Por determinação de Nicolás Maduro, a Venezuela está ajudando o Brasil na crise sanitária de Manaus, com o envio de milhares de litros de oxigênio, 107 médicos, além de materiais e insumos hospitalares para a capital do Amazonas. Mas Jair Bolsonaro menosprezou a ajuda. Disseminando desinformação, afirmou que partiu somente da multinacional de gás White Martins.
“Agora se fala que a Venezuela está fornecendo oxigênio para Manaus. É White Martins, é uma empresa multinacional que está lá também. Agora, se o Maduro quiser fornecer oxigênio para nós, vamos receber, sem problema nenhum. Agora, ele poderia dar auxílio emergencial para o seu povo também. O salário mínimo lá não compra meio quilo de arroz. Não tem mais cachorro lá, por que será? Alguma peste? Comeram os cachorros todos. Comeram os gatos todos”, criticou, hoje, Bolsonaro.
A empresa de gás que é a principal fornecedora de oxigênio líquido médico para a capital amazonense efetivamente contribuiu com o envio de oxigênio, articulando com outras sedes da empresa pelo Brasil e junto à Venezuela. Em comunicado ainda na quinta-feira passada (14), a empresa informou que estava buscando o estoque disponível em sua fábrica no país latino-americano vizinho e que estava verificando o procedimento para importar o insumo.
“A White Martins já identificou a disponibilidade de oxigênio em suas operações na Venezuela e, neste momento, está atuando para viabilizar a importação do produto para a região”, disse em nota.
Divulgação
Cilindros de Oxigênio foram enviados para Manaus.
Entretanto, além da própria atuação da White Martins, o governo de Nicolás Maduro foi quem, naquele mesmo dia, autorizou o ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, a enviar ainda neste último sábado (16) os “primeiros caminhões” com “milhares de litros de oxigênio” do país para Manaus.
O oxigênio foi cedido pela siderúrgica de Orinoco Alfredo Maneiro (SIDOR), fábrica estatal do governo Maduro localizada em Puerto Ordaz, na Venezuela, a 1.600 km de Manaus:
Como clase trabajadora nos llena de orgullo saber que con el fruto de nuestro esfuerzo, vamos a contribuir a salvar vidas y que los hermanos que presentan Covid 19 en Manaos, como parte de los acuerdos de la Diplomacia de Paz que dirige el pdte @NicolasMaduro pic.twitter.com/3Asmwjj625
— Siderúrgica del Orinoco Alfredo Maneiro (@Sidor_oficial) January 17, 2021
E além do oxigênio líquido, o país também disponibilizou 107 médicos do país, brasileiros e venezuelanos, graduados na Escola Latino-americana de Medicina, em Caracas, que se ofereceram voluntariamente para prestar a ajuda no Amazonas.
Em publicação neste sábado (16), o cônsul venezuelano Jorge Arreaza detalhou:
Ayer le di la buena noticia al Gobernador del estado Amazonas de Brasil ??, que hoy sábado salen los primeros camiones cilindros con miles de litros de oxígeno, desde la planta de SIDOR, Puerto Ordaz, hacia Manaus. Le di también otra buena noticia… (sigue)
— Jorge Arreaza M (@jaarreaza) January 16, 2021
A comunicação entre a Venezuela e o Brasil para auxiliar a crise sanitária da região foi feita pelo ministro de Relações Exteriores junto ao governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), para colocar à disposição os cilindros de oxigênio, atendendo à situação de emergência no estado brasileiro.
Em uma carta ao governador do estado de Bolívar, Justo Noguera Pietri, Lima agradece o apoio e faz um convite ao representante venezuelano para visitar a capital de Manaus, “com as demais autoridades de seu Estado, para acompanhar a entrega de doações aos hospitais estaduais”.
O governador agradece, ainda, “a sensibilidade” com a “doação de equipes hospitalares, materiais, insumos e oxigênio para o tratamento de problemas respiratórios derivados da infecção do vírus”.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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