Em transmissão ao vivo realizada nesta quinta-feira (7), a direção da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) informou que a instituição terá dois reitores a partir desta sexta-feira (8). Nomeada na quarta-feira (6) pelo governo Jair Bolsonaro como reitora, apesar de não ser a mais votada na consulta interna realizada pela universidade, Isabela Andrade assume o cargo oficialmente, mas irá compartilhar as decisões com Paulo Ferreira Júnior, que foi o mais votado no pleito. Na prática, a UFPEL terá uma situação inédita de cogestão.
O objetivo da ação é recusar a intervenção do governo na universidade e, ao mesmo tempo, não dar margem para que um interventor seja escolhido para comandar a UFPEL, o que aconteceria em caso de renúncia de Isabela.
“Não era minha intenção a Reitoria e lamento a não nomeação do Paulo. Assumo este ônus, com a certeza de que somos um grupo, um só programa. Eu o Paulo, juntos, reitora nomeada e reitor eleito, assumimos em nome da UFPEL”, disse Isabela, que era suplente da chapa de Paulo Ferreira Júnior e foi indicada como o segundo nome da lista tríplice. Já Ferreira pontuou que o programa que foi eleito pela comunidade acadêmica irá comandar a universidade e saudou a proposta de gestão compartilhada. “Amanhã serei reitor”, afirmou.
Universidade Federal de Pelotas
Na prática, a UFPEL terá uma situação inédita de cogestão.
Contudo, serão mantidas iniciativas para tentar garantir a posse de fato de Paulo Ferreira, como um recurso administrativo junto ao Ministério da Educação (MEC) e uma ação junto à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Em sua manifestação na live, o atual reitor, Pedro Hallal, lembrou que em mais de 20 universidades o governo federal já desrespeitou a vontade da comunidade acadêmica ao não nomear o primeiro colocado da lista tríplice, como aconteceu na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 2020. “Mas aqui manteremos o programa de gestão eleito”, disse Hallal, acrescentando que a atitude do governo federal tem o objetivo de instabilizar o ambiente nas universidades federais.
“Todos nós aqui defendemos e defenderemos em todas as instâncias que o reitor eleito deveria ser o reitor nomeado. A professora Isabela defende junto conosco. Em várias universidades, as chapas que perderam o processo eleitoral estão hoje fazendo a gestão. Felizmente, a UFPEL foi inteligente o suficiente para evitar que isso acontecesse. Aqui o projeto eleito vai ser tocado de uma maneira criativa, da melhor maneira possível. Quem perdeu a eleição na UFPEL não faz gestão na UFPEL. Quem tentou dar um golpe na nossa universidade foi o presidente da República. Nós nunca nos curvamos a ele e não vamos mais uma vez”, complementou Hallal.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
Veja também
Se você chegou até aqui é porque valoriza o conteúdo jornalístico e de qualidade.
A Diálogos do Sul é herdeira virtual da Revista Cadernos do Terceiro Mundo. Como defensores deste legado, todos os nossos conteúdos se pautam pela mesma ética e qualidade de produção jornalística.
Você pode apoiar a revista Diálogos do Sul de diversas formas. Veja como:
- Cartão de crédito no Catarse: acesse aqui
- Boleto: acesse aqui
- Assinatura pelo Paypal: acesse aqui
- Transferência bancária
Nova Sociedade
Banco Itaú
Agência – 0713
Conta Corrente – 24192-5
CNPJ: 58726829/0001-56
Por favor, enviar o comprovante para o e-mail: assinaturas@websul.org.br - Receba nossa newsletter semanal com o resumo da semana: acesse aqui
- Acompanhe nossas redes sociais:
YouTube
Twitter
Facebook
Instagram
WhatsApp
Telegram