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EUA se articulam para barrar Cuba, Venezuela e Nicarágua da Assembleia Geral da ONU

Embora configure uma violação aberta às leis que regem as relações internacionais, estratégia é clássica e já foi usado por Washington antes
Arleen Rodríguez Derivet
Cubadebate
Havana

Tradução:

Uma nova e muito perigosa campanha contra a esquerda latino-americana acaba de começar nos Estados Unidos. De acordo com El Nuevo Herald, no último dia 24/08, o senador da Flórida Rick Scott pediu ao presidente Joe Biden para negar vistos aos líderes de Cuba, Venezuela e Nicarágua e suas respectivas delegações para que não possam viajar a Nova York para participar da Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro.

Na carta obtida pelo Herald, o republicano da Flórida instou o presidente a “defender a liberdade e a democracia na América Latina e fazer a coisa certa para proteger os interesses de segurança dos Estados Unidos, negando a entrada a esses três bandidos e seus comparsas”.

Na opinião de Reinier Duardo, esta já é uma estratégia clássica: um senador de extrema-direita pede ao presidente do país anfitrião da ONU que evite a presença de presidentes de esquerda no país. Não importa que se trate de uma violação aberta das leis que regem as relações internacionais. Uma campanha será realizada e já aconteceu mais de uma vez que os Estados Unidos obstruem, dificultam e criam problemas para os representantes legais de outros países.

Depois apelam para argumentos de sua própria autoria de que “eles são países que patrocinam o terrorismo” e outras invenções do gênero. O objetivo é impedir que as vozes dessas nações sejam ouvidas na ONU.

Embora configure uma violação aberta às leis que regem as relações internacionais, estratégia é clássica e já foi usado por Washington antes

Montagem
Estados Unidos não podem impedir, mas bloqueiam, obstruem e pressionam as delegações

Na notícia, foi lembrado que desde 1960 eles atentam contra a Revolução, como a recusa de acomodar a delegação cubana no hotel planejado. Fidel disse então que eles seriam instalados em barracas nos jardins da ONU e foi quando a solidariedade do bairro negro de Harlem os acomodou no Hotel Theresa, em um episódio que faria história.

Fizeram história da mesma forma todos os seus discursos no pódio da Assembleia Geral, ao qual se somariam outros momentos lendários com Che, Roa e mais tarde Chávez, Correa, Evo e outros líderes latino-americanos. 

Os Estados Unidos não podem impedir, mas bloqueiam, obstruem e pressionam as delegações. E a carta do senador republicano é um aviso de que eles tentarão fazer isso novamente.

A verdade mata a mentira

O programa começou com um comentário sobre o evidente declínio no nível de notícias falsas sobre Cuba. No lado negativo, os comentários, insultos, grosserias e as matrizes de opinião do estado falido, “socialismo é pobreza”, “eu odeio o comunismo” permanecem, mas é evidente que o volume de mentiras caiu.

Na opinião do analista, há vários fatores que convergem em um fato: a verdade é uma força muito poderosa. E desde os dias do incêndio em Matanzas, a mídia pública cubana tem preenchido cada espaço com a verdade, deixando pouco ou nenhum espaço para as invenções falsas.

Mais tarde, as medidas no mercado de divisas e no comércio exterior e interno foram amplamente explicadas e, mais recentemente, a explicação ampla e profunda das causas da crise na geração de eletricidade confirmou que uma informação pública mais imediata e transparente neutraliza as tentativas de distorcer a realidade.

Como exemplo, destacou-se a coletiva de imprensa do Dr. Jorge González sobre os companheiros mortos no cumprimento do dever no incêndio de Matanzas. Dificilmente há uma notícia mais dura, mas foi divulgada com absoluta transparência e imediatismo, evitando especulações sobre uma questão tão sensível. A informação mata a desinformação. E a verdade mata a mentira.

O que não diminuiu em nada é a campanha contra o socialismo; a guerra midiática contra tudo o que significa um giro para a esquerda ou mesmo para o centro.

Nas últimas horas, a notícia foi o assédio contra Cristina Fernández na Argentina, para quem outra lei ou processo judicial está sendo preparado para impedi-la de se tornar presidenta no próximo mandato. Assim como o assédio ao qual está sendo submetida pelo FBI, a Brigada Juan Rius Rivera em Porto Rico. Aproximadamente o mesmo que está sendo orquestrado contra Carlos Lazo, intimidando qualquer um que se atreva a expressar qualquer aproximação ou simpatia pela esquerda e pelo progressismo. A “direitização” vem da Europa, mas se alastra especialmente na direita estadunidense. Imagine os republicanos atacando Biden acusando-o de ser um marxista.

As primárias para as eleições que garantem o dinheiro do contribuinte estão concentrando os debates atualmente na política interna. E como nenhum dos lados tem propostas interessantes para o povo, eles se acusam mutuamente de algo que nem sabem o que significa.

Enquanto isso, nos canais do YouTube dos detratores só se encontra bobagens, banalidades e muita vulgaridade. Esperamos que um dia não tenhamos sequer quis ouvi-los para desmenti-los. Hoje eles caíram sob o fogo da verdade. Que assim seja, mesmo que a falta de mentiras nos deixe sem tópico para confrontar.

Arleen Rodríguez Derivet | Cuba Debate
Tradução e edição : Carmen Diniz | Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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