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Foto: Stand Against Racism & Inequality (SARI) / Facebook

Grupos antifascistas foram cruciais para deter ataques contra imigrantes no Reino Unido

Em várias cidades do Reino Unido foram vistos jovens punk, grupos antirracistas, de esquerda, junto com organizações de imigrantes, para enfrentar a ultradireita
Diego Sacchi
Diálogos do Sul Global
Buenos Aires

Tradução:

Ana Corbisier

Desde os primeiros dias de agosto, grupos de extrema-direita tomaram as ruas em várias cidades do Reino Unido para atacar lojas, casas e centros de imigrantes.

Hull, Liverpool, Bristol e Belfast, entre outras, viram como grupos de extrema-direita, nazistas e torcidas de futebol atacavam pessoas nas ruas só pela sua cor da pele.

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Tudo começou depois de um ataque a três meninas na localidade noroeste de Southport (no noroeste inglês). Imediatamente se espalhou uma onda de informações errôneas sobre o suspeito: que era um imigrante sem documentação e de religião muçulmana.

Na verdade, o suspeito, que tem 17 anos, nasceu em Cardiff, a capital de Gales, e seus pais são originários de Ruanda, país onde a maioria é católica e só 2% são muçulmanos.

Quem incitou os ataques no Reino Unido

Atrás desta campanha aparecem figuras como Nigel Farage, em determinado momento uma das principais caras do Brexit; e, também, a Liga de Defesa Inglesa (EDL), um movimento islamofóbico.

Mas o discurso anti-imigrantes e islamofóbico é também o dos sucessivos governos conservadores e alimentaram estes grupos. Robert Jenrick, agora candidato à chefia do partido conservador, afirmou no Parlamento, sem provas: “Permitimos que nossas ruas estejam dominadas por extremistas islâmicos”.

Leia também | Como Musk, políticos, mídia e influencers impulsionaram ataques racistas no Reino Unido

Lembremos que o ex-primeiro-ministro Rishi Sunak, há poucos meses, fez chegar um cárcere flutuante para deter os imigrantes indocumentados antes de deportá-los.

Este “clima” onde se põe o foco nos imigrantes ou nas pessoas de fé muçulmana, buscava tapar as décadas de ajuste e precarização da vida, tanto durante o governo conservador, mas também dos trabalhistas.

Que respostas houve?

Os brutais ataques despertaram uma velha tradição inglesa, Augusto depois vai nos trazer uma lembrança musical: a união nas ruas contra os fascistas.

O governo trabalhista durante vários dias tentou parar os ataques, pondo mais polícia nas ruas, sem muitos resultados. Em várias cidades viram-se unidos jovens punk, grupos antirracistas, de esquerda, junto com organizações de imigrantes, para enfrentar a ultradireita.

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Um exemplo: em 7 de agosto a ultradireita tinha convocado 100 manifestações contra centros de imigrantes, mesquitas e centros culturais, para atacá-los. Como resposta, houve massivas manifestações em defesa desses lugares, sendo a mais importante em Londres.

Conclusão: os fascistas nem apareceram.

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Esta resposta contra a ultradireita teve muito a ver com os milhares que saíram às ruas antes como parte do massivo movimento contra o genocídio israelense na Faixa de Gaza. Ficou claro que só se para a extrema-direita de uma forma: saindo milhares às ruas.

Confira mais explicações de Diego Sacchi no programa de rádio O Círculo Vermelho, da Rádio Con Vos.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Diego Sacchi

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