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ToggleCalcula-se que até 40 mil crianças indígenas morreram nos internatos estadunidenses como resultados de maus tratos, mas o governo federal diz que não sabe quantas crianças frequentaram as escolas, quantos morreram ou se extraviaram, nem quantas escolas existiram, reportou Reuters.
Sabe-se que existem pelo menos 73 escolas desse tipo para indígenas estadunidenses — de um total original de mais de 500. A nova secretária do Interior, Deb Haaland, a primeira indígena em um gabinete, declarou no mês passado que o governo investigará pela primeira vez histórias dos internatos para indígenas e buscará os restos dos alunos que morreram neles.
Essa história obscura pouco documentada começou em 1819 com o governo estadunidense removendo à força crianças indígenas de suas tribos para enviá-los a essas escolas — até hoje não se sabe o paradeiro de dezenas de milhares deles.
A série Anne com E retrata um pouco desta história em sua terceira temporada. Neste vídeo, o apresentador explica o que aconteceu com a personagem Ka’kwet. Apesar de a série se passar no Canadá, o contexto é bem semelhante1.
As separações forçadas de crianças de famílias imigrantes ordenadas pelo governo de Donald Trump começaram um ano antes que se reportou, informa o Washington Post.
Entre julho e dezembro de 2017, 234 famílias foram separadas em Yuma, algo que não se sabia anteriormente. Alguns dos menores separados eram bebês, como um de apenas 10 meses.
Wikipedia
Entre 1879 e 1918, ao menos 10 mil indígenas estadunidenses de 140 aldeias foram para a Escola Industrial de Carlisle, na Pensilvânia
Mudança climática, racismo e nazismo
Ambientalistas e dreamers juntos: os jovens do Sunrise Movement se somaram aos de United We Dream para demandar que se inclua tanto fundos para combater a mudança climática como um caminho para a cidadania dos dreamers, diaristas e trabalhadores essenciais no projeto de lei orçamentária perante o Congresso sob o lema: “Sem clima não há acordo, sem cidadania não há acordo”. Apontaram que um dos principais fatores que promovem a migração é a mudança climática.
Tommie Lee, o atleta olímpico que com John Carlos, levantou seu punho em protesto contra o racismo nos Estados Unidos e em solidariedade com a luta pela igualdade no mundo nas Olimpíadas de 1968, no México, comentou que esperava mais expressões parecidas nos Jogos Olímpicos que estão para estrear no Japão: “Espero que mais atletas… fiquem em pé e façam um movimento para a exaltação da liberdade”, declarou.
O chefe do estado-maior, o general Mark Milley, preparou com outros comandantes um plano para evitar que Trump tentasse um golpe do Estado após ter perdido a eleição em meio do que o militar qualificou como um “momento Reichstag” e opinou que o presidente estará promovendo o “evangelho do Führer”, segundo o novo livro I Alone Can Fix It escrito por dois jornalistas do Washington Post.
Afeganistão, guerra contra o terror e terrorismo interno
Biden, ao declarar a fase final de operações militares no Afeganistão — a guerra mais longa da história estadunidense — está fechando o primeiro capítulo da chamada “guerra contra o terror”.
Em parte isso é possível porque os Estados Unidos não sofreram outro atentado “terrorista” promovido a partir do exterior desde 11 de setembro de 2001.
Agora, segundo agências de inteligência estadunidenses, a secretaria de Segurança Interna (criada na era pós 11 de setembro) e o Procurador Geral, a principal ameaça terrorista agora provém do interior do país por “extremistas violentos” racistas estadunidenses. Grande avanço.
Redução de encarceramentos e Sanders
Em várias cidades, incluindo Boston e Baltimore, realizou-se uma experiência para reduzir o encarceramento: as autoridades deixaram de julgar delitos menores não violentos e com isso se reduziu a taxa de crimes em geral — o músico David Byrne investigou isto.
Bernie Sanders “mudou todo o debate na capital da nação… buscando levar seu partido de regresso às suas raízes na classe trabalhadora e guiar o presidente Biden em uma direção mais audaz e progressista” conclui a veterana colunista Maureen Dowd do New York Times.
“Um presidente e um senador que estão por completar 80 anos, homens que foram subestimados e descartados por anos em círculos democratas, estão fazendo uma equipe para transformar o país”, concluiu.
Só alguns claro-escuros que pintam os dias nos Estados Unidos.
Bônus musical – Tina Turner | Proud Mary.
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Notas:
1 Nota da edição
David Brooks, correspondente de La Jornada em Nova York
La Jornada, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.
Tradução: Beatriz Cannabrava
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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