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ToggleNo segundo dia da Cúpula das Américas, o governo anfitrião finalmente apresentou uma lista de participantes na qual se revela que se espera um total de 23 chefes de Estado, para quando o presidente Joe Biden presidiasse a cerimônia inaugural nesta quarta-feira (8) em Los Angeles, enquanto Cuba continua entre os países mais presentes apesar de sua ausência.
A cerimônia inaugural estava programada para a tarde de quarta-feira, com o que começará o programa de plenárias e reuniões entre os mandatários convidados ou seus representantes, que continuará até sexta-feira. Enquanto isso, nestes dois primeiros dias houve sessões em fóruns paralelos e oficiais entre diversos representantes da sociedade civil, setor empresarial e jovens que apresentarão suas recomendações à cúpula no final desta semana.
Na terça-feira (7), a vice-presidenta Kamala Harris anunciou, no marco da cúpula, que se conseguiu obter mais de 1,9 milhões de dólares em novos compromissos do setor privado para o esforço que ela lançou em julho do ano passado para gerar oportunidades econômicas no norte da América Central – Guatemala, El Salvador e Honduras – como parte da estratégia do governo de Biden para abordar as “causas fundamentais” da migração. Com isso, o total dos compromissos agora ascendem a mais de 3,2 milhões de dólares.
Mas como em outros rubros, a participação ou não de vários mandatários está embaçando esforços como estes para o governo de Biden. De fato, por ora não estarão presentes os mandatários de justamente os três países centro-americanos onde Harris está impulsando sua iniciativa. A presidenta Xiomara Castro, de Honduras e o presidente Alejandro Giammattei, da Guatemala, já haviam indicado que não chegarão a Los Angeles e seu contraparte salvadorense, Nayib Bukele, não aparece na lista oficial, apenas seu chanceler.
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Além destes três, os outros países que não estão enviando seus mandatários, mas sim seus chanceleres ou outros representantes oficiais incluem México, Bolívia, Granada e São Cristóvão e Neves. Pelo menos três deles junto com Honduras citaram a exclusão de Cuba, Venezuela e Nicarágua como a razão principal da não participação de seus mandatários.
Cuba presente
Pelo segundo dia, e como se prognostica, será o caso ao longo da semana, Cuba estava presente na Cúpula apesar de sua ausência oficial.
Nesta terça-feira, o secretário assistente de Estado para o Hemisfério Ocidental, Brian Nichols. denunciou por tuíte que “condenamos as ações do governo de Cuba de negar que assistam sete participantes da sociedade civil cubana à Cúpula das Américas. Não convidaremos os atores não democráticos de Cuba e acreditamos que é vital que participem representantes não governamentais de Cuba”.
Mas Nichols não mencionou que o seu próprio Departamento de Estado de fato negou vistos a uma delegação de 23 cubanos que haviam sido convidados a participar da Cúpula dos Povos, o evento alternativo que começa nesta quarta-feira em paralelo com a cúpula oficial com uma ampla participação de organizações e movimentos progressistas de todo o hemisfério.
O Departamento de Estado insistiu que é falso que foram negados os vistos, mas que é o resultado de “circunstancias muito limitadas” na embaixada em Havana e que as solicitações tinham que ser feitas em uma embaixada ou consulado fora de Cuba. Por outro lado, Nichols também anunciou que se havia encontrado com o artista cubano Yotuel na Cúpula, e afirmou que Estados Unidos apoiam aqueles cubanos que defendem “pátria e vida”.
Reprodução – Twitter
Alguns políticos estadunidenses continuaram atacando líderes que criticaram o governo estadunidense por não convidar Cuba, Venezuela e Nicar
Os oficiais estadunidenses não responderam a declarações de vários participantes, os quais mesmo antes de chegar fizeram eco da posição de Lopez Obrador de não excluir Cuba entre outros países, incluindo o presidente do Chile Gabriel Boric – posição que reiterou na segunda-feira durante sua visita ao Canadá antes de viajar a Los Angeles – e seu contraparte argentino Alberto Fernandez, entre outros.
Alguns políticos estadunidenses continuaram atacando líderes que criticaram o governo estadunidense por não convidar Cuba, Venezuela e Nicarágua.
Depois que seu colega cubano-estadunidense, o senador Robert Menendez condenou a decisão do Presidente Andrés Manuel Lopez Obrador de não assistir pessoalmente a Cúpula, o senador republicano Marco Rubio tuitou neste terça-feira que “me alegra ver que o presidente mexicano que entregou seções inteiras de seu país aos cartéis de droga e é um apologista por uma tirania em Cuba, um ditador assassino na Nicarágua e um narcotraficante na Venezuela, não estarão nos Estados Unidos esta semana”.
O segundo dia
Nas atividades iniciais, a Casa Branca destacou nesta terça-feira que “promover os valores democráticos e boa governança” tem sido um eixo das cúpulas hemisféricas, e que nesta nona edição buscará promover sua chamada “Iniciativa Presidencial para a renovação democrática” sobre a qual informou que o Departamento de Estado e USAID investiram mais de 477 milhões de dólares para apoiar democracia, direitos humanos e a luta contra a corrupção no hemisfério ocidental.
Também se realizam outros eventos oficiais paralelos, ou com a participação de alguns dos representantes governamentais. O secretário de Estado, Antony Blinken, a vice-presidenta Harris e outros altos funcionários também participaram em foros acadêmicos que se realizam em conjunto com a cúpula.
Enquanto isso, os “milhares” de participantes nas atividades paralelas como nos eventos oficiais da cúpula inundam o centro de Los Angeles. Entre eles, segundo a lista oficial de participantes estarão os secretários gerais da Organização das Nações Unidas e da Organização de Estados Americanos, representantes de várias organizações multilaterais e regionais (Banco Interamericano, Organização Panamericana de Saúde etc.) e uma lista de “delegações de observação” que inclui a União Europeia, Caricom e vários países: Alemanha, Japão, Austrália, Espanha e até Kosovo e Senegal, entre outros.
Diante disso, para os habitantes de Los Angeles a maior preocupação não são as disputas geopolíticas, mas sim os efeitos da cúpula sobre o pesadelo crônico do tráfico nessa metrópole durante esta semana.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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