Pesquisar
Pesquisar

América Latina: Tentativas de golpe aparecem quando imperialismo sente a força do povo

Nesse mês de setembro, que possamos trazer a memória do povo chileno e o exemplo de sua luta contra o sangrento golpe militar patrocinado pelos EUA
Danilo Nunes
Diálogos do Sul Global
São Paulo (SP)

Tradução:

O século XX foi um dos períodos mais movimentados e conturbados da história mundial. Marcado por duas grandes guerras, pela ascensão do nazi fascismo na Europa e pela crise liberal de 1929, o século XX também marcou brutalmente a nossa América Latina pela imposição das ditaduras militares violentas e sangrentas que se instalaram no continente, gerando consequências tristes e desastrosas devido às repressões desumanas sofridas por toda a população.

Muitos (as) se foram e outros (as) ficaram, mas o gosto amargo da pólvora e as inesquecíveis feridas das torturas, permaneceram tatuadas nas memórias e corpos que carregam esse fardo como preço das lutas e conquistas dos direitos sociais e democracias latino-americanas. 

Entre as décadas de 60 e 80 do século passado, a América Nuestra foi tomada, ao mesmo tempo, em diferentes países pelo desespero imperialista que viveu o medo do “inimigo vermelho” e da perda de sua soberania sobre a América.

De Salvador Allende a Pablo Neruda: as perdas memoráveis de setembro no Chile

A Guerra Fria foi o contexto que levou os Estados Unidos a patrocinarem as mais violentas formas de repressão em nosso continente que já havia passado pelo sucesso da Revolução Cubana e se alinhava, cada vez mais, às ideias socialistas encabeçadas pela União Soviética.

Os ideais e as perspectivas de justiça e igualdade social, direitos dos (as) trabalhadores (as), quebra dos monopólios comerciais, econômicos e as conquistas dos direitos da mulher, negro(a), comunidade LGBTQI+, sempre assombraram o sistema que vive da exploração de uma classe hegemônica composta por uma minoria abastada sobre uma maioria vista como ameaça ao imperialismo estadunidense.

Nesse mês de setembro, que possamos trazer a memória do povo chileno e o exemplo de sua luta contra o sangrento golpe militar patrocinado pelos EUA

Reprodução
No mês de setembro, torna-se impossível apagar de nossa memória o sangrento golpe militar no Chile.

Setembro no Chile

No mês de setembro, torna-se impossível apagar de nossa memória o sangrento golpe militar no Chile, patrocinado pelos Estados Unidos que nomeou como seu representante o cruel general Augusto Pinochet que, além de roubar o poder com suas forças armadas, torturou e matou milhares de chilenos(as) artistas, professores(as), estudantes, trabalhadores(as), homens e mulheres que tombaram sonhando com um país livre e uma América Latina integrada.  

Pinochet não só afrontou os direitos humanos com suas ações cruéis e desumanas como também afrontou a vontade do povo chileno que elegeu Salvador Allende como seu Presidente e representante. 

Desde as lutas por independência nos países latinoamericanos, encabeçadas por Simón Bolívar, San Martín, entre outros, o ideal integracionista percorre toda a América Latina e sua chama acende de tempos em tempos, principalmente nos momentos em que o fascismo coloca sua cabeça para fora do armário.

Assassinato de Víctor Jara, um crime pelo qual ainda o Chile ainda chora

Vivemos esse ciclo, onde as tentativas de golpe voltam a aparecer nos momentos em que o imperialismo e o poder do capital sente a ameaça do povo que desperta em sua consciência de classe. Luta de Classe! Essa é a chave do porquê.

Nesse mês de setembro, levando em conta todas as ameaças que continuamos a sofrer, assim como no Brasil com o presidente genocida, que possamos trazer a memória do povo chileno e o exemplo de sua luta.

Allende e Victor Jara

Lembremos Salvador Allende e Victor Jara, heróis que nos mostraram caminhos para um mundo melhor e que sonhos são combustíveis para a luta.

Que possamos sonhar e lutar por direitos de classe, direitos sociais, democracia, direitos humanos e respeito. Que possamos quebrar o monopólio econômico e os bloqueios que são determinados pelo capitalismo a países como Cuba.

Assassinos de Victor Jara são condenados no Chile

Que todos os países sejam livres e soberanos e que o espírito de Bolívar se faça presente cada dia mais para que a integração latinoamericana saia da ideia para a realidade, assim seremos muito mais fortes. Como já diz a canção de Gil: Soy Loco por Ti America! 

Para saber mais, acompanhe a Sacada Cultural e a prosa com a musicista e ativista cultural chilena Cecilia Concha que falou sobre os eventos de setembro, o golpe militar do Chile e o nascimento e morte do cantor, compositor e poeta chileno Victor Jara.

Danilo Nunes é músico, ator, historiador e pesquisador de cultura popular brasileira e latinoamericana

Instagram: @danilonunes013 | Facebook: @danilonunesbr 


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

Assista na Tv Diálogos do Sul

 

   

Se você chegou até aqui é porque valoriza o conteúdo jornalístico e de qualidade.

A Diálogos do Sul é herdeira virtual da Revista Cadernos do Terceiro Mundo. Como defensores deste legado, todos os nossos conteúdos se pautam pela mesma ética e qualidade de produção jornalística.

Você pode apoiar a revista Diálogos do Sul de diversas formas. Veja como:


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Danilo Nunes

LEIA tAMBÉM

Comuna de Paris, a Utopia
Comuna de Paris, a utopia
Com Trump, EUA vão retomar política de pressão máxima contra Cuba, diz analista político
Com Trump, EUA vão retomar política de "pressão máxima" contra Cuba, diz analista político
50 anos da Cadernos do Terceiro Mundo uma nova ordem informativa em prol do Sul Global
50 anos da Cadernos do Terceiro Mundo: uma nova ordem informativa em prol do Sul Global
album-referente-aos-festejos-nacionais-do-5o-aniversario-da-proclamacao-da-d4c858
Golpe e proclamação da República: a consolidação do liberalismo econômico no Brasil