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África do Sul e Nelson Mandela, uma equação de futuro incerto

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

Fausto Triana*

mandela-fondoÁfrica do Sul se debate hoje entre o otimismo comedido e os prognósticos fatalistas com relação a saúde do ex presidente Nelson Mandela, que voltou pra sua residência numa decisão surpreendente que suscitou interrogações. De acordo com fontes coincidentes aa medida adotada pelos médicos levou em conta o desejo da família e dos amigos mais próximos que, há tempo solicitaram a remoção do Madiba para sua casa de Johannesburgo.

Com idade de 95 anos e com uma recorrência dos problemas pulmonares, é quase um milagre que continue batalhando, mas em verdade, as predições são sombrias a partir de seu quadro clínico, comentaram os médicos consultados pela televisão local.

Em declarações às redes SABC e e-News, os especialistas revelaram que o futuro se perfila extremamente complexo e que as alternativas não são muitas,  além da excepcional fortaleza física do Prêmio Nobel da Paz de 1993.

A ideia de que possa ser curado, no melhor dos casos, ou que passe ao fim de sua vida em um ambiente mais agradável e sem dúvida aprazível, comentaram netos e filhas do líder antiapartheid que amargou 27 duros anos de cárcere.

Distante agora da frieza de um hospital, depois de quase três meses de cuidados intensivos em Pretória, Mandela ainda se mantém em estado crítico e instável, segundo comunicados médicos dos últimos dias.

Contudo, as simpatias, admiração, respeito e solidariedade predominam na nação arco-íris em que se renovam as orações e tributos que pedem pela recuperação do primeiro mandatário negro da África do Sul na história (1994-1999).

Ainda que a legião de jornalistas mudou seu acampamento de Pretória para o bairro de Houghton, Johannesburgo, no momento parece pouco provável que haja condições para tentar conhecer detalhes sobre a saúde de Mandela.

O governo de Jaco Zuma reiterou que o tratamento está a cargo de uma equipe multidisciplinar de médicos dos setores militar, privado e estatal, já a 87 dias de cuidados na capital administrativa do país. Ao mesmo tempo disse que se Madiba chega a pior e se requeira outra internação hospitalar sem dúvida será feita.

No momento as declarações no geral expressam o sentimento de respeito pelo homem que promoveu a reconciliação na África do Sul, para tratar de limar asperezas entre a minoria branca com a maioria negra, depois do oprobrioso regime do apartheid.

Contudo, o cepticismo predomina em grande parte da população, enquanto outra dinâmica da sociedade começa a ganhar terreno, as futuras eleições presidenciais de março ou abril de 2014.

*Prensa Latina de Pretória para Diálogos do Sul


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
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