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ToggleA decisão do lavajatista Edson Fachin, ministro do Supremo Tribunal Federal, de anular as condenações arbitrárias contra o ex-presidente Lula repercutiu com força na mídia brasileira e internacional. Mas de forma bem diferente. Os “calunistas” nativos dos jornais, rádios e tevês estão indignados, quase histéricos.
Porta-voz da Lava-Jato – operação que aplainou o terreno para o golpe do impeachment contra Dilma Rousseff, a prisão de Lula e a ascensão ao poder do fascista Jair Bolsonaro –, a mídia não aceita a anulação do injusto processo. Até hoje, ela trata o juizeco Sergio Moro como um herói – e até aposta na sua candidatura presidencial.
Os “calunistas” da imprensa nativa
Os “calunistas” da imprensa falsamente moralista – como Merval Pereira, Míriam Leitão, Eliane Cantanhêde e tantos outros – não gostaram da decisão que permite que Lula recupere seus direitos políticos e seja candidato em 2022. Eles estavam empenhados na tal “candidatura de centro” – tipo o global Luciano Huck ou o próprio Sergio Moro.
A possível volta de Lula ao jogo eleitoral e a aventada suspeição do juizeco da Lava-Jato – que ganhou de presentinho pelos serviços sujos prestados um cargo no laranjal bolsonariano e depois foi defecado – alteram o quadro político. E isto incomoda a mídia burguesa – inclusive aquela que é perseguida pelo neofascista, mas tem ódio das esquerdas.
Ricardo Stuckert
Os destaques na imprensa internacional
Já na mídia mundial, a repercussão foi outra – mais objetiva, menos direitista. Vale conferir o levantamento feito por Olímpio Cruz sobre a cobertura dos principais jornais do planeta. “Eles colocam o país novamente sob o foco das atenções”, no momento em que ele só era citado pela ação genocida de Bolsonaro diante da pandemia da Covid-19.
O jornal ianque New York Times afirma que a decisão do ministro do STF que recoloca Lula na disputa presidencial tem “potencial para remodelar o futuro político do Brasil”. Lembra que o juiz Sergio Moro, que condenou o líder petista, deixou a magistratura logo após a posse de Jair Bolsonaro e ingressou no governo como superministro da Justiça.
O diário espanhol El País destaca o “alcance judicial e político” da sentença de Edson Fachin. O influente diário da Catalunha, La Vanguardia, afirma que a decisão é “uma verdadeira bomba política” e que, agora, o “ex-presidente tem o direito de se candidatar”.
“E aqui está Lula de novo”, afirma jornal francês
O francês Libération destaca: “E aqui está Lula de novo”, colocando o líder petista como principal rival do fascista Jair Bolsonaro. Já o jornal L’Humanité dá a principal manchete do dia à decisão e resgata entrevistas do ex-presidente e de Dilma Rousseff sobre a conjuntura brasileira, desde o golpe até a ascensão do líder da extrema-direita nacional.
Já o também francês Le Monde trata a decisão como “um trovão no céu político já carregado”. E explica: “O anúncio marca uma virada em um ciclo judicial de sete anos, que viu o histórico líder de esquerda brasileiro repetidamente condenado por corrupção e forçado a passar 580 dias na prisão entre abril de 2018 e novembro de 2019”.
O britânico Financial Times informa que Edson Fachin anulou todas as condenações por corrupção de Lula e que ela pode abrir caminho para que o líder da esquerda brasileira encene um retorno político nas próximas eleições. Segundo o jornal, a “surpreendente anulação” coloca “o velho inimigo de Bolsonaro a assombrá-lo”.
A mídia na América Latina
Já o colunista Nelson de Sá, da Folha, registrou a cobertura da mídia na América Latina. Ele cita os argentinos Clarín e La Nación, o colombiano El Tiempo e o chileno La Tercera, entre outros. Todos destacaram a anulação das condenações de Lula e seu provável retorno à disputa eleitoral no Brasil. Ele ainda acrescenta a sua nota:
“Pelo Twitter, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, afirmou que ‘celebra’ o retorno dos direitos políticos de Lula. ‘Foram anuladas as sentenças proferidas com o único propósito de persegui-lo e eliminá-lo da carreira política’, escreveu. Também publicaram mensagens de apoio ao ex-presidente os líderes do espanhol Podemos, Pablo Iglesias, e da esquerda francesa, Jean-Luc Mélenchon. E a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, se declarou ‘tão feliz!’, porque ‘fez-se Justiça para Lula’.
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