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Sete pontos que provam que quarta reeleição de Netanyahu foi marcada por fraudes

Uso irregular de redes sociais; fraudes; corrupção e espionagem ilegal são algumas das acusações contra o líder ultradireitista
Cícero
Buenos Aires

Tradução:

A apuração dos resultados eleitorais em Israel indica a vitória do atual premiê, Benjamin Netanyahu, para seu quinto mandato, pelo partido conservador Likud, em meio a uma série de denúncias de crimes como fraude eleitoral,  corrupção, suborno, espionagem e escândalos sexuais. Ao que tudo indica, Bibi, como é conhecido, não terá vida fácil.

O processo eleitoral que deve mantê-lo à frente do governo israelense teve participação do ex-assessor do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Steve Bannon, um grande conhecido dos brasileiros por ter tido papel fundamental na fraude eleitoral que garantiu a vitória de Jair Bolsonaro.

Uso irregular de redes sociais; fraudes; corrupção e espionagem ilegal são algumas das acusações contra o líder ultradireitista

Mediun
O Facebook exigiu que a conta oficial de Netanyahu na rede parasse de coletar informações sobre os usuários

A seguir, listamos sete casos e investigações que podem complicar o provável futuro governo de Netanyahu:

1) Uso irregular do Facebook

O Facebook entrou em contato com o partido conservador Likud e exigiu que a conta oficial de Netanyahu na rede parasse de coletar informações sobre os usuários. 

De acordo com as informações, o gigante das redes sociais reclamou de uma coleta de dados do chatbot, ferramenta automatizada para envio de mensagens aos usuários que visitam a página do primeiro-ministro.

O caso expôs que o premiê estava e violando as políticas de privacidade de dados da rede social. O chatbot enviava mensagens privadas especialmente projetadas para se assemelhar às do pessoal de Netanyahu e bombardear os usuários com perguntas, como se eles pretendiam votar no Likud nas eleições do Knesset (Parlamento israelense), realizadas em 9 de abril. 

O caso é praticamente uma cópia do que aconteceu nos EUA com o uso de redes sociais na campanha de Donald Trump e se assemelha aos disparos massivos de WhatsApp na campanha de Jair Bolsonaro, no Brasil.

2) Escândalo sexual

No começo deste ano, foi revelado uma trama que abalou o sistema judicial do regime israelense. 

Diante da corrupção generalizada no sistema judicial, vários integrantes da Ordem dos Advogados de Israel foram forçados a comparecer perante o tribunal. Entre as autoridades mais proeminentes supostamente envolvidas no caso estão o responsável pelo órgão, Efraim Nave, a ministra da Justiça, Ayelet Shaked, e a presidenta da Suprema Corte, Esther Hayut.

A polícia israelense prendeu três pessoas — uma advogada, um juiz e a esposa de outro juiz — por serem supostamente ligadas a uma rede de troca de favores sexuais por cargos judiciais. Os detidos foram interrogados em meados do mês passado.

Uma proeminente advogada, cuja identidade não foi revelada, teria sido nomeada juíza de um tribunal em troca de favores sexuais. A polícia, antes de prender os suspeitos, revistou suas casas em busca de documentos para verificar seu envolvimento na corrupção judicial.

“A polícia hoje permitiu a publicação parcial dos detalhes da questão que envergonha o sistema judicial. Parece que algo muito sério aconteceu aqui com relação ao processo de nomeação de juízes para os tribunais”, disse o ex-presidente da Suprema Corte, Dorit Beinisch, à rádio do Exército israelense.

Por sua vez, a líder da oposição, membro do Knesset, Shelly Yachimovich, criticou a liderança da Ministra da Justiça Shaked no sistema judicial e enfatizou que “os membros da comissão e os juízes foram forçados a atuar em um ambiente distante e ameaçador”.

Nas instituições militares e políticas do regime de Tel-Aviv há uma prevalência de assédio sexual e corrupção.

3) Espionagem de telefones

A oposição denunciou que telefones de um membro opositor a Netanyahu foi espionado. O fato é grave já que está comprovada a participação da empresa Black Cube (Serviço de Espionagem Privado israelense, que teve papel ativo da polêmica empresa Cambridge Analytica em sua fundação), que tem participação de ex-integrantes do serviço de inteligência israelense, Mossad.

Há um desconforto na sociedade israelense com as descobertas envolvendo a Black Cube, principalmente pelo fato de se tratar de uma empresa privada, que rende contas apenas a seus acionistas.  

4) Contas falsas no Twitter

Uma investigação privada israelense descobriu uma rede de contas do Twitter falsas que fizeram propaganda a favor de Netanyahu e do Likud, difamaram candidatos rivais antes das eleições.

5) Caso 1000

A polícia israelense recomendou que o Ministério Público acusasse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu por suborno, fraude e abuso de confiança em dois casos nos quais ele estava sendo investigado há um ano. 

“Após a investigação do caso 1000, a polícia concluiu que há provas suficientes contra o primeiro-ministro por suspeita de crime de corrupção passiva, fraude e quebra de confiança em relação à sua ligação com Michael Arnon e fraude e quebra de confiança em relação à sua conexão com o empresário australiano James Packer”, disse a nota policial.

Este é o caso em que ele é investigado por aceitar luxuosos e milionários presentes para ele e sua família, como charutos e champanhe francesa no valor de milhares de euros em troca de favores.

O produtor de Hollywood Arnon e o bilionário australiano Packer e seus assistentes e funcionários, foram interrogados pela polícia, que, segundo os meios de comunicação, concluiu que muitos presentes foram feitos a pedido da família Netanyahu.

O chefe de governo e sua esposa, Sara, admitiram ter recebido os presentes, mas os classificaram como uma mera “troca entre amigos” e negaram terem dado qualquer coisa como contrapartida.

6) Caso 2000

No segundo caso, chamado de 2000, é investigado um suposto pacto entre Netanyahu e Arnon Mozes, editor de um dos jornais de maior circulação em Israel, o Yediot Aharonot, que propunha uma cobertura mais positiva do primeiro-ministro em troca de que a distribuição do jornal rival, o gratuito “Israel Hayom”, fosse prejudicada.

“A polícia israelense concluiu que “há provas suficientes contra o primeiro-ministro neste caso de acusação de suborno, fraude e quebra de confiança”, diz o comunicado da polícia. Ele também recomendou investigar Mozes “porque há provas suficientes de que foi cometido suborno”.

O ex-assessor de Trump, Steve Bannon acompanhou de perto o primeiro-ministro; agora, diante dos escândalos, se mudou para a Espanha para trabalhar para a ultradireita espanhola nas próximas eleições.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
Cícero

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