Pesquisar
Pesquisar

‘Delirante’: Irã critica plano de paz de Trump para Israel e Palestina e sugere referendo

Proposta apresentada por líder iraniano equivale a sistema de governo que inclui "muçulmanos, cristãos, judeus e refugiados residentes da região
Redação Sputnik Brasil
Sputnik Brasil
Rio de Janeiro (RJ)

Tradução:

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, criticou o plano de paz do presidente dos EUA, Donald Trump, que será revelado nesta terça-feira, para o conflito israelense-palestino, sugerindo que a proposta de referendo do Irã seria uma estratégia melhor.

Trump disse que divulgará seu “Acordo do Século” para Israel e Palestina – na verdade preparado por seu assessor e genro Jared Kushner -, mas Zarif já foi ao Twitter para condená-lo. Ele sugeriu que Washington abandonasse seu plano “ilusório” e apoiasse uma solução oferecida pelo líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei.

Diferentemente do plano dos EUA, cujos detalhes permanecem um mistério, a proposta apresentada por Khamenei equivale a realizar um referendo sobre um sistema de governo que inclui “muçulmanos, cristãos e judeus residentes da Palestina, bem como refugiados palestinos”.

Proposta apresentada por líder iraniano equivale a sistema de governo que inclui "muçulmanos, cristãos, judeus e refugiados residentes da região

Hamas | Flickr
Trump disse que divulgará seu "Acordo do Século" para Israel e Palestina.

O líder iraniano também repetidamente criticou o “Acordo do Século” dos EUA, chamando-o de “traidor” e projetado para “destruir” a identidade da Palestina, pois ele aparentemente suspeita que o plano favorecerá muito Israel.

Embora pouco se saiba sobre o acordo, as informações já conhecidas sugerem que é improvável prever um Estado para os palestinos. A agência AFP informou que o presidente palestino Mahmoud Abbas já rejeitou o acordo antes de ser apresentado, e a Autoridade Palestina considera que uma solução de dois Estados é o único caminho a seguir.

É evidente que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e seu rival nas próximas eleições, Benny Gantz, participarão da cerimônia na Casa Branca, enquanto nenhum representante palestino estará presente.

Antecipando um plano fortemente pró-Israel, os líderes palestinos em Ramallah e Gaza também condenaram o próximo acordo e pediram um “dia de raiva” nesta terça-feira. Eles pediram aos palestinos que boicotassem os produtos americanos e removessem todos os símbolos americanos restantes na Cisjordânia.

Trump afirmou em uma entrevista coletiva no início desta semana que seu governo havia falado “brevemente” com os palestinos e prometeu conversar com eles novamente em algum momento no futuro. Ele admitiu que eles podem não gostar das propostas “no início”. No entanto, ele também afirmou que seu plano é “realmente muito positivo para eles”.

Washington reduziu centenas de milhões de dólares em ajuda e parou de financiar a agência da ONU que apoia refugiados palestinos. A decisão de Trump de transferir a embaixada dos EUA de Tel Aviv para Jerusalém também provocou a ira da Autoridade Palestina, que cortou todas as comunicações com os EUA posteriormente.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Redação Sputnik Brasil

LEIA tAMBÉM

Modelo falido polarização geopolítica e omissão de potências condenam G20 ao fracasso (2)
Modelo falido: polarização geopolítica e omissão de potências condenam G20 ao fracasso
Rússia Uso de minas antipessoais e mísseis Atacms é manobra dos EUA para prolongar conflito
Rússia: Uso de minas antipessoais e mísseis Atacms é manobra dos EUA para prolongar conflito
Após escalar conflito na Ucrânia com mísseis de longo alcance, EUA chamam Rússia de “irresponsável”
Após escalar conflito na Ucrânia com mísseis de longo alcance, EUA chamam Rússia de “irresponsável”
Misseis Atacms “Escalada desnecessária” na Ucrânia é uma armadilha do Governo Biden para Trump
Mísseis Atacms: “Escalada desnecessária” na Ucrânia é armadilha do Governo Biden para Trump