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ToggleEsta segunda-feira (16), foi marcada pelo feriado em honra ao reverendo Martin Luther King, Jr, profeta dos Estados Unidos, que advertiu que “temos que realizar uma revolução radical de valores”. Temos de começar rapidamente o giro de uma sociedade orientada sobre as coisas a uma sociedade orientada para as pessoas. Quando as máquinas e computadores, o motivo de ganhos e direitos de propriedade, são considerados mais importantes que as pessoas, os trigêmeos gigantescos do racismo, o materialismo extremo e o militarismo não poderão ser conquistados…”
Nesse grande discurso, “Além do Vietnã”, de abril de 1967, afirmou que já lhe era impossível repetir sua mensagem a favor da não violência em seu país “sem antes haver falado claramente sobre o maior provedor da violência no mundo atual: meu próprio governo”.
Conheça o perigoso discurso de Martin Luther King, ocultado da história dos EUA desde 1967
Reprovou a arrogância estadunidense na qual “sentimos que temos tudo que ensinar a outras nações e nada que aprender delas… Frequentemente sentimos de maneira arrogante que temos uma missão divina, messiânica para ser polícia de todo o mundo… Somos arrogantes ao pretender estar preocupados com a liberdade em outras nações sem primeiro pôr nossa própria casa em ordem”.
Advertiu que “uma nação que continua ano após ano gastando mais dinheiro na defesa militar que em programas de melhoramento social está se aproximando da morte espiritual”.
Neste e em outros discursos nos últimos dois anos de sua vida, repetia que “o problema do racismo, o problema da exploração econômica e o problema da guerra estão todos vinculados. Estes são o triplo mal interrelacionado”.
Wikimedia Commons
O reverendo Martin Luther King, Jr, profeta dos Estados Unidos
EUA | Gasto militar x pobreza extrema
Hoje, os Estados Unidos acabam de aprovar um orçamento militar de 858 bilhões de dólares e, por muito, o maior gasto militar de qualquer país do mundo (aproximadamente 40% do gasto militar mundial), mais que os próximos 9 países de maior gasto militar.
As guerras pós 11 de setembro nas maiores zonas de conflito (Afeganistão, Paquistão, Iraque, Síria, Yemen, entre outras) já cobraram pelo menos 929 mil vidas e milhões de feridos e deslocados e um custo para os Estados Unidos de 8 trilhões de dólares. Esse orçamento se soma às operações bélicas “anti terroristas” em 85 países e centenas de milhões à guerra indireta contra a Rússia na Ucrânia.
Enquanto isso, os problemas de pobreza, fome, os sem teto, carências em saúde pública e educação e a mais extrema desigualdade de riqueza em um século continuam piorando, enquanto cresce o racismo e a xenofobia nutrida por forças neofascistas propagadas por Trump e outros.
Neste último fim de semana, grande parte da cúpula política estadunidense, incluindo seu presidente, rende homenagens a King citando a mensagem que expressou em seu discurso “Eu tenho um sonho”, pela igualdade racial em 1963, como se fosse o único que ofereceu, evitando assim toda menção da sua crítica essencial a suas políticas imperiais tanto dentro como fora de casa, talvez porque seguem mais vigentes do que nunca.
Na semana passada, um amigo perguntou se a queda, e o fim do Império Romano, foi tão rara como o que está ocorrendo aqui. Teremos que perguntar aos historiadores, mas há cenas que se contam do deterioramento da cúpula política de Roma e as guerras incessantes que a grandes rasgos são muito parecidas ao que ocorre aqui.
King declarou que “de vez em quando regresso a ler ‘O declive e queda do Império Romano’, de Gibbons. E quando venho a ver os Estados Unidos, me digo, os paralelos são aterradores”… “Neste momento na história, é irrefutável que nosso prestígio mundial é pateticamente débil. Nossa política de guerra gera um desdém e aversão quase em toda parte… Estamos isolados em nossos valores falsos em um mundo que exige justiça social e econômica. Temos que levar a cabo um reordenamento vigoroso de nossas prioridades nacionais”, declarou King em 1967.
Cinquenta e cinco anos depois, essa tarefa é mais urgente que nunca.
David Brooks | Correspondente do La Jornada em Nova York.
Tradução: Beatriz Cannabrava.
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