Conteúdo da página
ToggleJair Bolsonaro, em desafio ao Supremo Tribunal Federal (STF), nomeou na manhã desta segunda-feira (4) o delegado Rolando Alexandre de Souza, braço direito de Alexandre Ramagem na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), para a direção-geral da Polícia Federal.
A nomeação de Rolando, que atuou como secretário de Planejamento e Gestão da Abin, atende os desejos dos filhos do presidente, especialmente Carlos Bolsonaro, para exercer um mandato-tampão no comando da PF até que o próprio Ramagem possa assumir o cargo.
Reprodução
Ramagem atuou como segurança de Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral, quando se aproximou dos filhos, em especial de Carlos.
Segundo pessoas próximas ao presidente, Ramagem participou diretamente das decisões sobre o futuro do comando da PF, uma atribuição do ministro da Justiça, André Luiz Mendonça.
Rolando estava na Superintendência da Polícia Federal em Alagoas até setembro do ano passado, quando assumiu a secretaria de Planejamento e Gestão da Abin a convite de Ramagem.
No limite
O anúncio da escolha do novo nome para comandar a PF foi feito por Bolsonaro após participação no ato golpista deste domingo (3).
“Peço a Deus que não tenhamos problema essa semana, porque chegamos no limite, não tem mais conversa, ok? Daqui pra frente não só exigiremos, faremos cumprir a Constituição. Ela será cumprida a qualquer preço. E ela tem dupla mão. Não é de uma mão de um lado só, não. Amanhã nomeamos o novo diretor da PF e o Brasil segue o seu rumo ai”, disse Bolsonaro, na entrada do Palácio do Planalto, em vídeo divulgado nas redes sociais.
Presidente @jairbolsonaro em tom ameaçador na rampa do Palácio do Planalto:
“Peço a Deus que não tenhamos problema nesta semana. Chegamos no limite. Não tem mais conversa. Daqui pra frente não só exigiremos, faremos cumprir a Constituição. Ela será cumprida a qualquer preço”. pic.twitter.com/xBVXZAQhzz
— Alexandre Aguiar (@alexaguiarpoa) May 3, 2020
Interferência
No início de sua participação no ato golpista, Bolsonaro disse que não vai mais admitir “interferência”, em recado claro ao STF.
“Tenho certeza de uma coisa nós temos um povo emocionado, nós temos as Forças Armadas ao lado do povo pela lei, pela ordem, pela democracia, pela liberdade e o que é mais importante: temos Deus conosco”.
Veja também