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ToggleO Conselho Nacional Eleitoral do Equador anunciou nesta segunda-feira (20) a decisão de suspender a aliança FCS (Força Compromisso Social), que é liderada pelo ex-presidente Rafael Correa. Segundo três dos cinco conselheiros, a legenda, que foi criada este ano, não teria apresentado o número mínimo de assinaturas para validar sua inscrição – os outros dois conselheiros consideraram que sim.
A decisão permite recurso, e a FSC tem até 10 dias para apelar e apresentar suas alegações. O ex-presidente Rafael Correa reagiu dizendo que a suspensão “é uma medida arbitrária, própria de uma ditadura, e uma tentativa de romper a ordem constitucional e fraudar o processo democrático”.
Outros três novos partidos também tiveram suas inscrições rejeitadas: Podemos, Libertad es Pueblo e Justiça Social. Um deles (Libertad es Pueblo) é aliado do presidente Lenín Moreno, e sua suspensão está sendo usado pelo governo para se defender da acusação de perseguição contra o setor de Correa.
Foto: RT
O ex presidente do Equador Rafael Correa
Decisão ocorre a sete meses das eleições
Faltam menos de 7 meses para as eleições presidenciais no Equador, cujo primeiro turno está programado para o dia 7 de fevereiro de 2021 – o segundo, se necessário, será no dia 11 de abril. A campanha eleitoral deve começar oficialmente em dezembro de 2020. Segundo as pesquisas, o favorito é o neoliberal Jaime Nebot, que aparece na pesquisa mais recente, de instituto Click Report (publicada em junho) com 16,4%, 3 pontos a mais que o líder indígena progressista Jaime Vargas, que tem 13,3%.
Porém, o verdadeiro segundo lugar na pesquisa é da opção “candidato apoiado por Correa”, que aparece com 15,8%. Este seria o candidato da FSC, que ainda não foi escolhido. A questão é que esse candidato poderia ser justamente Jaime Vargas, que tem sido sondado por pessoas próximas do ex-presidente – que está no exílio na Bélgica, devido aos processos na Justiça e ao lawfare que vem sofrendo nos últimos meses.
Segundo muitos analistas, se Vargas for o candidato de Correa, poderia saltar à posição de um dos favoritos, e iniciaria a campanha com mais de 20% das intenções. Porém, para isso, o partido do ex-presidente precisa confirmar que poderá participar do pleito.
Victor Farinelli, jornalista para a Revista Fórum
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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