Pesquisar
Pesquisar

Bolsonarista Jorge Guaranho vira réu por homicídio; justiça descarta crime político

Apesar da motivação política, Ministério Público do Paraná declarou que assassino não feriu o Estado democrático de direito
Priscila Lobregatte
Portal Vermelho
São Paulo (SP)

Tradução:

O bolsonarista José da Rocha Guaranho, que matou o tesoureiro petista Marcelo Arruda em Foz do Iguaçu (PR) no dia 9, virou réu e responderá por homicídio duplamente qualificado (motivo fútil e perigo comum) após a Justiça acolher a denúncia feita pelo Ministério Público do Paraná na quarta-feira (20). 

A pena prevista para esse tipo de homicídio é de 12 a 30 anos de prisão e a competência para julgar é do Tribunal do Júri, por envolver crime doloso contra a vida. 

Assista na TV Diálogos do Sul

Guaranho foi intimado pelo juiz Gustavo Germano Francisco Arguello a se defender por escrito em até dez dias. Ele teve alta da UTI na terça-feira (19) e está consciente, mas continua no hospital.

Ao denunciar o bolsonarista, o Ministério Público classificou como motivação fútil as “preferências político-partidárias antagônicas” do assassino e da vítima e disse que apesar da motivação política, Guaranho não feriu o Estado democrático de direito.

Apesar da motivação política, Ministério Público do Paraná declarou que assassino não feriu o Estado democrático de direito

Redes Sociais
MP apontou que antes de disparar contra Arruda, o bolsonarista disse que “petista vai tudo morrer”

Motivação política

Segundo o promotor Tiago Lisboa Mendonça, “embora a gente reconheça a motivação política dele (Guaranho), em razão dessa divergência no campo político-partidário — isso é evidente, está mais do que claro —, nós não temos, de outro lado, a lesão ao bem jurídico específico que é o Estado como ente político”. A conduta do Guaranho, acrescentou, “atinge outro bem jurídico que é a vida, e não o Estado como um ente político”.

O promotor disse, ainda, tratar-se de “gravíssimo crime de homicídio consumado, duplamente qualificado, notoriamente praticado em razão de divergência político-partidária, o que torna o motivo fútil e que expôs a perigo terceiras pessoas”. 

Ainda há laudos complementares sendo feitos, o que, segundo o MP, não interferiu na apresentação da denúncia neste momento, mas será preciso aguardar a conclusão desses laudos para avaliar se a acusação será revisada. 

A delegada Camila Cecconello, que investigava o caso, defendeu que o retorno de Guaranho ao local da festa, quando matou Arruda, se deu pelo fato de que o bolsonarista teria se sentido humilhado. “Não há provas de que ele voltou para cometer crime político. É difícil falar que ele matou pelo fato de a vítima ser petista”, declarou a delegada. 

Cannabrava | É o Estado fascista que aperta o gatilho contra Marcelos, Marielles, Ágathas

Já o procurador do MP-PR apontou: “entendemos que esse retorno se deu em razão desse mesmo motivo fútil que integra toda a conduta. Nós não podemos desmembrar a conduta do agente como fútil ou torpe e no outro momento entender que essa motivação foi por um sentimento de humilhação”. 

O MP apontou ainda que antes de disparar contra Arruda, o bolsonarista disse que “petista vai tudo morrer”. Também foi citado que uma das testemunhas declarou que antes de cometer o crime, Guaranho gritou “aqui é Bolsonaro”. 

Priscila Lobregatte | Portal Vermelho


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

Assista na TV Diálogos do Sul


Se você chegou até aqui é porque valoriza o conteúdo jornalístico e de qualidade.

A Diálogos do Sul é herdeira virtual da Revista Cadernos do Terceiro Mundo. Como defensores deste legado, todos os nossos conteúdos se pautam pela mesma ética e qualidade de produção jornalística.

Você pode apoiar a revista Diálogos do Sul de diversas formas. Veja como:

  • PIX CNPJ: 58.726.829/0001-56 

  • Cartão de crédito no Catarse: acesse aqui
  • Boletoacesse aqui
  • Assinatura pelo Paypalacesse aqui
  • Transferência bancária
    Nova Sociedade
    Banco Itaú
    Agência – 0713
    Conta Corrente – 24192-5
    CNPJ: 58726829/0001-56

       Por favor, enviar o comprovante para o e-mail: assinaturas@websul.org.br 


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Priscila Lobregatte

LEIA tAMBÉM

Modelo falido polarização geopolítica e omissão de potências condenam G20 ao fracasso (2)
Modelo falido: polarização geopolítica e omissão de potências condenam G20 ao fracasso
Nova Lava Jato “Intromissão” dos EUA na compra de caças suecos é só a ponta do iceberg
Nova Lava Jato? “Intromissão” dos EUA na compra de caças suecos é só a ponta do iceberg
Do Fórum Social Mundial ao G20 Social Lula reinventa participação popular global
Do Fórum Social Mundial ao G20 Social: Lula reinventa participação popular global
album-referente-aos-festejos-nacionais-do-5o-aniversario-da-proclamacao-da-d4c858
Golpe e proclamação da República: a consolidação do liberalismo econômico no Brasil