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ToggleO debate eleitoral entre os postulantes à presidência na Argentina, ocorrida na noite de domingo (20), não teve vencedor. Com formato engessado e esvaziado de conteúdo político, a tônica do embate foi a disputa do voto pela rejeição ao oponente. Mesmo assim, o que se viu nos principais meios de comunicação da Argentina foi completamente diferente.
Direto de Buenos Aires, os jornalistas do ComunicaSul analisaram como os principais periódicos do país transformaram o insosso debate eleitoral em um golpe de Macri no amplo favoritismo da chapa formada por Alberto Fernandez e Cristina Fernández de Kirchner (candidata à vice-presidência).
A conversa contou com a participação de Vanessa Silva (Diálogos do Sul), Felipe Bianchi (Barão de Itararé), Rafael Duarte (SaibaMais) e Caio Teixeira.
ComunicaSul
Fac símile da capa de jornais argentinos
Jornalismo serviçal
Inimigos declarados do projeto nacional e popular iniciado por Nestor Kirchner na década passada, os grandes meios não se constrangem em colocar seu jornalismo a serviço de “ressuscitar” Macri na disputa – nas primárias, em agosto, o atual presidente, com 30% das intenções de voto, foi demolido pelo candidato da Frente de Todos, que arrematou 50%, placar cujos precedentes apontam para um cenário desolador para o mega-empresário de Buenos Aires. As projeções apontam que ele precisa de 2,5 milhões de votos para voltar a sonhar com o segundo turno.
Defensor de um discurso que se resume a jogar a mazela histórica da corrupção nas costas de Nestor e Cristina Kirchner, Macri, mesmo confrontado sobre inúmeros escândalos que protagonizou durante sua passagem pela Casa Rosada, insistiu no roteiro.
A defesa de seu mandato, que pode estar muito próximo do fim, se resumiu a ataques a Alberto Fernandez e à transferência de responsabilidade, aos governos anteriores, da ineficácia dos trágicos movimentos que levou a cabo, como a escalada do endividamento externo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) a troco de nenhum resultado positivo na busca por uma saída para a crise. Pelo contrário: a Argentina agoniza em um cenário de estrondosa inflação, desemprego em massa e o retorno de milhões de cidadãos à pobreza.
De acordo com os jornalistas do ComunicaSul, a aposta da mídia hegemônica na Argentina é reprovável, porém não surpreende. Os dirigentes do grupo Clarín, que monopoliza o sistema midiático do país, já declararam que contra os Kirchner se pratica o 'jornalismo de guerra', recordam.
Assista o programa na íntegra:
O Coletivo de Comunicação Colaborativa / ComunicaSul está cobrindo as eleições na Bolívia, Argentina e Uruguai com o apoio das seguintes entidades:
Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé; Hora do Povo; Diálogos do Sul
*A reprodução é livre, desde que citados os apoios e a fonte.
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