A busca e identificação de restos humanos de possíveis vítimas da invasão dos Estados Unidos ao Panamá, está sendo freada pela falta de fundos governamentais para reconhecer os corpos, denunciaram seus familiares.
Depois de esperar desde 20 de dezembro de 1989 para encontrar os desaparecidos após o massacre do exército estadunidense, parentes e amigos se manifestaram na Defensoria do Povo para pedir ajuda no desenvolvimento das investigações realizadas pela Comissão 20 de dezembro, criada pelo governo anterior em 2016.
O grupo reclamou a ajuda do presidente do país, Laurentino Cortizo, em um cartaz exibido na parte de fora da instituição e contaram a jornalistas casos sobre os desaparecidos que são buscados desde essa época para que tenham um justo descanso eterno.
Wikimedia Commons
A história da cruenta invasão é um enigma, porque o exército agressor se negou a oferecer documentação.
Em setembro passado, sob a direção do Ministério Público, especialistas em antropologia e ciências forenses rastrearam uma fossa comum identificada no cemitério Monte Esperanza da cidade de Colón, mas o dinheiro se esgota sem que o Ministério de Relações Exteriores (Mire) entregue sua parte para continuar, segundo porta-vozes dos manifestantes.
Os enlutados explicaram em uma missiva dirigida ao Defensor do Povo, Eduardo Leblanc, que até o momento foram recuperados 33 restos ósseos nas exumações realizadas desde janeiro passado na necrópole da capital Jardim da Paz, com interrupções por causa da Covid-19.
Expressaram sua preocupação pelo lento e burocrático desenvolvimento no desembolso de fundos, o que arrisca a identificação dos restos mediante provas do DNA, e inclusive a possibilidade de consegui-la, porque a vigência da Comissão venceu em 20 de julho de 2020.
Até o momento, 31 dos cadáveres encontrados esperam pelos fundos para realizar o cotejo genético das ossadas e dos familiares que buscam seus seres queridos desaparecidos durante a agressão militar que deixou um número indeterminado de mortos.
Uma resolução do Mire estendeu por 12 meses, em julho passado, a existência do grupo e negou assim as 18 solicitações feitas pelos seus integrantes para concluir a investigação, que poderia ficar incompleta, segundo adiantou então Juan Planells, que encabeça a missão.
A história da cruenta invasão é um enigma, porque o exército agressor se negou a oferecer documentação que permita esclarecer o ocorrido e o destino de um número indeterminado de civis e militares mortos e desaparecidos durante a ação, enquanto só existem depoimentos de testemunhas que relataram histórias isoladas.
Entre as múltiplas versões, uma das mais reiteradas é a da criação de fossas comuns, uma delas com documentação fotográfica, enquanto outros testemunhos se referem a enterros fora dos cemitérios e inclusive cadáveres incinerados ou atirados ao mar.
Prensa Latina, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.
Tradução: Beatriz Cannabrava
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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