Tiros para o ar, coronhadas e outras agressões foram os meios utilizados neste sábado (13) pelas autoridades talibãs para dispersar uma manifestação organizada por mulheres em Cabul. Elas exigiam direito ao trabalho, à educação e liberdade de movimentos e para protestar contra a situação de fome que se vive no Afeganistão.
Aproximadamente 40 afegãs saíram às ruas num protesto pacífico perto do edifício do Ministério da Educação com palavras de ordem como “comida, trabalho e liberdade” ou “justiça, justiça, estamos fartas de ignorância”. A resposta dos talibãs foi visível em vários vídeos publicados nas redes sociais, em que se veem disparos para o ar e agressões de coronhada às mulheres. A agência de notícias francesa AFP relata que também houve jornalistas agredidos.
À correspondente da Deutsche Welle, Sandra Petersmann, Zholia Parsi, uma das organizadoras do protesto, confirmou que “infelizmente, os talibãs dos serviços secretos vieram e dispararam para o ar”, “dispersaram as mulheres, rasgaram as nossas faixas e confiscaram os celulares de muitas”.
Captura de tela – Sandra Petersmann/Twitter
Há aproximadamente um ano, o Talibã declarou que garantiria o respeito pelas mulheres, mas a realidade desmentiu a promessa
A ativista disse também que “se os talibãs querem silenciar esta voz, não é possível. Protestaremos a partir de casa”. As autoridades atualmente no poder no Afeganistão de fato têm tentado silenciar as mulheres. Depois dos primeiros protestos logo após a tomada do poder, as organizadoras das manifestações têm sido presas.
Afghan women assembled in Kabul today to protest for their rights: Education. Freedom. Work. Food. 1/2 pic.twitter.com/xYjd9F6xNq
— Sandra Petersmann (@PetersmannS) August 13, 2022
Esta manifestação acontece nas vésperas de se completar um ano da tomada de Cabul pelos talibãs em meio à derrocada do governo apoiado pelos EUA e da retirada das tropas estadunidenses que estavam no Afeganistão a sustentar o regime. Na época, as declarações dos responsáveis pelo movimento garantiam respeito pelas mulheres, mas a realidade desmentiu a promessa: o ensino secundário a mulheres foi vedado, assim como o acesso a muitas profissões. O direito de viajarem foi limitado, com a proibição de viajarem sozinhas em deslocações mais longas, e também foi decretada a obrigatoriedade de cobrir a face em público.
Redação Esquerda.net
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