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Mesmo com os absurdos, quem ainda se interessa pela permanência de Bolsonaro?

Mesmo com os absurdos que têm sido cometidos pelo governo Bolsonaro/Mourão os protagonistas continuam com mandato
Claúdio di Mauro
Diálogos do Sul
São Paulo (SP)

Tradução:

É impressionante observarmos os absurdos que têm sido cometidos pelo governo Bolsonaro/Mourão e no entanto os protagonistas continuam com mandato.

Não há dúvidas que ganharam as eleições com o uso de fake news, comprada e paga fora das regras eleitorais, desobedecendo formalidades estabelecidas. A submissão ao chamado de “escritório do crime” foi  componente importante para a vitória eleitoral. 

Trataram-se dos artifícios utilizados e envolvendo a chapa Bolsonaro/Morão. Tudo validado para derrotar o projeto dos governos das esquerdas.

Mesmo com os absurdos que têm sido cometidos pelo governo Bolsonaro/Mourão os protagonistas continuam com mandato

Reprodução: WinkieMedia
Imagens projetada por um slide pedindo a saída de Bolsonaro

Não vou ficar aqui defendendo os governos Petistas, que nem foram governos exclusivos do Partido dos Trabalhadores, mas de um conjunto de partidos que incluiu congregações à direita. Portanto, não era apenas o PT. 

Mesmo com problemas, o governo liderado pelo PT tinha levado o Brasil a ocupar a 6ª. posição de maior economia do mundo, tinha conquistado prestígio internacional e reduziu drasticamente o número de desempregados. Lula era festejado, prestigiado e convidado para quase todos os eventos que articulavam projetos democráticos internacionais. Foram conquistas que em sã consciência, ninguém pode negar, a exemplo do programa Fome Zero.

Se foi assim, então, o que justificou essa agressividade contra o PT e governos com predominância das esquerdas?

 A liderança com participação do Brasil nos BRICS estabelecendo uma nova força econômica mundial poderia modificar o paradigma de dominação imperialista? Principalmente em uma fase na qual se deterioram as relações da globalização sob domínio dos Estados Unidos? Na América do Sul, a liderança entusiasmada do Brasil ameaçava os interesses do mercado estrangeiro, liderado pelos Estados Unidos? Agora, com a confirmação das denúncias de articulação da operação Lava Jato com a CIA dos Estados Unidos fica expressa a participação daquele país na prisão do Lula e em sua retirada da disputa presidencial de 2018.

O medo da candidatura do Lula é de fato uma justificativa compreensível dos fatos que servem para narrar a história do Brasil neste período. Forjaram um candidato que tem sua história política absolutamente desprezível, sem qualquer tipo de boa expressão. Foi estimulada a participação de milícias que receberam apoios variados. Sabe-se lá, se no Brasil os estadosunidenses não patrocinaram milícias? Aliás, como tem sido o hábito dos governos dos Estados Unidos que patrocinam guerrilhas e interesses que em muitos países acabam por se tornar movimentos de guerrilheiros terroristas, a exemplo de Al-Qaeda. 

Será que as milícias brasileiras não estão sendo estimuladas para esse caminho? As milícias no Brasil não estariam sendo preparadas para constituírem movimentos terroristas? Há severas desconfianças sobre essas possibilidades. Tais suspeitas se justificam tendo em vista o apoio oferecido pela CIA dos Estados Unidos para a Operação Lava Jato. Haverá predisposição para ataques maiores contra as instituições brasileiras? É triste ver o “silêncio ensurdecedor” das Forças Armadas diante desses golpes contra a Soberania do Brasil.

Esses seriam alguns dos interessados na manutenção do governo Bolsonaro? Mas, o que justifica que tantos militares da reserva e ativos das Forças Armadas componham um governo nitidamente apontado como repleto de desprezo pela Ciência, composto por “laranjas” a serviço da família do Presidente da República e apoiado por milicianos? Seria uma demonstração de desprezo pela institucionalidade?  O certo é que esses militares do governo estão “emporcalhando” as nossas tão respeitadas Forças Armadas. Militares que nada possuem qualquer relação com a formação que deveria ser exigida, ocupam espaços de governo a exemplo do Ministério da Saúde, em plena pandemia.

O Sistema Financeiro empresarial tem sido beneficiado pelas providências da equipe econômica coordenada por Paulo Guedes? Esse setor foi regiamente pago, no começo da pandemia com o aporte de 1 trilhão e 300 milhões de reais e com a aprovação da “reforma da previdência”. Essa seria a causa de cooptação? É mesmo cooptação?  

Assim fica esclarecido que há sim setores beneficiando e que possuem interesses na manutenção do governo Bolsonaro/Morão. Nada republicanos esses interesses.

O Brasil se tornou um negócio privado para atender interesses espúrios e que em nada beneficiam sua população. Isso seria o bye, bye Brazil ? Esperamos que não seja assim!


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
Claúdio di Mauro

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