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Encerrada a votação sobre a Resolução 67/4, que determina o fim do Bloqueio a Cuba – econômico, financeiro e comercial – 188 países votaram a favor dessa condenação à política hostil implantada já há 53 anos por Washington contra esta nação latino americana. Só dois países votaram contra: Estados Unidos e Israel e outros três se abstiveram: Ilhas Marshall, Palau e Micronésia.
A resolução apoiada quase que pela unanimidade da comunidade internacional não é vinculante e os representantes dos Estados Unidos na ONU expressaram a decisão de manter o cerco ao povo cubano.
Não há sustentação legal
O chanceler cubano, Bruno Rodriguez Parrilla, em discurso na Assembleia geral da ONU argumentou sobre a necessidade de colocar fim ao bloqueio estadunidense a Cuba, asseverando que “nossa ilha não é uma ameaça à segurança nacional da superpotência”.
Acrescentou que “o bloqueio é agressivamente extraterritorial” e “lacera a soberania de todos os Estados”. Quanto mais poderíamos fazer sem esta criminosa política?”- perguntou.
Disse que o bloqueio é fruto da ignorância, impede o livre fluxo da informação e o intercâmbio de ideias, e que a política de isolamento contra Cuba carece de sustentação legal. “Por que não aceitar que somos um país independente e soberano?”, enfatizou.
Os fundamentos para o bloqueio contra Cuba se mantém inamovíveis, ancorados na guerra fria, acrescentou o chanceler ao assegurar que o governo de Cuba ratifica sua disposição para um diálogo sério, construtivo, em condições de igualdade e pleno respeito entre os dois países.
“Sei que existem diferenças entre os dois países, mas o único caminho produtivo é encontrar uma maneira civilizada de relacionarmos”, destadou Rodriguez.
Um bilhão de dólares
Os danos econômicos à Cuba superam o trilhão 157 bilhões, 327 milhões de dólares, disse Rodriguez, e qualificou de incalculável os prejuízos sociais por seu impacto em setores como a saúde.
De janeiro de 2009 a setembro de 2013, foram multadas 30 entidades norte-americanas e estrangeiras, em mais de 2 bilhões e 446 milhões de dólares por vínculos com Cuba e outras nações. O governo estadunidense utiliza “enorme poderio tecnológico de seu sistema massivo de espionagem, recentemente denunciado”, -para vigiar e perseguir as transações financeiras e os vínculos econômicos da ilha.
Trata-se de um genocídio
Como exemplo dos danos humanos causados por essa política genocida, exemplificou com o que ocorre no setor de saúde, em particular no tratamento a crianças com problemas pulmonares, cardiovasculares e imunológicos. Menores cubano não podem ser tratados com o dispositivo Amplatzer para cura da comunicação interauricolar ou fechar o curto-circuito vascular no conduto arterioso, nem com os dispositivos utilizados no cateterismo intervencionista, ou receber medicamentos de melhor qualidade para tratar a insuficiência cardíaca.
Tais medidas, constituem violação em massa dos direitos humanos, são qualificadas como ato de genocídio, segundo o artigo II da Convenção de Genebra de 1948 para a Prevenção e a Sanção desse delito, assegurou.
Desmentiu dados do Departamento de Estado que buscam “apresentar a seu governo como doador de ajuda humanitária a nossa nação”, e rechaçou critérios dos representantes estadunidenses que apregoam ao mundo serem os EUA um sócio comercial de Cuba. “Não pode ser o Estado que não nos permite exportar nem comprar produtos ou serviços nem utilizar o dólar nas transações”, esclareceu.
Comentou que o presidente Obama poderia utilizar suas amplas faculdades constitucionais, mesmo sem passar pelo Congresso, para por fim a um cerco condenado de maneira categórica pela Assembleia Geral das Nações Unidas desde 1992. Denunciou também a inclusão de Cuba na lista unilateral de Washington de patrocinadores do terrorismo internacional.
“Contrapõe a credibilidade dos EUA por ser precisamente de seu território onde se organizam, financiam e executam atos terroristas contra Cuba, que provocaram três mil 478 mortos e dois mil 99 desaparecidos”.
Em Miami, está comodamente refugiado o terrorista Luis Posada Carriles, responsável pelo atentado que destruiu em pleno voo um avião cubano com 73 seres humanos a bordo, em outubro de 1976.
O relatório completo sobre a situaçãoo provocada pelo bloqueio, enviado pelo governo cubano ao secretario geral das Nações Unidas pode ser lido em http://www.granma.cubaweb.cu/secciones/especial/esp06.htm