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Montagem: Diálogos do Sul Global

Mulheres da Resistência: 9 mártires palestinas cujos corpos estão retidos por Israel

Mulheres palestinas se somam ao cerca de 1.500 corpos que Israel se recusa a liberar, muitos dos quais morreram devido a torturas e abusos brutais
Redação HispanTV
HispanTV
Teerã

Tradução:

Ana Corbisier

Em 27 de agosto última, coincidindo com o Dia Internacional da Recuperação e Liberação dos Corpos dos Mártires, a Dismantle Damon, uma campanha global em apoio às mulheres palestinas prisioneiras, publicou detalhes sobre aquelas cujos corpos permanecem retidos pelo regime de ocupação. Segundo o Samidoun, uma rede de solidariedade aos prisioneiros palestinos, atualmente há 552 mártires palestinos cujos corpos se encontram em necrotérios e cemitérios nos territórios ocupados.

Entre eles, 256 estão em “cemitérios de números” e 296 estão encarcerados em necrotérios e câmaras frigoríficas desde que o regime do apartheid de Tel Aviv restabeleceu a política de encarceramento de cadáveres em 2015. Entre eles há 9 mártires mulheres, 32 mártires do movimento de prisioneiros, 55 menores de 18 anos, 5 mártires dos territórios ocupados de 1948 e 6 mártires de refugiados palestinos no Líbano, segundo o Samidoun.

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No entanto, vários outros informes estimam que o número real de cadáveres retidos pelo regime israelense é de cerca de 1.500, muitos dos quais morreram devido a brutal tortura e ao abuso no campo de tortura de Sde Teiman.

Entre as nove mulheres mártires cujos corpos foram retidos pelo regime israelense se encontram Bayan Mohammed Jumaa Salama Eid, Asmaa Daraghmeh, Maimouna Harahsha, Labiba Sawafta, Wafa Baradei, Dalal al-Mughrabi, Wafa Idriss, Dareen Abu Eisheh e Hanadi Jaradat.

Conheça um pouco de suas histórias.

Bayan Mohammed Jumaa Salama Eid

Bayan Mohammed Jumaa Salama Eid

Bayan Mohammed Jumaa Salama Eid foi assassinada pelas forças do regime no campo de refugiados de Tulkarem, na Cisjordânia ocupada, em 23 de julho de 2024, depois de uma incursão militar que durou várias horas.

A jovem de 22 anos estava entre os cinco palestinos mortos em um ataque com drones que teve como alvo sua barraca de campanha; entre os mortos estava sua mãe, de 50 anos, Iman Mohammed Jumaa.

As forças de ocupação sequestraram posteriormente seu corpo depois de atacar o campo com escavadeiras e até hoje se negaram a devolvê-lo a sua família.

Maimouna Abdul Hamid Harasheh

Maimouna Abdul Hamid Harasheh

Maimouna Abdul Hamid Harasheh, da aldeia de Bani Naim, a leste de Al-Jalil, na Cisjordânia ocupada, foi assassinada em 24 de abril de 2024, depois de receber um disparo na cabeça no posto de controle de Beit Anun.

A estudante universitária de 20 anos, que estava se preparando para os exames, foi assassinada a tiros no posto de controle de Beit Anun, conhecido como o “posto de controle da morte”.

Depois de ser atacada deliberadamente, as forças israelenses deixaram Harasheh se dessangrar até a morte e depois sequestraram seu corpo, que permanece em uma morgue militar.

Asmaa Imad Daraghmeh

Asmaa Imad Daraghmeh

Asmaa Imad Daraghmeh foi assassinada pelas forças do regime israelense em 8 de abril de 2024, depois de receber deliberadamente disparos no posto de controle de Tayasir, a leste de Tubas, ao norte da Cisjordânia ocupada.

Daraghmeh, de 17 anos, foi atacada de uma distância de 10 metros (33 pés) apesar de não representar nenhuma ameaça para as forças de ocupação.

Enquanto sangrava na rua, as forças do regime de ocupação bloquearam o acesso a uma ambulância da Meia Lua Vermelha Palestina, obrigando a adolescente a dessangrar-se sem receber atenção médica, e sequestraram seu corpo.

Wafa Abdul Rahman Baradei

Wafa Abdul Rahman Baradei

Wafa Abdul Rahman Baradei foi assassinada pelas forças de ocupação israelenses em 19 de maio de 2021, depois de receber disparos de um colono armado perto do assentamento de ‘Kiryat Arba’ no sul da Cisjordânia ocupada.

O colono afirmou falsamente que Baradei, de 34 anos, da zona de Al-Hallajil, perto da aldeia de Bani Naim, no distrito de Al-Jalil, carregava um revólver e pretendia levar a cabo uma operação no assentamento.

Depois de seu assassinato, as forças de ocupação invadiram sua aldeia, saquearam sua casa e sequestraram seu corpo, negando-se até agora a devolvê-lo a sua família.

