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EUA mantêm armas de ataque, e não de defesa ao redor da Rússia, afirma Noam Chomsky

Linguista questiona como EUA reagiriam se, durante guerra fria, Pacto de Varsóvia houvesse se estendido à América Latina e integrado países da região
Redação La Jornada
La Jornada
Cidade do México

Tradução:

A Rússia está permanentemente rodeada de armamento estadunidense à ofensiva, e nenhum líder de Moscou, não importa quem seja, toleraria que a Ucrânia, seu país vizinho, se unisse a uma aliança que lhe é hostil, indicou em entrevista para o programa televisivo Democracy Now! o intelectual estadunidense Noam Chomsky.

“Se existia um compromisso por parte da OTAN (organização do Tratado da Aliança Atlântica) no sentido de que não avançaria para o Leste” indicou o linguista que recordou que quando se concretizou a queda do muro de Berlim, as tropas dessa organização se assentaram na antiga Alemanha Democrática logo que lhes foi possível. O então presidente da União Soviética, Mijail Gorbachov, é claro que protestou, mas recebeu como resposta que o compromisso foi “só verbal” e não por escrito. “Com isso lhe deram a entender, sem dizer claramente, que se era tão ingênuo como para pensar que vai ser respeitado um acordo entre cavalheiros, esse era problema dele”, agregou Chomsky em um programa gravado no passado dia 20.

Linguista questiona como EUA reagiriam se, durante guerra fria, Pacto de Varsóvia houvesse se estendido à América Latina e integrado países da região

Montagem Diálogos do sul
Noam Chomsky deu declaração sobre conflito entre Rússia e Ucrânia para o programa televisivo Democracy Now

O linguista assinalou que há apenas algumas semanas uma grande quantidade de equipamento militar foi exibido numa espécie de “desfile” na Estônia, a só uns quilômetros da fronteira russa. 

“A Rússia está rodeada de armamento ofensivo dos Estados Unidos. Não há nada de natureza defensiva; são todas armas de ataque. O novo governo da Ucrânia aprovou em dezembro passado uma resolução em que manifestava sua intenção de se unir à OTAN. 

Nenhum líder russo, não importa quem seja, toleraria que a Ucrânia, que está no centro estratégico de seus interesses, se torne parte de uma aliança militar hostil. 

Temos que imaginar, por exemplo, como reagiriam os Estados Unidos se durante a guerra fria o Pacto de Varsóvia houvesse se estendido à América Latina, e México e Canadá planejassem unir-se ao Pacto de Varsóvia. É claro que isso jamais se materializaria porque na primeira tentativa de fazê-lo teria havido uma resposta violenta por parte dos Estados Unidos”.

O vídeo pode ser visto em:

*Tradução Beatriz Cannabrava


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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