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2o Encontro Mundial do Grande Chaco Americano

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

Buenos Aires será sede do II Encontro Mundial do Grande Chaco Americano, que transcorrerá de 19 a 21 de setembro no Auditório de Buenos Aires e no Centro Cultural Recoleta.

É o segundo mega-bosque em toda a América despois da Amazônia. Está presente em quatro países. Organizações indígenas e camponeses de p;equenos, médios y grandes produtores; ecologistas e especialistas em desenvolvimentos, se encontrarão em Buenos Aires em setembro para debater sobre a importância do Chaco Americano como fonte de bens e serviços para seus habitantes e para a humanidade. Também se dialogará sobre políticas públicas em temas como: água, o papel e o cuidado com os boques, as questões de propriedade da terra e territórios, os desmatamentos o a mudança climática entre outros. Também haverá o espaço Mundo Chaco para promover suas riquezas culturais e turísticas.

Com três vezes o tamanho da Alemanha, o Grande Chaco Americano é uma região em que vivem sete milhões de habitantes. É o lar de 30 etnias com pelo menos 29 línguas com diferentes graus de vitalidade. Ambientalmente é o maior bosque seco do mundo e a segunda massa florestal americana. Possui uma diversidade biológica única.

Este cenário em que se apresentam ao mesmo tempo a diversidade e as urgências sociais gritantes e uma forte pressão sobre o ambiente, tem fome de desenvolvimento equitativo e sustentável em benefício da humanidade. É com esta visão que se organizou Redes Chaco, um coletivo de organizações da Argentina, Bolívia e Paraguai que pretende incluir o Chaco na agenda mundial.

“A decisão de realiza o encontro em Buenos Aires obedece a um consenso das organizações de conseguir uma maior visibilidade e incidência pública. Se os centros do poder não vão ao Chaco, o Chaco vai aos centros de poder”, explicou Pablo Frère, secretario executivo de Redes Chaco.

Com pouco tempo de tornar conhecida a notícia os inscritos para participar do encontro superam os 600. Espera-se numero expressivo de visitantes do Paraguai e da Bolívia.

Prefeitos de diversos municípios dos três países, agricultores familiares, organizações indígenas, produtores de grande escala e especialistas de agências internacionais de desenvolvimento com projetos no Grande Chaco também estarão presentes nesta reunião diversa e plural.

O acesso a água merece ações urgentes, comentou Ivan Arnold, diretor de Nativa, uma ONG membro da Rede Chaco com forte penetração no Chaco Boliviano. Por outro lado, Alberto Yanbosky, diretor executivo d Guyra Paraguay outra organização parte da Rede Chaco, manifestou que “este encontro é de importância crucial para o Paraguai e Argentina onde a taxa de desmatamento são as mais altas da região. Temos que fazer algo urgente.

Não obstante, o II Encontro Mundial do Chaco não só debaterá como enfrentar problemas como também mostrará as belezas e as riquezas ocultas da região para as maiorias urbanas. Haverá uma exposição de fotos dos lugares mais atraentes desse grande ecossistema e se realizará um ciclo de cinema chaquenho.

Para mais informação, contatar:

Redes Chaco?Pablo Frere: Secretario Ejecutivo de Redes Chaco (0387) 15 518 1219? Organização em Buenos Aires – Banco de Bosques:?Emiliano Ezcurra (011) 15 5149 6600?Organização em Tarija – Nativa ?Inga Olmos – 591- 4 – 46631213  Cel. 76190616 ?http://www.redeschaco.org

O Grande Chaco Americano

É uma região biogeográfica de um milhão de quilómetros quadrados localizada no centro do continente Sul-americano. Argentina, Bolívia e Paraguai compartilham este ecossistema, uma das regiões de maior diversidade ambiental e biológica do planeta e a maior área de bosques do continente depois do Amazonas.

A área de influência  da região na Argentina inclui as províncias (estados) de Formosa, Chaco, Santa Fe, Santiago del Estero, Tucumán, Salta Jujuy, Catamarca, La Rioja y Córdoba. No Paraguai inclui os departamento (estados) de Presidente Hayes, Boquerón e Alto Paraguai, e, na Bolívia dos departamentos de Tarija, Chuquisaca e Santa Cruz.

O Grande Chaco se estende da latitude tropical (18o S) até ambientes subtropicais (31oS).  Apresenta marcadas variações climáticas, com elevadas temperaturas médias anuais entre 18oC e 28o

Este grande ecossistema é classificado segundo seu clima em três subzonas, seguindo um eixo Nordeste-Sudoeste: o Chaco Subhumido, com chuvas de 1200 a 700 mm nas proximidades do rio Pilcomayo; o Chaco semiárido com precipitações entre 750 e 500 mm; Chaco árido com chuvas entre 500 e 300 mm por ano no extremo ocidental. A região tem grande diversidade de ambientes, com extensas planícies, serras, cruzada por grandes rios, savanas secas e inundáveis, pântanos, banhados, salitrais e uma grande extensão diversificada de bosques. Esta ampla gama de ecossistema contém em sua totalidade uma diversidade rica em espécies e uma taxa relativamente alta de endemismo em comparação com outros ambientes áridos, semiáridos e subhúmidos secos. Muitas das espécies estão demarcadas pela CITES (Convenção sobre o Comercio Internacional das Espécies Ameaçadas da Fauna e Flora Silvestres).

A população rural da área é composta em sua maioria por boiadeiros, potreiros e pequenos agricultores que, somados à população urbana dos povoados, em torno das fones de água e franjas de selva ao pé das serras, e cidades, conformam um total de 3.985.000 habitantes. A região também se caracteriza pela presença de importantes comunidades indígenas.

O potencial produtivo da região é muito alto. Não obstante a realidade mostra que a região está submetida a um severo processo de degradação de seus recursos naturais e de sua biodiversidade, principalmente devido ao alto grau de fragilidade desses ecossistemas e à  difícil reversibilidade de alguns processos biológicos e socioeconômicos afetados. Tanto a desertificação na parte ocidental da região como as inundações recorrentes na parte este, acentuam a pobreza das comunidades e sua marginalização econômica, fatores que finalmente dão lugar a migrações para os cinturões urbanos de pobreza.

A fragilidade dos ecossistemas chaquenhos se funda no tipo de solos – majoritariamente arenosos e pobres em nutrientes – as escassas e irregulares precipitações, os fortes ventos e as altas temperaturas que em conjunto tornam mais que difícil os processos de recuperação da vegetação nativa e a produção de biomassa. Com este problema e apesar da relativa baixa densidade populacional, a região evidencia um franco processo de degradação ambiental que se manifesta numa diminuição da cobertura vegetal e um empobrecimentos dos solos, bem como uma menor população da fauna e de recursos hidrobiológicos. Entre as muitas causas desta degradação ambiental na região, ressalta-se a excessiva pastagem ou inadequadas práticas de manejo dos pastos; a derrubada de árvores para fabricar carvão e dormentes ou travessões para as ferrovias e o desmatamento com finalidade agrícola em áreas suscetíveis a erosão eólica.

Original de Redes Chaco.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

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