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Foto: Flickr

Com assassinato de líderes opositores, Israel conduz mundo para “ciclo infernal” de guerras

Há vários cenários possíveis: desde uma guerra de vários fronts, na qual os EUA poderiam intervir diretamente em apoio a Israel, até outros mais apocalípticos
Alfredo Jalife-Rahme
La Jornada
Cidade do México

Tradução:

Beatriz Cannabrava

Sobre as represálias de Hezbollah e Irã, individualmente ou em conjunto, desconhecem-se seus alcances e profundidade em Israel, que podem atingir Tel-Aviv, Haifa e, de forma ameaçadora, a planta nuclear de Dimona, onde se armazenam suas mais de 300 bombas atômicas clandestinas (ex-presidente Carter dixit).

Após o apoio do chefe do Pentágono, Lloyd Austin, a Israel e contra Hezbollah – fica a dúvida se inclui o Irã – a marinha dos EUA enviou 12 navios de guerra e seu porta-aviões USS Theodore Roosevelt ao Oriente Médio com 4 mil marines a bordo.

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Nas guerras, a primeira vítima é a verdade, e os multimídia israelo-anglo-saxões – os mais poderosos do planeta, dedicados a distorcer verdades e mentiras – propagaram a fake news de que o assassinado líder político palestino Ismail Haniyeh (IH), junto com seu guarda-costas iraniano, foram vítimas de um dispositivo.

Ações de Israel “assassinaram as esperanças de paz” e encaminharam o Oriente Médio para uma terra incógnita de guerras ameaçadoras

Esse tipo de fake news é projetado para semear dúvida e discórdia, além de zombar dos serviços de segurança iranianos que já foram infiltrados e corroídos em várias ocasiões, e glorificar a supremacia cibertecnológica de Israel como arma dissuasiva.

Pós-verdade e mentiras pró-Israel

Na era da pós-verdade e Netflix, onde a tríade EUA/Grã-Bretanha/Israel tem a grande vantagem de intoxicar o mundo com as supercherias deliberadas de Hollywood, o Corpo de Guardas da Revolução Islâmica revelou que o assassinato de IH foi planejado e executado por Israel com o apoio dos EUA e realizado com um projétil de curto alcance e uma ogiva de 7kg.

Existem vários cenários de guerra que variam desde uma guerra de vários fronts, na qual os EUA poderiam intervir diretamente, até outros cenários mais apocalípticos, como os esboçados pelo coronel aposentado Douglas Macgregor – ex-assessor do Pentágono e de Trump – que sem rodeios declarou que Israel controla os EUA, não se fala do Congresso estadunidense cuja maioria de membros bipartidários são generosamente lubrificados pelo AIPAC, o maior lobby israelense nos EUA – no qual concorda John Mearsheimer, um dos maiores geopolíticos do mundo e renomado professor da Universidade de Chicago.

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A tese central de Macgregor se concentra em três pontos:

1. Israel lançaria bombas nucleares táticas contra Hezbollah no Sul do Líbano (ele repete isso pela segunda vez em um único mês);

2. Israel busca empurrar os EUA para uma guerra para destruir o Irã – ao que se soma o beligerante senador republicano Lindsey Graham, que defende a destruição de plantas nucleares e refinarias do Irã – e

3. O perigo da participação da Turquia, membro da OTAN! – o premier Erdogan exclamou que iria defender os palestinos em Gaza – e até do Paquistão (que possui 170 bombas nucleares).

A realidade

A realidade é que o premier Netanyahu voltou mais encorajado do que nunca depois de seu apoteótico discurso diante do Congresso dos EUA e cujos assassinatos de líderes – do comandante militar xiita libanês Fuad Shukr, em um subúrbio do sul de Beirute, reduto de Hezbollah, e do líder palestino IH: curiosamente, o mais moderado do Hamas, que estava encarregado das negociações com Qatar, Egito e a CIA para liberar os reféns israelenses – “assassinaram as esperanças de paz” e encaminharam o Oriente Médio para uma terra incógnita de conflagrações ameaçadoras, suscetíveis de descarrilar e levar a um ciclo infernal de ações e reações que podem culminar em um choque entre EUA/OTAN contra Rússia e China.

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Qual será a reação de Israel, não se fala da Rússia, que acaba de completar uma troca espetacular de prisioneiros com os EUA, enquanto realiza patrulhas conjuntas com o Irã no mar Cáspio?


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Alfredo Jalife-Rahme

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