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ToggleA Turquia somou-se nesta quinta-feira (27) aos países que apostam pela energia nuclear com fins pacíficos ao realizar a cerimônia que certificou a chegada de combustível de fabricação russa ao primeiro reator de sua central nuclear de Akkuyu, na província turca de Mersin.
Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, participaram por videoconferência do ato que contou com a presença de Rafael Grossi, secretário-geral do Organismo Internacional de Energia Nuclear, o qual assistiu na qualidade de convidado de honra.
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Ao fazer uso da palavra, Putin qualificou de “emblemático” o projeto desta primeira central nuclear da Turquia, que catalogou como o “mais importante na história de nossa relação bilateral”, que vai impulsionar os nexos econômicos entre ambos os países e “nossa cooperação multidimensional, que se baseia na boa vizinhança, no respeito recíproco e na consideração dos interesses do outro”.
Disse também que ao certificar a chegada do combustível, a central receberá o status oficial de “planta nuclear” e em Akkuya será içada a bandeira do átomo pacífico.
Kremlin
Putin: "Sanções ocidentais continuam pondo barreiras à exportação de fertilizantes russos"
Grupo de potências nucleares
Erdogan, por sua parte, celebrou que “a Turquia se une ao grupo de potências nucleares, embora com 60 anos de atraso” e destacou que a central nuclear “terá um impacto positivo nos ingressos nacionais ao permitir a economia de um US$ 1,5 bilhão ao ano em importação de gás que já não será necessária”.
A central de Akkuyu, que o consórcio russo de energia atômica Rosatom e aproximadamente 400 empresas turcas começaram a construir em 2018 com um custo estimado de 20 bilhões de dólares, terá quatro reatores VVER 1200 de água a pressão com uma potência total de 4.800 megawatts e dentro de cinco anos gerará 35 bilhões de quilowatts hora (kWh) de eletricidade, equivalente a 10% do atual consumo elétrico da Turquia.
Aleksei Lijachov, diretor de Rosatom, fez a entrega do certificado do combustível nuclear ao ministro de Energia da Turquia, Fatih Donmez.
Lijachov explicou que para o próximo ano se prevê pôr em marcha física o primeiro reator, levá-lo ao nível mínimo controlado e aumentar de modo gradual sua potência para que comece a produzir eletricidade de forma estável em 2025.
“Os níveis planejados para os quatro reatores serão alcançados em 2028”, acrescentou o máximo responsável de Rosatom.
Farinha grátis
A Rússia e a Turquia acordaram tamb´´em nesta quinta-feira enviar gratuitamente a farinha aos países mais afetados pela crise alimentar na África, na América Latina e na Ásia, em caso de que não seja prorrogado o chamado pacto dos cereais que, com a mediação turca e das Nações Unidas, torna possível a exportação de grãos ucranianos a partir de três portos do país eslavo.
O anúncio foi feito pelo presidente russo durante sua participação no ato que aconteceu na cidade mediterrânea de Akkuyu.
“Estamos finalizando os detalhes da iniciativa do senhor Erdogan sobre o envio gratuito aos países mais necessitados do mundo de farinha moída pela indústria turca a partir de grãos russos”, afirmou Putin.
E recordou que “as sanções ocidentais continuam pondo barreiras à exportação de fertilizantes russos, o que afeta sobretudo os países emergentes mais necessitados”.
O titular do Kremlin assinalou que chegou a esse acordo com seu colega turco durante a conversação telefônica mantida pouco antes da cerimônia.
Juan Pablo Duch | La Jornada, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.
Tradução: Beatriz Cannabrava.
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