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Bolsonaro envergonha Brasil ao votar com EUA a favor do bloqueio genocida contra Cuba

Para deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), posição brasileira é “capricho de miliciano”; chanceler cubano disse que Washington mentiu e falsificou dados
Redação Diálogos do Sul
Diálogos do Sul
São Paulo (SP)

Tradução:

O governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro rompeu nesta quinta-feira (7) com uma tradição diplomática brasileira existente desde 1992 e se alinhou à política exterior dos Estados Unidos ao votar, nas Nações Unidas (ONU), a favor do bloqueio que o país do Norte impõe a Cuba.

Durante a votação na Assembleia Geral da ONU, Cuba recebeu o apoio avassalador da comunidade internacional, com o posicionamento de 187 Estados-membros contra o cerco econômico, social e financeiro imposto pelos EUA à ilha.

Apenas dois países se abstiveram: Colômbia e Ucrânia. Os que votaram contra o fim do bloqueio foram: Estados Unidos, Israel e, pela primeira vez, Brasil. A posição brasileira coloca o país em isolamento com relação à comunidade internacional que, há décadas, rechaça a política estadunidense no bloqueio econômico mais longo da história.

Para deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), posição brasileira é “capricho de miliciano”; chanceler cubano disse que Washington mentiu e falsificou dados

Prensa Latina
Chanceler cubano, , Bruno Rodríguez

O líder do PT na Câmara dos Deputados, deputado Paulo Pimental (PT-RS), classificou como “vergonhosa” a posição brasileira. Para ele, a postura de Bolsonaro indica que o Brasil “se comporta como colônia dos Estados Unidos”. O deputado disse ainda que “o Brasil se submeteu a esta vergonha pelo capricho de um miliciano”.

De acordo com a imprensa brasilera, o embaixador Mauro Vieira, chefe da missão permanente de Brasília na ONU, tentou convencer o excutivo para que ao menos se abstivesse, mas o governo Bolsonaro preferiu chancelar sua posição de submissão diante dos Estados Unidos.

Para analistas, a posição brasileira tem como objetivo fortalcer o alinhamento ideológico do país com Donald Trump. 

A agressão de Bolsonaro a Cuba data de antes de sua posse. Ainda durante sua campanha eleitoral, quando era deputado federal, tentou desqualificar o programa Mais Médicos por meio do qual profissionais cubanos prestavam atendimento médico às pessoa mais vulneráveis no Brasil.

Os ataques do político extremista aos médicos cubanos resultou no cancelamento do programa que Cuba mantinha com o Brasil. Até hoje os médicos cubanos não foram substituídos, gerando profundo impacto nos índices de saúde no país.

Vitória

Apesar do posicionamento brasileiro, Havana comemorou o resultado, já que a comunidade internacional voltou a rechaçar o bloqueio, mesmo com as fortes pressões das autoridades estadunidenses.

A votação mostrou “o indiscutível isolamento dos Estados Unidos, suas pressões brutais e refletem a bancarrota moral e a podridão de seu atual governo”, afirmou o chanceler cubano, Bruno Rodríguez.

Reprodução Twitter 

Os Estados Unidos expressaram, em seu voto, altas doses de cinismo, ao dizer que seu governo apoia o povo cubano, quando, na verdade, eles são os responsáveis por impor as penúrias a toda a população cubana, disse ainda o chanceler.

Rodríguez acusou ainda a delegação dos EUA de mentir e falsificar dados sobre “supostas licenças para operações de venda de medicamentos e alimentos para Cuba”. E destacou os danos humanitários incalculáveis que representam uma violação massiva e sistemática dos direitos humanos de todo o povo. “O governo dos Estados Unidos é sim responsável”, afirmou.

* Com informações de Prensa Latina.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
Redação Diálogos do Sul

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