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Esquerdas podem não concordar com Maduro, mas devem respeitar decisão de venezuelanos

Projeto é de extinguir Venezuela Bolivariana. Progressistas não podem justificar agressão internacional dos inimigos históricos dos povos latino-americanos
Iván González
São Paulo (SP)

Tradução:

Quem quiser analisar a situação na Venezuela sobre a ótica da formalidade democrática não está entendendo o que está em disputa nesse país e no mundo. O projeto de controle sobre a região precisa acabar, destruir, extinguir o exemplo da Venezuela Bolivariana. Desconhece que mesmo o governo de Nicolás Maduro tentando negociar condições para uma disputa democrática com a direita, ela não aceitou por ordens de Washington. 

Desconhece que desde 2002 essa direita não reconhece nenhum governo venezuelano e, com apoio da direita internacional, vem tentando dar diferentes golpes, abertos, encobertos, coloridos, violentos, econômicos, militares e diplomáticos. 

Não entende que neste momento histórico essa direita na região e no mundo é essencialmente fascista, racista, supremacista e anti latino-americana. Não entende que é a mesma direita que falsificou os argumentos para a invasão do Iraque, a ocupação da Líbia, a guerra de destruição da Síria e que dia a dia produz factoides para atacar a Venezuela. 

Projeto é de extinguir Venezuela Bolivariana. Progressistas não podem justificar agressão internacional dos inimigos históricos dos povos latino-americanos

Reprodução/ PSUV
Ato em apoio a Nicolás Maduro no dia da posse presidencial, no último dia 10

Maduro e o povo da Venezuela não têm outra alternativa que defender o projeto político existente na Constituição de 1999, aquela que diz que a Venezuela é uma república independente, soberana, antiimperialista e bolivariana. Um país comprometido com a paz e o respeito à autodeterminação de povos e nações, num mundo multipolar. Uma democracia participativa e protagônica,  onde só seus cidadãos têm o direito de eleger suas autoridades através de eleições livres, reconhecidas por suas instituições e poderes públicos.

Ninguém tem que defender a Maduro e seu governo, isso é assunto que toca ao povo que votou nele, que sofre as consequências dos problemas do burocratismo, corrupção e falta de resposta da gestão pública. 

Esse povo reclama todos os dias por isso e por muitos outros problemas. Mas esse povo também reconhece com esses problemas são infinitamente maiores produto da agressão e da guerra de múltiplas fases que o país enfrenta. Até agora a maioria desse povo continua a votar no projeto bolivariano e seus governantes. Essa é uma verdade incontestável. Assim como é que esse povo está disposto a defender esse projeto. 

As esquerdas de todos os tons e países têm o direito de criticar e não concordar com Maduro e seu governo. Questionar os erros e oferecer possíveis alternativas aos problemas, mas não podem pretender ser elas quem decidirão os rumos do processo na Venezuela. Pior ainda, justificar a agressão internacional dos inimigos históricos de nossos povos latino-americanos.

* é historiador venezuelano e reside há 13 anos no Brasil

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As posições expressas nos artigos opinativos expressam a posição de seu autor e não necessariamente o pensamento editorial da Revista Diálogos do Sul.

Não deixe de assistir o programa especial da Tv Diálogos do Sul sobre a tentativa de golpe na Venezuela:


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Iván González

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