O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou neste sábado (3) a conclusão de um acordo entre seu governo e o grupo guerrilheiro Exército de Libertação Nacional (ELN) sobre o retorno de refugiados indígenas deslocados no oeste do país. É o primeiro desde a abertura das negociações de paz entre Bogotá e a guerrilha.
“O primeiro ponto de acordo que alcançamos com o ELN, apenas uma semana após o início das negociações, consiste em permitir que os deslocados por esta organização retornem às suas terras”, disse o presidente.
Petro não especificou a data do retorno dessas comunidades que fugiram dos territórios que ocupavam legalmente nas regiões de Choco, no noroeste do país, e Risaralda, no centro-oeste, por causa da violência entre narcotraficantes, grupos paramilitares e guerrilheiros do ELN, a última guerrilha reconhecida na Colômbia.
As negociações com o ELN, interrompidas em 2019 pelo governo anterior em resposta a um atentado que matou 22 pessoas, foram reabertas pelo presidente Petro, o primeiro presidente de esquerda da história da Colômbia, que chegou ao poder em agosto deste ano. Representantes do governo e do ELN iniciaram as novas negociações em 21 de novembro na Venezuela.
O governo e o ELN não concordaram com um cessar-fogo, mas concordaram em retomar todos os acordos e progressos alcançados desde 2016. Nas últimas semanas, as duas partes se deram promessas de confiança com a libertação de prisioneiros ou a redução das operações.
Após a suspensão das negociações em 2019, o quadro de membros do ELN passou de 1.800 para 2.500 membros, segundo estimativas oficiais.
Fundado em 1964 por sindicalistas e estudantes simpatizantes de Ernesto “Che” Guevara e da revolução cubana, o ELN é até hoje o último grupo guerrilheiro constituído ainda ativo na Colômbia, enquanto as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) assinaram um acordo de paz acordo em 2016.
Redação | Sputnik
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