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Militares são nacionalistas? Se fossem, não deixariam Itamaraty nas mãos dos EUA

Ernesto Araújo, que está ministro, obedece ao guru astrólogo Olavo de Carvalho, que se submete aos ocupantes da Casa Branca
Paulo Cannabrava Filho
Diálogos do Sul
São Paulo (SP)

Tradução:

Ernesto Araújo, o diplomata júnior alçado ao comando do Ministério das Relações Exteriores não presta obediência ao Palácio do Planalto, pois obedece ao guru Olavo de Carvalho que, por sua vez, se submete aos ocupantes da Casa Branca.

Quando se tratou de levar a posição do Estado a uma reunião multinacional realizada no Chile foi o vice-presidente, general Mourão, quem se apresentou.

Na ânsia de combater o “marxismo cultural” que teria “dominado” a instituição, realizou uma caça às bruxas que desmantelou o Itamaraty. Nada mais funciona.

Ernesto Araújo, que está ministro, obedece ao guru astrólogo Olavo de Carvalho, que se submete aos ocupantes da Casa Branca

Twitter Ernesto Araujo / Reprodução
O Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo e Ernesto Araujo

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Para devolver operacionalidade à Agência Brasileira de Promoção da Exportação e Investimento (Apex), o governo de ocupação colocou o contra-almirante Sérgio Segóvia no lugar de dois picaretas que estavam se aproveitando do cargo. 

Do alto do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general Villas Boas acalmou a galera dizendo que as Forças Armadas estão levando moralidade à gestão.

Será que estão? 

Tenho minhas dúvidas. O passado dos governos militares os comprometem. Não dá pra confiar. Ainda mais diante da atitude submissa com relação aos interesses dos Estados Unidos.

Uma pergunta: será que alguém, entre a mais de uma centena de militares ocupando o poder abdicou de receber dois salários? Veja que bom negócio: o militar se aposenta com uma patente acima da que tinha. Se era capitão, sai como major e recebe salário integral como se major na ativa estivesse. Ao assumir um posto na administração pública, ele passa a receber salário, 13º, férias remuneradas, além das mordomias correspondentes à função. 

Um general que ganhava salário nominal de R$ 14 mil, na realidade R$ 22 mil, com gratificações, com 33% de aumento auto concedido pelo governo de ocupação, passa a ganhar R$ 30 mil. E como ministro de Estado, passa a ganhar outros R$ 30 mil, mais todas as mordomias inerentes do cargo.

É ou não é um bom negócio?

Quem é que vai querer largar uma boca como essa?

*Paulo Cannabrava Filho é editor da Diálogo do Sul


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
Paulo Cannabrava Filho Iniciou a carreira como repórter no jornal O Tempo, em 1967. Quatro anos depois, integrou a primeira equipe de correspondentes da Agência Prensa Latina. Hoje dirige a revista eletrônica Diálogos do Sul, inspirada no projeto Cadernos do Terceiro Mundo.

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