Os rostos mostram cansaço: não sugerem vingança. Mostram humildade e até comiseração, piedade – imagem espelhada do quadro, na parede, de um clérigo abençoando um guerreiro.
Têm NADA a ver com 11/9 de há quase 20 anos. Mas foram humilhados e re-humilhados, vezes sem conta, pelos estrangeiros invasores. Agora, conseguiram. Derrotaram os invasores – e os colaboradores. Eles derrotaram o Império.
Prestem atenção à História.
No final dos anos 1970s, o Império – via Brzezinski – inventou uma jihad islâmica que derrubou um governo afegão de pensamento socialista e derrotou a URSS, que tentava resgatar aquele governo.
O Império armou os jihadistas com mísseis para derrubar helicópteros e destruir tanques soviéticos.
O Império financiou os jihadistas, porque o governo pró-URSS, dentre outras coisas, permitia que as mulheres afegãs frequentassem a universidade.
Assim sendo, não me venham com esse lixo woke [1] sobre o destino das mulheres no Afeganistão. Sei o que era Cabul em 1977 (a universidade era então a 12ª melhor do mundo) quando tentei chegar até lá por terra, saído de Londres (terminei na fronteira turco-iraniana, mas essa é outra história).
Reprodução
Os rostos mostram cansaço: não sugerem vingança. Mostram humildade e até comiseração, piedade.
O Império INVENTOU al-Qaeda para combater a URSS – e na sequência culpou a al-Qaeda pelo 11/9 (sem qualquer prova de coisa alguma).
O bombardeio e a invasão do Afeganistão foram decididos MUITO ANTES do 11/9. E foram encenados para desviar todas as atenções e impedir qualquer investigação REAL dos eventos do 11/9.
Desde o final dos anos 1990s, trabalho sem parar para documentar todo esse processo. Viajei por todo o Paquistão, pelas áreas tribais e pelo Afeganistão. Escrevi incontáveis ensaios, incluídos em muitos dos meus livros.
Sobre o tema:
Talibã foi patrocinado pela CIA na Guerra Fria e hoje tomou poder no Afeganistão
A volta do cipó de aroeira sobre o lombo de quem mandou bater é foda. Quase 20 anos depois do 11/9 prevalece o Ouroboro – a cobra que come o próprio rabo. O Imperador está nu.*******
[1] Woke é palavra sem tradução ao português e, de fato, sem tradução ‘automática’ para uma infinidade de línguas, sempre incluindo a ‘arapuca’ do falso cognato, nesse caso cognato ideológico (além de falso). Pode ser semitraduzida como o particípio passado do verbo (ing.) to wake; em port. “despertar”, com particípio passado “desperto”, “acordado”. Com alguma irresponsável e pirada licença poética, tem sido traduzida como “movimento dos [únicos] que sabem” ou “movimento dos [únicos] que veem”. Nesse sentido, porque dá nome a um movimento que reivindica para si uma alardeada única ‘certeza’ e superior ‘verdade’ – que apaga e faz esquecer a luta de classes –, “woke” é expressão fascistizante, e os movimentos “woke” são movimentos de fascistização [NTs].
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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