Hanadi Tayseer Jaradat

Hanadi Tayseer Jaradat

Hanadi Tayseer Jaradat foi assassinada em 4 de outubro de 2003 em uma operação de martírio que levou a cabo no restaurante Maxim de Haifa, Palestina ocupada.

Esta estudante de Direito de 28 anos da Universidade de Yarmuk, na Jordânia, era membro do movimento de Resistência Yihad Islâmica Palestina, junto com seu irmão Fadi e seu primo Salah, ambos assassinados por um colono sionista em Yenín.

Antes da operação, Jaradat declarou sua intenção de tornar-se a sexta mártir; que transformaria seu corpo em “metralha” explosiva para matar os sionistas e destruir todos os colonos e sionistas. Seu corpo ainda não foi recuperado.

Dareen Abu Eisheh

Dareen Abu Eisheh

Dareen Abu Eisheh foi assassinada em 27 de fevereiro de 2002, depois de levar a cabo uma operação de martírio como parte da Intifada (levantamento) de Al-Aqsa, que deixou seu lugar na história palestina.

A estudante de literatura inglesa de 22 anos na Universidade Nacional An-Najah e ativista do Bloco Islâmico era conhecida por seu ativismo político e sua participação em manifestações contra a ocupação.

Primeiro se aproximou do braço armado do Movimento de Resistência Islâmica da Palestina (HAMAS), as Brigadas al-Qassam, e se ofereceu para fazer parte de suas operações, mas foi rejeitada porque, naquele momento, a interpretação do movimento era que a luta era tarefa dos homens.

Mais tarde, aproximou-se das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa do Al-Fatah, que concordou em armá-la para levar a cabo um ataque no posto de controle de Maccabim, entre a ocupada Al-Quds (Jerusalém) e Telavive.

Queria ser a segunda mulher a levar a cabo uma operação de martírio e “vingar-se do sangue dos mártires e da destruição da santidade da Mesquita Al-Aqsa”, disse em uma mensagem gravada.

Mais tarde foi aclamada como a “filha de todas as facções”, enquanto a ocupação se negava a devolver seus restos, enterrando-a no “cemitério dos números”.

Wafaa Idris

Wafaa Idris

Wafaa Idris se tornou a primeira mulher palestina mártir em 21 de janeiro de 2002, depois de levar a cabo uma operação de martírio contra as forças de ocupação israelenses em Telavive.

A jovem de 28 anos era uma ativista do Al-Fatah e refugiada do campo de refugiados de Al-Amari em Ramalá, Cisjordânia ocupada.

Idris, que fez parte do comitê de mulheres do Al-Fatah durante a primeira Intifada, formou-se posteriormente como médica e se ofereceu como voluntária à Sociedade da Meia Lua Vermelha Palestina.

Finalmente uniu-se às Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa e levou a cabo uma operação no centro de Telavive. Seus restos foram enterrados no “cemitério dos números”.

Labiba Faze Sawafta

Labiba Faze’ Sawafta morreu quando as forças israelenses abriram fogo direto contra ela no posto de controle de Hamra, ao norte do ocupado vale do Jordão, na Cisjordânia ocupada.

A mulher palestina de 43 anos, de Tubas, foi acusada de tentar uma operação de apunhalamento em represália pela guerra do regime israelense contra os palestinos na bloqueada Faixa de Gaza.

Deixaram-na morrer e seu corpo foi sequestrado pelas forças do regime.

Dalal al-Mughrabi

Dalal al-Mughrabi

Dalal al-Mughrabi, figura emblemática do movimento de Resistência palestino, nasceu no campo de refugiados de Sabra, no Líbano, de pai palestino e mãe libanesa.

Formou-se enfermeira e se uniu ao Al-Fatah e ao movimento de libertação palestino em 1975, na idade precoce de 16 anos. Al-Mughrabi liderou um grupo de 11 combatentes palestinos e libaneses em uma missão para entrar na Palestina ocupada e atacar o ministério de assuntos militares do regime ou o parlamento sionista.

Em um caso clássico da “doutrina de Aníbal” sionista, o ônibus que os combatentes palestinos tinham tomado foi explodido pelas forças do regime por um helicóptero artilhado, matando 38 colonos que tinham sido feitos cativos e 9 combatentes da Resistência, inclusive Al-Mughrabi.

Seu corpo devia ser devolvido a sua família em 2008 como parte de um acordo de intercâmbio de prisioneiros com o Movimento de Resistência Islâmica do Líbano (Hezbollah), mas o regime alegou que não podia “localizar seu corpo” no “cemitério dos números” e enviou em seu lugar um ataúde com pedras.

Enquanto isso, em meio à guerra genocida em Gaza, um total de 11.207 mulheres foram assassinadas.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Redação HispanTV

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