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Prejudicados de forma desigual, países europeus contestam sanções ao petróleo russo

Enquanto alguns são forçados a cortar importações e procurar alternativas mais caras, outros, como Alemanha, mantém acesso ao petróleo mais barato
Redação Esquerda.Net
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Lisboa

Tradução:

No início do mês, a Comissão Europeia tinha sugerido avançar com um embargo total ao petróleo proveniente da Rússia no sexto pacote de sanções aplicadas após o início da invasão da Ucrânia.

No entanto, este passo mereceu a oposição de três países do bloco – Hungria, República Checa e Eslováquia, bastante dependentes do petróleo russo. Os governos destes países exigiam exceções a este embargo, de forma a mitigarem os impactos que poderia ter nas suas economias.

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É para resolver este impasse que a Comissão pondera agora abrir uma exceção significativa no embargo. A proposta em cima da mesa, noticiada pelo jornal britânico Financial Times, passa por aplicar um embargo total as importações por via marítima, mas permitir que se mantenham as que chegam à região através de oleodutos como o de Druzhba, que abastece os três países em questão.

Enquanto alguns são forçados a cortar importações e procurar alternativas mais caras, outros, como Alemanha, mantém acesso ao petróleo mais barato

Foto: União Europeia
Ministro da Economia alemão, Robert Habeck, admitiu que unidade europeia em torno das sanções à Rússia está a “começando a desmoronar"




A unidade europeia está desmoronando

Central Nuclear de Shearon Harris. Foto de John Dyer/Flickr Apesar de a Comissão estar confiante na possibilidade de alcançar um acordo, outros países têm levantado questões sobre o funcionamento do mercado interno.

Em causa está a violação das condições de igualdade entre os países, visto que alguns países serão forçados a cortar as importações de petróleo russo e procurar alternativas mais caras, ao passo que outros, como a Alemanha ou a Hungria, continuarão a ter acesso ao petróleo mais barato, que pode depois ser refinado e vendido no resto da UE.

Foi neste sentido que o ministro da Economia alemão, Robert Habeck, admitiu que a unidade europeia em torno das sanções à Rússia está a “começando a desmoronar”.

Embora considere que a UE é uma zona com enorme poderio econômico, o ministro alemão nota que esse poder só pode ser utilizado “quando [o bloco] se mantém unido”, algo que parece mais difícil de alcançar neste caso.

Inicialmente, a Comissão considerara excluir do embargo apenas o oleoduto do sul de Druzhba, que alimenta a Hungria, a República Checa e a Eslováquia, mas agora parece disposta a excluir também o oleoduto do norte de Druzhba, que abastece a Alemanha e a Polônia.

Em conjunto, estes dois oleodutos são responsáveis pelo fornecimento de um terço das importações de petróleo russo de toda a União Europeia, pelo que a sua exclusão das sanções diminuiria a sua eficácia.

Fonte Financial Times

Entre os diplomatas europeus ouvidos pelo FT, existe a expectativa de que os países consigam alcançar um acordo quando os detalhes técnicos da proposta forem conhecidos.

Segundo o Público, os representantes permanentes chegaram a acordo para que a proposta avance na reunião dos líderes dos 27 governos.

Redação Esquerda.net


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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