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“Reafirmamos que Cuba jamais aceitará condicionamentos nem imposições dos EUA, nem renunciará a seus princípios revolucionários.”
Antonio Gómez*
Depois das infortunadas medidas e a intervenção na ONU do presidente de Estados Unidos, Donald Trump, as autoridades de Cuba consideram que a aproximação entre os dois países iniciada na administração anterior enfrenta hoje um retrocesso.
O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, em sua intervenção na Assembleia Geral da ONU, dia 22 de setembro, lembrou que em 16 de junho passado o governo estadunidense decidiu endurecer o bloqueio econômico, comercial e financeiro e impor novos obstáculos às limitadas possibilidades para os empresários comercializarem e investirem em Cuba.
Rodriguez considerou que essa disposição só favorece a um grupo de origem cubana no sul da Flórida que insiste em prejudicar a ilha e seu povo. Não obstante, o ministro cubano reiterou o interesse de La Habana em manter um diálogo respeitoso.
“Cuba e Estados Unidos podem cooperar e conviver, respeitando as diferenças e promovendo tudo aquilo que beneficie a ambos os países e povos, mas não se deve esperar que para isso Cuba realize concessões concernentes a sua soberania e independência”, disse o chanceler.
Não obstante, tudo parece indicar que nos Estados Unidos não é esse o espírito que prevalece, pois Trump e outras autoridades parecem ignorar o apoio de amplos setores estadunidenses (inclusive a maioria da imigração cubana) pelo levantamento do bloqueio e normalização das relações.
Porém, apesar do cerco econômico, em Cuba asseguram que qualquer estratégia dirigida a destruir a Revolução está destinada ao fracasso. Sobre isso Rodríguez enfatizou na ONU o repúdio às manipulações sobre o tema dos direitos humanos contra seu país.
Cuba tem muito do que se orgulhar pelas conquistas alcançadas e não tem que receber lições de Estados Unidos nem de nenhum outro país.
Também assegurou categoricamente que as autoridades cubanas cumprem com rigor e seriedade suas obrigações no que se refere à proteção da integridade de todos os diplomatas, sem exceção, referindo-se aos chamados “ataques acústicos” em La Habana contra funcionários estadunidenses.
Cuba jamais perpetrou nem perpetrara ações dessa natureza; nem consentiu nem consentirá que seu território seja utilizado por terceiros com essa finalidade, disse.
A investigação sobre os supostos ataques acústicos, difundidos pela mídia internacional, considerada um absurdo por especialistas, ocupa hoje as autoridades da ilha sem que os funcionários da embaixada reconheçam a disposição cubana em esclarecer o assunto.
Com relação ao discurso de Trump, pronunciado dias antes na plenária da ONU, o diplomata considerou que essas declarações faltam ao respeito por uma ingerência e uma ofensa contra Cuba e o governo cubano.
“Recordamos que Estados Unidos, onde são cometidos flagrantes violações dos direitos humanos que provocam profundas preocupações na comunidade internacional, não a mais mínima autoridade moral para julgar Cuba. Reafirmamos que Cuba jamais aceitará condicionamentos nem imposições nem renunciará a seus princípios”, asseverou Rodríguez em sua intervenção na ONU.
Segundo o chanceler, Donald Trump carece de autoridade moral para julgar os cubanos, pois seu governo tem popularidade baixíssima e é responsável pela maior parte das guerras atuais no planeta, um fator de profunda instabilidade mundial e de gravíssimas ameaças à paz e a segurança mundial.
Enquanto no mundo cresce a desigualdade, a opulência de uns poucos e a marginalização de muitos, o povo cubano continuará sua luta por alcançar a sociedade mais justa possível, disse e acrescentou para finalizar: “Seguiremos avançando com passo firma no caminho das transformações revolucionárias decidido soberanamente pelos cubanos cubanas para o aperfeiçoamento de nosso socialismo”.
*Prensa Latina, de La Habana especial para Diálogos do Sul