Pesquisar
Pesquisar

Defesa de Lula solicita acesso à documentação de colaboração da Lava Jato com os EUA

Ex-presidente denunciou que a operação se identifica abertamente com interesses do governo estadunidense, objetivando a destruição de empresas brasileiras
Redação Prensa Latina
Prensa Latina
São Paulo (SP)

Tradução:

A defesa do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva solicitou ao Ministério da Justiça o acesso a documentos relacionados com possíveis colaborações da operação Lava Jata com os Estados Unidos. 

O recurso foi apresentado ao secretário nacional de Justiça, Vladimir Passos de Freitas, e anteriormente ao Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, autoridade central encarregada de receber as solicitações de cooperação relacionadas com os Estados Unidos.

Os advogados de Lula requerem acesso a uma cópia completa de todos os registros relativos ao intercâmbio de informações, contatos, reuniões, provas, procedimentos e investigações entre as autoridades brasileiras e estadunidenses em relação com as investigações da Lava Jato sobre a Petrobras. 

Ex-presidente denunciou que a operação se identifica abertamente com interesses do governo estadunidense, objetivando a destruição de empresas brasileiras

Ilustração: Vitor Teixeira
O ex-presidente denunciou em janeiro que a Lava Jato é uma operação de destruição do Brasil, da democracia e do povo

Na petição, a defesa do ex-presidente argumenta que existe uma “estreita relação entre as autoridades judiciais dos Estados Unidos e do Brasil”, com intercâmbio de informação e documentos, reuniões e procedimentos. 

Portanto, remarcou, os registros são importantes para a construção de uma coleção de provas que envolvem a defesa do fundador do Partido dos Trabalhadores, acusado em ações criminosas pela Lava Jato. 

Em fevereiro, Lula denunciou que a Lava Jato se identifica abertamente com interesses do governo dos Estados Unidos, comprometido com o desmantelamento de empresas brasileiras. 

“Por isso entrou o jogo a Petrobras, por isso entraram em jogos empreiteiros brasileiros”, afirmou naquela ocasião o ex-metalúrgico durante uma entrevista ao portal eletrônico Consultor Jurídico.

Segundo o ex-sindicalista, “levamos quase 50 anos para descobrir que o governo estadunidense tinha um porta-aviões aqui em águas brasileiros para tratar de dar o golpe (de 1964) se não ocorresse. A verdade desnuda tarda em aparecer. Especialmente quando tens o Estado brasileiro contra você”, frisou.  

Em outra parte da entrevista, Lula queixou-se da falta de material nas acusações feitas contra ele. “(o ex-juiz Sérgio) Moro mentiu e sabe que mentiu… Foi o canalha do (Deltan) Dallagnol, o delegado que fez a investigação e o canalha do Moro”. 

Anteriormente, o ex-presidente denunciou em janeiro que a Lava Jato é uma operação de destruição do Brasil, da democracia e do povo que volta ao desemprego e à miséria. 

Insistiu em que dedicará o resto de sua vida “a provar minha inocência e demonstrar que o grupo de trabalho da Lava Jato está empantanado em compromissos com o Departamento de Segurança dos Estados Unidos”.

Prensa Latina, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.

Tradução: Beatriz Cannabrava


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

Veja também


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Redação Prensa Latina

LEIA tAMBÉM

O retorno de Trump, Lula e o resgate da classe trabalhadora no Brasil
O retorno de Trump, Lula e o resgate da classe trabalhadora no Brasil
Modelo falido polarização geopolítica e omissão de potências condenam G20 ao fracasso (2)
Modelo falido: polarização geopolítica e omissão de potências condenam G20 ao fracasso
Nova Lava Jato “Intromissão” dos EUA na compra de caças suecos é só a ponta do iceberg
Nova Lava Jato? “Intromissão” dos EUA na compra de caças suecos é só a ponta do iceberg
Do Fórum Social Mundial ao G20 Social Lula reinventa participação popular global
Do Fórum Social Mundial ao G20 Social: Lula reinventa participação popular global