Foram recebidos como heróis os primeiros 196 médicos cubanos que retornaram ao país e que participavam do programa Mais Médicos no Brasil, do qual o governo cubano se retirou após considerar que as condições que seriam impostas pelo futuro presidente, Jair Bolsonaro, são inaceitáveis. Em reportagens publicadas em portais de notícia e exibidos em TVs de países latino-americanos de língua espanhola, os médicos cubanos afirmam concordar com a decisão do Ministério da Saúde Pública de Cuba e que retornam à ilha com a certeza de terem cumprido suas missões.
Agência Brasil
Médicos afirmam que concordam com a decisão de Cuba e que retornam à ilha com a certeza de missão cumprida.
“Queria dizer ao povo de Cuba, à liderança do partido e para as autoridades responsáveis pelo nosso Ministério da Saúde Pública que ratificamos a decisão de não mais participar do Programa Mais Médicos no Brasil. Decisão provocada pelas agressivas manifestações públicas do capitão reformado que foi recentemente eleito para presidir o Brasil durante os próximos quatro anos. Na minha opinião, que tenho certeza é a mesma da esmagadora maioria dos médicos que trabalhavam no projeto, o presidente eleito não tem conhecimento e a experiência necessária para ser um bom presidente e também não se mostra interessado na melhoria da saúde do povo brasileiro, especialmente dos mais pobres. Para mim ele não passa de um lacaio dos inconfessáveis interesses estadunidenses”, afirmou José Angel Véliz, um dos médicos cubano que já retornaram ao país caribenho.
José Angel disse ainda estar certo de que cada integrante da missão humanitária cubana no Brasil retorna à casa satisfeito pelo trabalho desenvolvido, resultados alcançados e pela herança deixada no Brasil. “Todos nós dedicamos integralmente ao projeto e demos o que temos de melhor no atendimento das populações atendidas”
Presente para recepcionar os profissionais, a vice-ministra de Saúde Pública de Cuba, Regla Angulo Pardo, saudou e agradeceu à delegação e disse que o trabalho dos médicos cubanos em território brasileiro deixou uma herança benéfica para às comunidades atendidas.
“Penso que também é importante reconhecer que o povo brasileiro sempre tratou os nossos profissionais, nossos médicos, nossos colaboradores, carinhosa e respeitosamente. Assim sendo, creio que o que ficará na memória do povo brasileiro, especialmente dos mais humildes, será o reconhecimento do profissionalismo e dedicação ao trabalho dos nossos médicos.”
A ministra também reafirmou a confiança depositada por Cuba nos profissionais enviados ao Brasil para participar do Mais Médicos. “Quero parabenizar a todos aqueles que vieram e os que ainda chegarão, em nome do Ministério da Saúde Pública, de nossas organizações, do nosso partido, do governo e, muito especial, do povo de Cuba, que no final são sua família”, encerrou a vice-ministra.
Ao todo e sucessivamente, o país organiza o retorno de 8,6 mil profissionais de medicina que fazem parte do programa e que terão seus contratos interrompidos.
Assista reportagem da TV cubana: