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Por que Evo Morales e Álvaro García Linera se tornaram favoritos para as eleições da Bolívia?

O binômio é a proposta eleitoral do oficialismo, que lidera as intenções de voto programadas para o dia 20 de outubro
Nara Romero Rams
Prensa Latina
La Paz

Tradução:

O governante do Movimento Ao Socialismo (MAS) da Bolívia apostou novamente ao binômio do presidente Evo Morales, e o vice-presidente Álvaro García Linera, para consolidar o futuro seguro do país nas próximas eleições gerais. 

Morales, que lidera a nação andino amazônica de forma ininterrupta desde 2006, provém de uma família humilde de ascendência indígena; começou sua carreira no sindicalismo cocaleiro na década de 1980 e foi em várias ocasiões detido e vítima da repressão. 

Posteriormente, como deputado do MAS a partir de 1997 traçou uma política que até a atualidade tem impulsado as principais transformações econômicas e sociais em um país que estava abrumado por dívidas, hiperinflação, privatizações de empresas públicas, altos índices de analfabetismo e extrema pobreza.

Com seu triunfo eleitoral em 2005, com 53,74% dos votos, converteu-se no primeiro presidente indígena da história da Bolívia, e com a Constituição de 2009, plasmou princípios como o de um Estado Plurinacional, o respeito à diversidade étnica e às minorias, a soberania sobre os recursos naturais e uma exploração da terra mais equitativa e justa. 

Da mesma forma, estabeleceu um Modelo Econômico Social Comunitário Produtivo que prioriza o investimento público e dinamiza o mercado interno, principais fatores de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) que, no fechamento de 2018 cresceu 4,8%, enquanto o PIB latino-americano foi de 2,5%. 

Morales ganhou quatro anos depois, com 64,22% dos votos, e em 2014 obteria um apoio de 61,43%.

A redução da extrema pobreza, das desigualdades sociais, a nacionalização dos recursos naturais e das empresas estratégicas caracterizaram os três mandatos do chefe de Estado boliviano, assim como a redistribuição das riquezas que atualmente sustentam os bônus sociais e os recursos para benefício dos setores mais vulneráveis. 

Como companheiro de fórmula política, o vice-presidente Álvaro García Linera, conta com uma trajetória também baseada na luta pelos direitos dos povos indígenas e das classes operárias e se autodefine como “marxista clássico”.

Seus estudos de matemática o levaram ao México em 1981 onde forjou seu pensamento revolucionário graças ao influxo das guerrilhas indígenas camponeses de El Salvador, Guatemala e pelo movimento nicaraguense.

Ao regressar a Bolívia em 1985 começou a visitar comunidades indígenas e centros mineiros, em cuja oportunidade conheceu o então líder cocaleiro Evo Morales, e posteriormente formou parte da fundação do Exército Guerrilheiro Túpac Katari (EGTK), cujo objetivo era apoiar a insurgência indígena.

Por suas atividades foi preso em 1992 e libertado cinco anos depois, tendo se mantido ativo como defensor dos movimentos sociais. 

Em 2005, foi convidado por Evo Morales a apresentar-se junto dele como candidato à vice-presidência nas eleições gerais de dezembro. 

“Assuma a responsabilidade por defeito. Desde a adolescência me imaginava como mais um, ou seja, lutar e morrer na luta por um governo indígena, que sonhei desde meus 18 anos. Ser, antes de tudo um dos tijolos para construir essa sublevação”, declarou García Linera.

Em 18 de dezembro desse ano foi proclamado o primeiro governo indígena da Bolívia que 13 anos depois, aposta por um programa denominado Agenda do Bicentenário que busca consolidar as conquistas alcançadas.

O binômio Evo Morales-Álvaro García Linera é a proposta eleitoral do oficialismo, que lidera as intenções de voto com vista às eleições de 20 de outubro próximo, onde os movimentos camponeses, indígenas, operários e outros setores, por anos marginalizados pelo neoliberalismo, buscam assegurar com seus votos um futuro seguro para as novas gerações.

O binômio é a proposta eleitoral do oficialismo, que lidera as intenções de voto programadas para o dia 20 de outubro

Infobae.com
Alvaro Linera e Evo Morales

Pesquisa eleitoral reafirma vantagem de Evo Morales na Bolívia. 

O presidente da Bolívia, Evo Morales, permanece à frente da intenção de voto para as eleições gerais de 20 de outubro com 36,2%, segundo pesquisa de Ciesmori.

Os resultados de uma sondagem publicados o dia 9 de outubro conferem ao mandatário 9,3% de vantagem sobre o seu mais próximo competidor, o candidato da Comunidade Cidadã (CC), Carlos Mesa, que aparece com 26,9%. Para conseguir a reeleição, Morales necessita acumular mais de 50% dos votos, ou pelo menos 40% e 10% de vantagem com relação ao segundo lugar. 

De acordo com a enquete urbana e rural realizada para a aliança de médios Unitel e El Deber, continua em terceiro lugar o postulante da aliança Bolívia Diz Não (BDN) Oscar Ortiz (7,8%), seguido do representante do Partido Democrata Cristão (PDC), Chi Hyun Chung, que obteve 5,8%.

Félix Patzi, do Movimento Terceiro Sistema (MTS), acumula 1,4%; Virginio Lema, do Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR), 1,0%; Víctor Hugo Cárdenas, da Unidade Cívica Solidariedade (UCS), registra 0,7%.

Em seguida aparecem Ruth Nina, d PAN-BOL, 0,7%, e finalmente, Israel Rodríguez, da Frente Para a Vitória (FPV) com 0,2%.

Com base nestes resultados, só as quatro primeiras agrupações conservariam sua personalidade jurídica e, portanto, permaneceriam no cenário político boliviano.

Antonio Costas, vice-presidente do Tribunal Supremo Eleitoral, declarou à imprensa que a organização que não conseguir 3%, independentemente do que ocorrer, perde sua personalidade jurídica, de acordo com a regra vigente desde que se aprovou o já derrogado Código Eleitoral e se mantém na atual Lei de Organizações Políticas, sancionada em 1º de setembro de 2018. 

Desde o ponto de vista da votação departamental, Morales encabeça a intenção de votos em La Pazz (43,3 %), Cochabamba (47,8 %), Oruro (41,8 %), Potosí (34,8 %), Pando (36,6 %) e Beni  (32,0 %).

Em relação com a distribuição de cadeiras na Câmara de Senadores, o MAS obteria três em La paz, duas em Oruro, duas em Potosí, três em Cochabamba, duas em Chuquisaca, duas em Tarija, uma em Santa Cruz, duas em Beni e três em Pando, com 20 senadores, de um total de 36.

Por sua parte, CC alcançaria 12, BDN dois e dois ainda não estão definidos. 

Ciesmori reporta que segundo a pesquisa, 80,8% de eleitorado já definiu seu voto, 94,4% não sabe ou não respondeu; 6,2% votaria em branco; 1,9% preferiu manter seu voto em segredo; e 1,7% anularia o voto. 

A empresa informou que entre os dia 2 e 7 de outubro foram ouvidas 2.414 pessoas de áreas rurais e urbanas

Twitter de Evo Morales lidera entre os políticos da Bolívia

A conta no Twitter do presidente da Bolívia, Evo Morales, superou hoje os 600 mil seguidores, uma cifra que o ratifica na liderança entre os políticos do país.

O mandatário somou-se à popular rede social em 15 de abril de 2016 e uma hora depois se tornou tendência ao publicar como primeira mensagem uma recomendação do papa Francisco: “Evo sempre com o povo”. 

Passados exatamente três anos, o chefe do Estado Plurinacional publicou: “A conta @evoespueblo a construímos juntos. Muito obrigado, irmãos e irmãs, por suas mensagens e respostas com as que conseguimos ter a maior quantidade de seguidores na Bolívia. “.

Até a atualidade, Morales alcançou uma média constante de 20 mil seguidores por mês e 667 por dia, números que deixam especialmente relegados aqueles que participam da corrida pela presidência nacional. 

Morales, líder indiscutível no uso do Twitter, como parte de sua campanha pela reeleição chamou seus seguidores a se sentiram orgulhosos de ser parte do processo de mudança e unir-se à campanha de incluir na sua foto de perfil a legenda #FuturoSeguro, através da ferramenta Twibbon.

Meios locais coincidem em ressaltar o anterior e apontam que o candidato pela conservadora aliança Comunidade Cidadã (CC) Carlos de Mesa, segundo nas pesquisas de intenção de voto, está há mais tempo na rede social e tem menos seguidores. 

O ex-governante abriu sua conta em março de 2001 e consegue uma média de 5.013 por mês e 167 por dia. Enquanto Oscar Ortiz, representante da formação de direita Bolívia Diz Não (BDN), no Twitter desde janeiro de 2011 alcança apenas 34.018 seguidores.

Bolívia auditará por primeira vez resultados de eleições gerais

O Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) de Bolívia continua os preparativos para as eleições gerais de 20 de outubro, dia em que serão auditados por primeira vez a transmissão dos resultados preliminares e o cômputo oficial. 

A presidenta do TSE, María Eugenia Choque, declarou ao portal de notícias Urgente.bo que o calendário eleitoral contempla a aplicação de dois sistemas de verificação dentro e fora do país para garantir a transparência dos dados. 

Choque precisou que a auditoria do cômputo final será realizada a partir das 18h00 (hora local), com a instalação de salas plenas permanentes nos tribunais eleitoral departamentais de todo o país e para o voto no exterior. 

“Estamos contratando uma empresa para uma auditoria concorrente, ou seja, dois sistemas. Vamos ter a auditoria no dia, 20 de outubro, e até a finalização do cômputo oficial. Nunca se fez assim, mas para dar tranquilidade ao país estamos contratando essa empresa”. 

Por outra parte, a presidente do ente eleitoral boliviano confirmou a presença de 228 observadores internacionais para seguir o processo eleitoral. 

Precisou que a Organização de Estados Americanos terá 91; a União Europeia, dois representantes, e a União Interamericana de Organismos Eleitorais (Uniore), 22 especialistas.

A missão formada por diplomatas credenciados na Bolívia ascende a 97/ o Observatório da Democracia do Parlamento do Mercosul terá cinco membros e a Chancelaria britânica estará representada por nove observadores, entre outros. 

Os observadores eleitorais, segundo o TSE, também receberão a informação e demonstração da transmissão rápida de dados e do cômputo de resultados definitivos. 

Para as eleições gerais foram habilitados 7.315.364 eleitores segundo o Padrão Eleitoral Biométrico; dessas 6.974.363 correspondem ao âmbito nacional e 341.001 aos 33 países onde cidadãos bolivianos residentes emitirão seu voto. 

Bolívia elegerá nessa ocasião 352 autoridades nacionais, presidente, vice-presidente, nove representantes ante organismos supra-estatais, cada um com seus respectivos suplentes. 

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
Nara Romero Rams

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