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"Aqui tem dignidade", diz Maduro ao anunciar rompimento de relações com os EUA

Mandatário ordenou que todos os diplomatas estadunidenses deixem o país em 72 horas; “único jeito de eleger presidente é pelo voto”, disse
Vanessa Martina-Silva
São Paulo (SP)

Tradução:

“Hoje anuncio, ante os povos e nações livres do mundo, como presidente constitucional e chefe de governo da Venezuela, no meu dever de respeitar e fazer respeitar a soberania da república, o rompimento das relações com os Estados Unidos: fora da Venezuela! Basta de intervencionismo. Aqui tem dignidade”. Desta forma, o presidente Nicolás Maduro anunciou que vai expulsar, em 72 horas, todo corpo diplomático estadunidense de seu país.

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A declaração ocorreu durante discurso proferido no Palácio de Miraflores em um ato massivo de apoio ao governo, convocado após Juan Guaidó se autoproclamar presidente do país, um ato considerado golpista pelo mandatário.

Maduro fez um chamado a “multiplicar a verdade. Chegamos a esse palácio presidencial há 20 anos com o voto do povo e nesse palácio presidencial estamos e estaremos com o voto do povo, que é o único que elege presidente constitucional na Venezuela. Só o povo elege, só o povo retira”.

Na sequência, criticou a ação estadunidense. “O governo dos EUA deu uma ordem como nunca havíamos visto na história da Venezuela. Uma ordem para nomear um presidente extraconstitucional”, disse Maduro, se referindo às declarações do vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, que nesta terça-feira (22) enviou uma mensagem de apoio à mobilização que a direita venezuelana realiza também nas ruas de Caracas. 

Com várias referências ao ex-presidente Pedro Carmona, que em 2002 se autoproclamou presidente durante um golpe de Estado contra o ex-mandatário Hugo Chávez, Maduro ressaltou que golpe será “novamente derrotado”. “O que o povo fez? Retrocedeu? Se rendeu? Traiu Chávez? O deixou sozinho? Não! O povo venezuelano, em união cívico militar, saiu com sua força a derrubar o golpe”. 

Na sequência, ainda se dirigindo aos Estados Unidos, reagiu: “dizem que sou ditador:? Eu não me formei na Escola das Américas, onde vcs formaram todos os ditadores da América Latina. Eu me formei nas favelas do país, nos sindicatos, nas ruas, com o grande professor Hugo Rafael Chávez Frías”.

“Eles não querem que a Venezuela retome o caminho da recuperação. Nós temos que recuperar a economia do povo, o crescimento o investimento social”, disse o mandatário, cujo novo mandato estará enfocado “em potencializar o desenvolvimento do país através do fortalecimento da união cívico-militar, o programa de recuperação econômica e a luta contra a corrupção”.

Em um discurso emocionado e muito aplaudido, Maduro anunciou uma nova Missão social para que idosos possam encontrar emprego, que será um complemento da ação social para oferecer emprego para jovens. Entre 1999 e 2019, durante a Revolução Bolivariana, os investimentos foram duas vezes maiores que aqueles feitos durante os 20 anos anteriores, em governos liberais.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Vanessa Martina-Silva Trabalha há mais de dez anos com produção diária de conteúdo, sendo sete para portais na internet e um em comunicação corporativa, além de frilas para revistas. Vem construindo carreira em veículos independentes, por acreditar na função social do jornalismo e no seu papel transformador, em contraposição à notícia-mercadoria. Fez coberturas internacionais, incluindo: Primárias na Argentina (2011), pós-golpe no Paraguai (2012), Eleições na Venezuela (com Hugo Chávez (2012) e Nicolás Maduro (2013)); implementação da Lei de Meios na Argentina (2012); eleições argentinas no primeiro e segundo turnos (2015).

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