Conteúdo da página
ToggleO ex-presidente sul-africano Jacob Zuma entregou-se na semana passada para cumprir uma pena de 15 meses de prisão decretada pelo Tribunal Constitucional do país.
Em causa está a recusa de Zuma em obedecer às intimações para testemunhar junto da comissão que investiga casos de corrupção ocorridos durante os nove anos da sua presidência.
Subiu para 32 mortos o balanço dos graves tumultos que se seguiram à prisão do líder sul-africano por desobediência à justiça
Mas com a entrada de Zuma da prisão, saíram às ruas os seus apoiantes, o que tem colocado o país a ferro e fogo nos últimos seis dias.
As manifestações de protesto rapidamente passaram a cortes de estradas, saques a lojas e centros comerciais e enfrentamentos armados com a polícia.
As províncias de Gauteng, onde se situa Joanesburgo, e do Kwazulu-Natal têm sido o epicentro da violência.
Prensa Latina
Zuma tem sempre defendido que as acusações de corrupção são fruto de um ataque com motivações políticas
Oportunismo
Na últma segunda-feira (12), o atual presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, apelou à calma e classificou os protestos como “atos de criminalidade oportunista, com grupos de pessoas a instigarem o caos apenas para servir de cobertura aos roubos e saques”.
Ele anunciou a prisão de quase 500 pessoas nas duas províncias, avisando que tanto o processo de vacinação como o abastecimento de comida e medicamentos podem sofrer interrupções nas próximas semanas devido aos assaltos a farmácias e estabelecimentos comerciais. O exército foi chamado a ajudar a polícia na repressão dos motins.
Em 2018, Cyril Ramaphosa afastou Jacob Zuma da liderança do ANC e da presidência do país, quando este já se encontrava pressionado pelas sucessivas denúncias de casos de corrupção que o envolviam diretamente.
Simbolismo
Esta é a primeira vez desde o fim do apartheid que um ex-presidente sul-africano é preso.
O simbolismo é ainda maior por Zuma ter estado preso pelo regime racista, cumprindo dez anos de prisão em Robben Island com Nelson Mandela por tentativa de derrubar o governo na década de 1960.
Zuma tem sempre defendido que as acusações de corrupção são fruto de um ataque com motivações políticas, apesar de estas o terem acompanhado tanto nos seus mandatos presidenciais, de 2009 a 2018, como até antes, em 2005, quando o então presidente Thabo Mbeki o demitiu do cargo de presidente-adjunto por esse motivo.
Dois anos depois a justiça ilibou-o das acusações e foi Zuma a afastar Mbeki da liderança do partido e do país. Aos 79 anos, conserva um núcleo de apoiantes significativo e que não se restringe à sua província do do Kwazulu-Natal.
Redação Esquerda.net
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
Assista na Tv Diálogos do Sul
Se você chegou até aqui é porque valoriza o conteúdo jornalístico e de qualidade.
A Diálogos do Sul é herdeira virtual da Revista Cadernos do Terceiro Mundo. Como defensores deste legado, todos os nossos conteúdos se pautam pela mesma ética e qualidade de produção jornalística.
Você pode apoiar a revista Diálogos do Sul de diversas formas. Veja como:
- Cartão de crédito no Catarse: acesse aqui
- Boleto: acesse aqui
- Assinatura pelo Paypal: acesse aqui
- Transferência bancária
Nova Sociedade
Banco Itaú
Agência – 0713
Conta Corrente – 24192-5
CNPJ: 58726829/0001-56
Por favor, enviar o comprovante para o e-mail: assinaturas@websul.org.br - Receba nossa newsletter semanal com o resumo da semana: acesse aqui
- Acompanhe nossas redes sociais:
YouTube
Twitter
Facebook
Instagram
WhatsApp
Telegram