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Cuba imersa em levantar sua economia, apesar do bloqueio criminoso dos Estados Unidos

O ministro de Economia e Planejamento, Alejandro Gil, citou entre outras medidas potenciar a produção nacional, diversificar e incrementar as exportações
Cosset Lazo Pérez
Prensa Latina
Cidade do México

Tradução:

As recentes medidas anunciadas pelo governo cubano, entre elas o incremento salarial do funcionalismo estatal, formam parte de um programa para impulsionar a economia nacional, afetada em grande medida pelo bloqueio dos Estados Unidos.    

Desde sua chegada à presidência em abril de 2018, o mandatário Miguel Díaz-Canel ratificou como as principais linhas de sua administração a defesa do país e seu avanço no desenvolvimento econômico-social.

Embora o assédio constante dos Estados Unidos às negociações da ilha com outros países, multas a bancos e sanções econômicas sejam um obstáculo para o empenho de Cuba em materializar seu progresso, tais fórmulas não ofuscam a visão de um futuro melhor.

Após anunciadas as medidas econômicas, o chefe de Estado compareceu juntamente com membros do Conselho de Ministros ao programa televisivo Mesa Redonda.

Ali, disse que com esse aumento Cuba começava a romper a inércia em uma relação entre o trabalho e a remuneração em um setor que brinda serviços muito demandados pela cidadania. 

De acordo com Díaz-Canel essa decisão é apenas o início de outras que virão, como a reforma salarial, a adoção de uma política de preços mais coerente e a unificação monetária e cambiária.

Recordou que essas disposições se materializarão apesar dos recrudescimento do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos a Cuba há quase seis décadas. 

O mandatário instou a trabalhar por aquelas coisas que fazem bem ao país, a fim de avançar para o desenvolvimento econômico e o bem-estar da população. Isso tem que ver com convicções e compromissos de atores sociais e econômicos, e também com o âmbito do trabalho por conta própria, afirmou Díaz-Canel.

Também apelou a lutar contra comportamentos que não sejam emancipadores e a trabalhar em favor da ética que deve ser distintiva da sociedade cubana.

O ministro de Economia e Planejamento, Alejandro Gil, citou entre outras medidas potenciar a produção nacional, diversificar e incrementar as exportações

Ilustración: Osval
Economia de Cuba tem sido afetada em grande medida pelo bloqueio dos Estados Unidos.

Por sua parte, o ministro de Economia e Planejamento, Alejandro Gil, citou entre outras medidas potenciar a produção nacional, diversificar e incrementar as exportações, substituir importações, fomentar os encadeamentos produtivos, potenciar a empresa estatal e avançar na soberania alimentar. 

Estas ações não são estáticas, irão sendo modificadas segundo as circunstâncias com o fim de elevar o nível de vida da população, acrescentou Gil. 

Segundo o titular, o Governo busca cumprir a política aprovada sobre a construção de moradias e utilizar a ciência em função dos problemas da economia. 

Além disso, informou que está sendo estudado o uso da criptomoeda, pois se quer fortalecer a empresa estatal e desenvolver uma instituição que respalde o financiamento produtivo. 

Precisou que é preciso avançar no desenvolvimento de fontes de energia renováveis e reiterou a importância do turismo para Cuba, porque é um setor dinamizador da economia nacional. 

A critério da ministra de Trabalho e Segurança Social, Margarita González, o incremento salarial ao funcionalismo é significativo, embora tenha dito que não se trata de uma solução definitiva. 

González comunicou que a medida tem entre seus objetivos o reconhecimento dos trabalhadores da saúde, educação, pesquisa, imprensa, cultura, o setor artístico, juízes, promotores, governos locais e organismos da administração central do Estado, entre outros. 

Nesse sentido, detalhou que em data próxima vai ser implementada uma escala salarial com o mínimo de 400 pesos e o máximo de três mil pesos, que impactará de maneira positiva a mais de dois milhões e 700 mil cubanos, entre trabalhadores e aposentados. 

A esse respeito, pontuou que em torno de um milhão e 500 mil aposentados e pensionistas receberão aumento em seus emolumentos. 

Todos os trabalhadores do setor público terão incrementos, e isso inclui a funcionários administrativos, de serviços, quadros de direção, trabalhadores das organizações políticas e de massas, e da defesa e ordem interna, enfatizou. 

Ao falar dessa disposição, a ministra de Finanças e Preços, Meisi Bolaños, considerou que o princípio de redistribuição da riqueza, que caracteriza o socialismo, é a fonte principal do aumento salarial. 

De acordo com Bolaños, os recursos para financiar a medida proverão do orçamento aprovado para este ano, sob o princípio da redistribuição.

Também agregou que é pertinente ir em direção a uma maior produção com melhores rendimentos e por essa via ampliar as ofertas de serviços que vão gerar mais recursos ao orçamento estatal. 

*Jornalista da Redação Nacional de Prensa Latina.

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
Cosset Lazo Pérez

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