O chanceler do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, anunciou hoje a retirada de seu país do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR), após ser adotada uma decisão intervencionista contra a Venezuela.
“Saímos do Tratado por obsoleto, não condizente, por uso não apropriado do mesmo”, proclamou em entrevista coletiva na sede do Ministério de Relações Exteriores.
Tornou a recordar que o TIAR nunca foi invocado desde seu surgimento em 1947 e que houve uma tentativa em 1982 quando da guerra das Malvinas entre a Argentina e o Reino Unido, mas então os “Estados Unidos consideraram que a Argentina era o país agressor”.
Uruguai deixou firme a única posição contrária em uma reunião convocada na sede das Nações Unidas com 16 ministros de Estados signatários do TIAR, entre os quais o de Trinidad Tobago que se absteve.
Marcelo Camargo/Agência Brasil
O chanceler do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa
O vice-ministro uruguaio, Ariel Bergamino, reiterou em sua intervenção que existem “impedimentos de fundo e de forma” na invocação de um pacto de defesa que data de 1947 contra um país como a Venezuela que não forma parte dele.
Na resolução aprovada por maioria foi proposto “perseguir” e “capturar” “entidades associadas ao regime de Nicolás Maduro” que estejam “envolvidas em atividades ilícitas”, além de fazê-lo “com altos funcionários do governo”.
Com respeito ao polêmico artigo oito que, entre outras coisas, invoca o “emprego da força armada”, adianta que poderão ser “avaliadas a formulação de eventuais recomendações”.
A saída do Uruguai do TIAR se fará efetiva dentro de dois anos de acordo com a regulamentação do documento regional.
*Tradução: Beatriz Cannabrava
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