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ToggleO presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, confirmou, na última quinta-feira (30), a realização de uma cúpula presidencial anti-inflacionária nesta quarta-feira (5) com homólogos de uma dezena de países latino-americanos e caribenhos.
Em sua conferência de imprensa matutina diária, no contexto da cerimônia de mudança de direção no Conselho da Comunicação integrado por empresários, o mandatário abordou o tema da inflação, que mediatiza as conquistas econômicas e sociais que ocorrem no México, como o aumento salarial e o crescimento econômico.
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Nesse sentido anunciou que a videoconferência, com presidentes e primeiros ministros da região, será um marco para trocar ideias acerca da compra e venda de produtos, em particular de alimentos que é onde a inflação mais golpeia.
Explicou “que a ideia é comprar e vender alimentos, ajudar-nos a que não falte o abastecimento de algo tão importante que não temos nas quantidades suficientes e que encareceram”.
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López Obrador considera que a inflação se expressa em três setores básicos a partir dos quais exerce uma influência negativa: 1) os energéticos, que prevê que vão continuar aumentando de preço, em especial a gasolina, 2) alimentos e 3) mercadorias em geral; e sobre isso trabalharão os chefes de Estado e Governo.
No caso dos alimentos a situação é complicada; deu como exemplo que nos Estados Unidos (que não participam da cúpula pois só estarão os países ao sul do rio Bravo) já baixaram a gasolina, mas não os alimentos, e o objetivo da cúpula é que não haja mais carestia.
Lembrou que há quatro anos no México o salário mínimo aumenta com acordo dos trabalhadores e, por isso, os incrementos foram adotados por consenso, e a maioria dos empresários ajudou. Não foi por decreto e sim pelos representantes dos operários e do Governo, disse.
Isso permitiu, acrescentou, que se derrubasse o mito de que se o salário mínimo ou o médio sobe, dispara a inflação, o que não é certo como se observa nesta crise de agora cujas origens são conhecidas.
Pelo contrário, o aumento salarial ajuda os trabalhadores, incrementa o gasto social, o consumo interno, e isso ajuda as pessoas, e se há mais renda também há tranquilidade, estabilidade política e paz social, afirmou.
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López Obrador insiste na necessidade de mudar o Poder Judiciário do México
O presidente Andrés Manuel López Obrador insistiu também em sua conferência de imprensa matutina em transformar totalmente o Poder Judiciário no México.
Abordado sobre a suposta inércia e tendência política conservadora da presidenta da Suprema Corte de Justiça, Norma Piña, respondeu que tem que haver reforma neste poder do Estado como já está ocorrendo no Executivo e no Legislativo.
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No primeiro é onde a transformação mais avançou; já não há tolerância com a corrupção e a impunidade, e no segundo, “já não há moches (recorted) nos orçamentos nem tampouco dinheiro atribuído a cada legislador para o suborno; tinham sido aprovadas leis que beneficiavam os milionários e prejudicavam os pobres”.
A prova de toda esta corrupção é personalizada pelo ex-diretor de Petróleos Mexicanos Emilio Lozoya que declarou publicamente que o Governo do ex-presidente Enrique Peña Nieto (2012-2018) entregava dinheiro em maletas aos parlamentares para que aprovassem leis como a reforma energética para entregar o setor ao capital privado, principalmente estrangeiro.
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O caso do Poder Judiciário, considerado o mais corrupto de todos, é um assunto complexo, explicou o mandatário, porque exige renovar-se completamente e é um assunto estrutural, pois não se trata só de mudar juízes, magistrados, ministros, é toda a advocacia em geral e sua formação ética e moral nas escolas, na educação, para criar advogados corretos, profissionais e honestos.
Deu como exemplo o juiz Javier Laynez, “que cancelou sozinho, sem consultar ninguém em uma sexta-feira à noite, a reforma de leis eleitorais secundárias aprovadas pelo Congresso da República, o poder do Estado mais próximo do povo, agindo como se ele fosse Sua Sereníssima Majestade, a alteza do supremo conservadorismo, e sem nem sequer ser eleito pelo povo para exercer como juiz da Corte”.
Disse de forma hipotética e irônica que se este mesmo senhor, abusando também de seu poder, lhe ordenasse como presidente da República propor a 1.800 juízes para renovar este poder corrupto, não poderia fazê-lo pois não há garantias no país de que haja tantos advogados honestos.
Com este exemplo fictício, quis dizer que a ênfase na transformação deste poder do Estado está na formação de seus profissionais porque na escola lhes ensinam o direito privado e não o público, que é o principal e que quase desapareceu dos currículos da Academia.
Concluiu nesse sentido que a reforma judiciária deve começar transformando e melhorando os planos de estudo, pondo em correspondência a educação com a nova realidade que se vive no país e fortalecendo valores e o humanismo, e que este seja o tom comum em toda parte.
Redação | Prensa Latina
Tradução: Ana Corbisier
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