Só há um roteiro correto para o tratamento precoce capaz de vencer a pandemia e prevenir contra o covid:
– Vacinação para todas as pessoas que podem ser vacinadas
– Uso e higienização continuados com álcool em gel;
– Distanciamento social.
E, para esses procedimentos torna-se indispensável:
– Auxilio emergencial de pelo menos 600 reais para todas as pessoas, enquanto durar a pandemia;
– Apoio financeiro para os pequenos negócios rurais e urbanos, enquanto durar a pandemia.
Em contrapartida há propaganda enganosa, infelizmente corroborada por autoridades de Executivos, Legislativos, Judiciário e especialmente do Ministério Público. Há setores do Ministério Público que ameaçam de providências judiciais para governos que não adotam o que chamam de tratamento precoce, como se fossem técnicos da área médica.
Não considero que esses poderes e o Ministério Público como instituição sejam os problemas, mas personagens que determinam o uso do “kit tratamento precoce” muitas vezes falando em seus nomes, representam o receituário indevido.
Como membros efetivos dessas instituições há divulgadores que exigem a aplicação desses medicamentos. Em especial há setores técnicos que deveriam adotar procedimentos com base em postura científica, no entanto defendem o tal kit montado pelo governo federal.
O tratamento com o coquetel do ¨kit covid é composto por dois antibióticos, um vermífugo e remédio antimalária. Na maioria das vezes, quem recomenda são pessoas sem formação técnica para prescrever o uso de medicamentos, praticando medicina sem competência, “prática indevida de profissão?”
Palácio do Planalto
O governo bolsonaro tem se mostrado negacionista com informações básicas a Covid-19.
O pior, é que esse “kit covid” tem sido aconselhado para todos os níveis de “prevenção”, desde adultos infectados até todas as idades. Ao contrário, há profissionais “intensivistas” em UTIS afirmando que grande parte dos óbitos acontecem com pessoas que adotaram tais procedimentos e uso dos medicamentos recomendados no Kit. Isso, quando não há o agravamento com doenças e efeitos colaterais e até mesmo óbitos, resultantes desses usos medicamentosos.
A doença em formato de pandemia gera muitas inseguranças, dúvidas e medos nos pacientes e seus familiares. Essa insegurança com enormes sofrimentos mentais levam as pessoas a se curvarem à recomendação e uso desse “kit”. Trata-se da fragilidade de quem está doente e nas mãos de quem se espera a adoção de medidas corretas.
Ao invés de adotar providências que sejam compatíveis sobre o ponto de vista dos cientistas, o governo federal preferiu usar dessa política de aplicação dos kits. Ao invés de comprar vacinas, pagou e mandou fabricar cloroquina.
Haveria que se adotar testagem e utilizar as equipes de saúde das famílias para acompanhar os contaminados e as pessoas com as quais tiveram contato, procedimento que permitiria o isolamento e o distanciamento social.
A instalação da CPI da pandemia deveria ocorrer nesta semana, no âmbito do Senado Federal colocando luzes sobre a política “negacionista” adotada pelo governo federal. Daí o desespero do governo federal e seus apoiadores para a escolha de Presidente, Vice Presidente e Relator desse processo que ocorrerá no parlamento.
Para a “glória” dos governistas, a sessão de eleição dos cargos de direção da CPI foi transferida para a próxima semana. Com essa manobra, o que se pretende é “sangrar” o nome de Renan Calheiros que, neste momento está pactuado com a maioria dos membros da CPI para ser seu Relator.
Uma CPI que foi proposta para verificar o que cabe diretamente ao Senado, ou seja, analisar os procedimentos do Governo Federal, foi ampliada para verificar o que foi feito com os recursos repassados do governo federal para Estados e Municípios.
É evidente que essa apuração também tem sua importância, mas bastaria neste momento ficar sob a responsabilidade dos Tribunais de Contas, Assembleias Legislativas e Câmaras Municiais, com os compromissos do Ministério Público.
A ampliação dos pontos a serem fiscalizados pela CPI serviu para gerar imbróglio processual e dificuldades nas apurações estendendo em muito seus objetivos. Trata-se de manobra. Em vista dos medos do governo Bolsonaro para a apuração de seus desvios não apenas financeiros, mas da ação de impedir que se faça um verdadeiro controle para reter a evolução das contaminações e dos óbitos.
Neste momento é exatamente isso que está em verificação: a quem cabe a responsabilidade pela falta de controle da pandemia e suas consequências. O que levou a essa falta de uma coordenação geral, federal para planejar e executar os controles necessários? A quem cabem as responsabilidades por tanta negligência e tanto sofrimento praticado contra a população brasileira?
Mais do que procurar responsáveis, espera-se dessa CPI que traga luzes sobre os procedimentos que não foram adotados e quais serão efetivamente implantados a partir de agora. O quer fazer para controlar a pandemia, reduzir os números de contaminados e de óbitos.
O Brasil não pode continuar sendo visto como o centro mundial da irradiação da doença. Depois de se tornar em um País respeitado como a 6ª. Economia do Mundo, com redução da pobreza, saindo do Mapa da Fome, cartografado pela ONU, o Brasil se tornou no território que gera medo para as populações do Mundo. Brasileiros passaram a ser estigmatizados e impedidos de viajar para muitos países que suspenderam os voos daqui procedentes.
O Brasil não merece isso! Temos que sair desse estigma que só foi possível gravar em nosso país, mediante um governo fracassado e sem perspectivas para nossa população.
Na concepção do economista Paulo Nogueira Batista o governo Bolsonaro está “nas cordas”, então é hora de ir na sua “jugular”. Para derrotar esse governo antipopular é indispensável que as forças políticas das esquerdas no Congresso Nacional decidam o assunto pela CPI da Pandemia, com determinação e arrojo, obedecendo os princípios éticos.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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