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Afeganistão à beira da miséria: 10 mi de crianças podem morrer de desnutrição

Se medidas imediatas não forem tomadas, um milhão de crianças menores de cinco anos sofrerão de desnutrição com risco de vida
Redação Prensa Latina
Prensa Latina
Território dos EUA

Tradução:

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) considerou que o Afeganistão está à beira da pobreza universal, a menos que se realizem trabalhos urgentes para impulsionar as comunidades locais e suas economias.

A este respeito, o secretário-geral da maior organização internacional, Antonio Guterres destacou neste fim de semana que é fundamental evitar o colapso da economia afegã e um maior sofrimento da população.

Suas considerações partiram do fato de que uma queda total na economia daquela nação não beneficiaria ninguém e que, por isso, é fundamental encontrar exceções às medidas e sanções impostas por alguns Estados e pelo Conselho de Segurança para evitar seu fracasso.

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“Isso não significa reconhecer nada, nem ter tomado uma decisão particular, é procurar meios para que cheguem fluxos de recursos suficientes para evitar o colapso”, frisou.

Guterres reiterou o compromisso da ONU com o povo afegão, e lembrou que a organização está presente no país desde 1947 com um trabalho humanitário urgente hoje para aliviar as condições desesperadoras de um país de extrema pobreza.

Se medidas imediatas não forem tomadas, um milhão de crianças menores de cinco anos sofrerão de desnutrição com risco de vida

Prensa Latina
Dez milhões de crianças precisam desesperadamente de ajuda humanitária

Cresce a insegurança alimentar

Além disso, três em cada quatro afegãos começaram a reduzir suas refeições ou recorrer a ajuda para obtê-las após a tomada de Cabul pelo Talibã, de acordo com revelações do Programa Mundial de Alimentos (PMA).

Também um levantamento, realizado entre 21 de agosto e 5 de setembro em 34 províncias do país, mostrou que muitas famílias têm problemas para obter alimentos ricos em proteínas (carnes, laticínios e vegetais).

“Alguns pais estão pulando refeições inteiras para que seus filhos possam comer”, denunciou a vice-diretora do PMA Ásia-Pacífico, Anthea Webb, que enfatizou que a insegurança alimentar já estava presente no Afeganistão antes de o Talibã tomar o poder, embora tenha piorado com o novo ambiente político.

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Por exemplo, as famílias afegãs consumiam em média carne ou laticínios uma vez por semana antes de agosto, e agora fazem isso apenas uma vez a cada 15 dias e até têm limitações para conseguir suprimento suficiente de cereais, de acordo com dados gerenciados por essa agência da ONU.

Atualmente, a escassez de alimentos e a perda de empregos são as principais preocupações das famílias que participaram da pesquisa, disse o responsável do PMA, que também alertou sobre a chegada do inverno e a possível piora nos próximos meses da já debilitada economia.

Segundo estimativas desse órgão, ele só precisa de 200 milhões de dólares até o final do ano para ajudar 14 milhões de afegãos, de uma população total de 38 milhões. Um total de 1,3 bilhão de dólares é necessário para os esforços gerais de ajuda humanitária.

Enquanto isso, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, afirmou que “o Afeganistão é um país em crise, e os menos responsáveis estão pagando o preço mais alto.

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Dez milhões de crianças precisam desesperadamente de ajuda humanitária e se não tomarem medidas imediatas, um milhão de crianças menores de cinco anos de idade sofrerão de desnutrição com risco de vida antes do final do ano”.

Portanto, o aviso é claro: o alívio da crise humanitária não pode esperar por decisões políticas sobre o levantamento das sanções, já que milhões de afegãos precisam desesperadamente de ajuda e precisam agora.

Prensa Latina, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.


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