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Argentina vive disputa ideológica entre fascismo e direitos conquistados, diz deputada

Victoria Montenegro, deputada e neta recuperada da ditadura argentina, fala à ComunicaSul sobre a urgência de mostrar aos jovens o valor da democracia
Guilherme Ribeiro
Diálogos do Sul Global
Bauru (SP)

Tradução:

“O que está em disputa hoje, além dos governos, é o senso comum. Há um limite que se corrompeu entre o real e o palpável”, afirma Victoria Montenegro, deputada de Buenos Aires pela Frente de Todos.

A parlamentar concedeu entrevista aos jornalistas da ComunicaSul Vanessa Martina-Silva e Felipe Bianchi, que estão na Argentina para reportar as eleições presidenciais, cujo primeiro turno acontece neste domingo (22).

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Montenegro nasceu em 31 de janeiro de 1976, filha de dois “desaparecidos” pela ditadura militar que assolou a Argentina de 1976 a 1983. Foi criada por uma família ligada ao regime e, só em 2000, com a ajuda das Avós da Praça de Maio, descobriu sua verdadeira origem, tornando-se a 95ª neta a ter sua identidade restaurada.

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“É a banalização do mal o que está acontecendo hoje na sociedade, é muito perigoso. […] Há algo sendo plantado em todo o mundo”, diz, amparada na consciência política de quem viveu pessoalmente os horrores da ditadura. Ela propõe que as forças democráticas encontrem um modo de ajudar as novas gerações a proteger o que foi conquistado: “Há uma disputa novamente pelo valor da vida”.

Outro ponto comentado pela deputada é o papel da grande mídia no atual cenário, que busca exaltar de maneira positiva tudo o que é relacionado ao mercado, enquanto ataca as lutas populares: “As lideranças se transformam em elementos a serem eliminados, estigmatizados, [por meio de] uma campanha judicial e midiática”, denuncia. “Não importa depois se é verdade ou se o processo avança, o estrago já foi feito”, acrescenta.

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Victoria Montenegro, deputada e neta recuperada da ditadura argentina, fala à ComunicaSul sobre a urgência de mostrar aos jovens o valor da democracia

Foto: ComunicaSul
O objetivo é "instalar modelos econômicos de saque dos recursos naturais dos nossos países", afirma Victoria Montenegro

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Montenegro, neste sentido, joga luz à atuação do imperialismo estadunidense, que ao contrário do suporte militar e policial que teve durante o Plano Condor, hoje atua na Argentina – e na América Latina – justamente com o apoio dos meios de comunicação e da Justiça, trilhando um “caminho para desestabilizar e gerar danos e rupturas na sociedade”, aponta.

Em meio ao desgaste democrático que esse conluio opera, o resultado, segundo a líder progressista, é que as pessoas acreditam cada vez menos na política, o que abre espaço para discursos insanos e violentos:

O objetivo é “instalar modelos econômicos de saque dos recursos naturais dos nossos países, de submissão do povo, da sociedade e principalmente dos mais novos, que não conseguem dimensionar a importância de todo esse processo histórico”, avalia.

Confira, a seguir, a fala completa de Victoria Montenegro, na TV Diálogos do Sul:

E para saber mais sobre a disputa eleitoral no país, confira nossa editoria especial: Eleições na Argentina.

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Guilherme Ribeiro | Jornalista e colaborador na Diálogos do Sul.



As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

Assista na TV Diálogos do Sul



As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

Guilherme Ribeiro Jornalista graduado pela Unesp, estudante de Banco de Dados pela Fatec e colaborador na Revista Diálogos do Sul Global. Mais conteúdos em guilhermeribeiroportfolio.com

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