Em junho de 2016, um dia após o referendo do Brexit, o Reino Unido acordou em choque ao descobrir que sairia da União Europeia. A repórter Carole Cadwalladr, do jornal The Observer, foi enviada para uma cidade ao sul do País de Gales, onde a maioria, 62% da população local, votou para sair da União Europeia.
Carole cresceu nos arredores da cidade que costumava ter uma grande concentração de classe trabalhadora por causa das minas de carvão. Ao longo dos anos, a cidade se transformou com a chegada de empresas chinesas. Está modernizada e muito da nova infraestrutura – escolas de tempo integral, centros esportivos – estava sendo erguida com financiamento da União Europeia.
Eis que, ao conversar com moradores locais, Carole ouviu histórias sobre como as pessoas estavam “cansadas” e de assistirem a UE fazer nada por elas; queriam “retomar o controle” e estavam fartas da atenção dada a imigrantes e refugiados.
GGN
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Em junho de 2016, um dia após o referendo do Brexit, o Reino Unido acordou em choque ao descobrir que sairia da União Europeia. A repórter Carole Cadwalladr, do jornal The Observer, foi enviada para uma cidade ao sul do País de Gales, onde a maioria, 62% da população local, votou para sair da União Europeia.
Carole cresceu nos arredores da cidade que costumava ter uma grande concentração de classe trabalhadora por causa das minas de carvão. Ao longo dos anos, a cidade se transformou com a chegada de empresas chinesas. Está modernizada e muito da nova infraestrutura – escolas de tempo integral, centros esportivos – estava sendo erguida com financiamento da União Europeia.
Eis que, ao conversar com moradores locais, Carole ouviu histórias sobre como as pessoas estavam “cansadas” e de assistirem a UE fazer nada por elas; queriam “retomar o controle” e estavam fartas da atenção dada a imigrantes e refugiados.
A história é um indício muito forte de que as democracias estão sendo violadas pela tecnologia desenvolvido pelos “deuses do Vale do Silício”. Não há, alertou Carole, como falar em qualquer eleição livre e justa daqui para frente, até que o Facebook esclareça o que ocorreu no escândalo da Cambridge Analytica.
“Nossa democracia está corrompida, nossas leis não funcionam mais, e não sou eu dizendo isso, nosso parlamento publicou um relatório sobre isso. A tecnologia que inventaram é fantástica, mas agora é a cena de uma crime, e o Facebook tem as provas.”
O parlamento britânico foi o primeiro do mundo a tentar responsabilizar o Facebook, mas falhou sem a cooperação da empresa.
Para Carole, a história vai lembrar dos responsáveis como “lacaios do autoritarismo ao redor do mundo”, porque eles recusam-se a reconhecer que as tecnologias estão dividindo as nações ao meio, com informações repassadas na escuridão.