demonstrar sinceridade por meio de ações concretas, a fim de avançar na cooperação”. Assim, ambas as partes concordaram em “manter a comunicação sobre questões relacionadas ao controle de drogas e à cooperação na aplicação da lei, garantindo o que não é seu”, apontou a agência.

No despacho da agência, não foram incluídas as declarações ou participações que Mayorkas teve durante a reunião. Até o fechamento desta edição, o governo dos Estados Unidos também não havia emitido nenhuma declaração sobre esta reunião.

Pequim e Washington têm intensificado as conversas sobre cooperação na aplicação da lei desde a cúpula de novembro passado entre Xi Jinping e Joe Biden, em São Francisco, Califórnia, onde concordaram em promover a cooperação e gerenciar as tensões em uma variedade de campos.

A cúpula incluiu um acordo para formar um grupo de trabalho antidrogas para combater a produção e o tráfico de fentanil, a principal causa de morte entre os americanos de 18 a 45 anos, de acordo com reportes da saúde.

A China também pactuou reduzir os envios de precursores químicos que podem ser usados para fabricar essa droga, diante das acusações dos Estados Unidos, que incluem o México, onde os cartéis de drogas produzem o fentanil com essas substâncias para posteriormente traficá-lo para território estadunidense.

Wang encabeçou o grupo de trabalho antinarcóticos em Pequim em janeiro passado e, no mês seguinte, se reuniu com Mayorkas na Áustria para manter conversas adicionais diante dessa crise de saúde e segurança para as três nações.

Em matéria migratória, Biden firmou em 4 de junho um decreto executivo para impedir a entrada de solicitantes de asilo que tentam cruzar fora dos portos oficiais de entrada, vários deles provenientes da Ásia, numa tentativa de neutralizar as críticas à sua gestão.

O número de cruzamentos sem documentos migratórios ao longo da fronteira de 3.050 quilômetros atingiu novos recordes durante seu governo, chegando a 10 mil em um único dia em dezembro do ano passado, algo que os republicanos atacam incessantemente.

Essa crise é difícil para Biden, que busca a reeleição, ao mesmo tempo em que a campanha de seu rival, Donald Trump, centrada em uma mensagem anti-imigração, ganha adeptos com a promessa de deportar milhões e reforçar a fronteira.

La Jornada, especial para Diálogos do Sul – Direitos reservados.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Daniel González Delgadillo

LEIA tAMBÉM

Modelo falido polarização geopolítica e omissão de potências condenam G20 ao fracasso (2)
Modelo falido: polarização geopolítica e omissão de potências condenam G20 ao fracasso
Rússia Uso de minas antipessoais e mísseis Atacms é manobra dos EUA para prolongar conflito
Rússia: Uso de minas antipessoais e mísseis Atacms é manobra dos EUA para prolongar conflito
Após escalar conflito na Ucrânia com mísseis de longo alcance, EUA chamam Rússia de “irresponsável”
Após escalar conflito na Ucrânia com mísseis de longo alcance, EUA chamam Rússia de “irresponsável”
Misseis Atacms “Escalada desnecessária” na Ucrânia é uma armadilha do Governo Biden para Trump
Mísseis Atacms: “Escalada desnecessária” na Ucrânia é armadilha do Governo Biden para Trump