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Vamos escolher políticas que destruíram planeta ou solidariedade?, indaga Cuba na ONU

O presidente de Cuba, Diaz-Canel, apelou por “uma mudança de paradigma e pela transformação da ordem internacional profundamente desigual e antidemocrática
David Brooks
La Jornada
Nova York

Tradução:

Um dos países menores, mas historicamente entre os mais poderosos nesta sede mundial colocou a conjuntura atual como a que obriga a decidir entre a continuação das políticas que levaram o planeta a estas condições, incluindo as da pandemia e da mudança climática ou optar pela solidariedade para em bem coletivo.  

O presidente de Cuba, Miguel Diaz-Canel, apelou por “uma mudança de paradigma e pela transformação da ordem internacional profundamente desigual e antidemocrática, que antepõe o egoísmo e os interesses mesquinhos de uma minoria às legítimas aspirações de milhões de seres humanos”. 

E agregou: “não nos cansaremos de repetir que devem cessar o desperdício e os irracionais padrões de produção e consumo do capitalismo, depredadores do meio ambiente e causadores da mudança climática, que ameaça a existência da espécie humana. O esforço deve ser coletivo, mas os países desenvolvidos têm a obrigação moral de assumir a mais alta responsabilidade por ser os principais causadores da situação atual e dispor dos recursos para isso”.  

Diante disse, afirmou que “há que lutar para que prevaleçam a solidariedade, a cooperação e o respeito mútuo se queremos dar uma resposta efetiva às necessidades e anseios de todos os povos, e preservar o mais valioso: a vida e a dignidade humanas. Nossos povos têm o direito de viver em paz e em segurança, ao desenvolvimento, ao bem-estar e à justiça social”. 

Ao mesmo tempo, acusou que através de medidas de “coerção econômica” o governo dos Estados Unidos “ameaçam, extorquem e pressionam Estados soberanos para que se pronunciem e atuem contra aqueles que identifica como adversários”. Incluindo esforços para promover as mudanças de regime.

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Denunciou que “o mais cruel e prolongado bloqueio econômico, comercial e financeiros que se tenha aplicado contra nação alguma, tem recrudescido de modo oportunista e criminoso em meio à pandemia, e a atual administração democrata mantém vigente, sem mudança, as 243 medidas de coerção adotadas pelo governo de Donald Trump, incluindo a incorporação de Cuba à espúria e imoral lista de países que supostamente patrocinam o terrorismo”. 

Qualificou esta atual agressão como “uma guerra não convencional” que se trava inclusive através de campanhas de manipulação e engano empregando ferramentas digitais “para projetar interna e externamente, uma imagem absolutamente falsa da realidade cubana, semear confusão, desestabilizar, desacreditar o país e justificar a doutrina de mudança de regime”. 

Concluiu que “têm feito de tudo para apagar a Revolução cubana do mapa político de mundo. Não aceitam alternativas ao modelo que concebem para seu quintal”. 

Os Estados Unidos, apontou, “costumam usar o termo comunidade internacional para definir o pequeno grupo de governos que acompanha sem questionar jamais a vontade de Washington”.   

Declarou inaceitável questionar o direito de todo Estado “a desenvolver o sistema político, econômica, social e cultural soberanamente eleito por seu povo”. 

Diante disso, a resposta cubana tem sido a solidariedade. Díaz-Canel declarou que “praticamos a solidariedade desinteressada com os que necessitam de nosso apoio e também a recebemos agradecidos de governos, povos, amigos e da comunidade cubana no exterior”.

Como exemplo disso, recordou que Cuba enviou mais de 4.900 colaboradores, organizados em 57 brigadas médicas a 40 países e territórios afetados pela Covid-19”. Ao mesmo tempo, celebrou que os cientistas cubanos tenham desenvolvido, sob condições sumamente adversas, três vacinas, com as quais se espera imunizar toda a população da ilha até o final deste ano. 

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Ressaltou os esforços para promover as iniciativas para a integração da América Latina e o Caribe para trabalhar de maneira independente diante “das pretensões de reimpor a Doutrina Monroe e a dominação neocolonial”

Concluiu: “Ratificamos a determinação de Cuba de continuar a expor com clareza suas verdades, por mais que incomodem, a defender os princípios e valores em que acreditamos, a apoiar causas justas, a enfrentar os abusos, como enfrentamos agressões estrangeiras, ao colonialismo, racismo e apartheid, e lutar incansavelmente por maior justiça, prosperidade e desenvolvimento de nossos povos que merecem um mundo melhor ”.

David Brooks, correspondente – La Jornada

La Jornada, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.

Tradução: Beatriz Cannabrava


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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David Brooks Correspondente do La Jornada nos EUA desde 1992, é autor de vários trabalhos acadêmicos e em 1988 fundou o Programa Diálogos México-EUA, que promoveu um intercâmbio bilateral entre setores sociais nacionais desses países sobre integração econômica. Foi também pesquisador sênior e membro fundador do Centro Latino-americano de Estudos Estratégicos (CLEE), na Cidade do México.

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